PROJETO ILHA

"Eu ainda me lembro onde tudo começou"- Agatha.

Agatha podia ouvir os gritos da sua turma três vezes mais rápido enquanto tentava entender o que estava acontecendo, os alunos murmuravam "experimento social, esse tipo de coisa não é voluntária?" "Como assim só adolescentes vão poder participar?" "Isso parece uma versão ruim de jogos vorazes".

Então o professor pediu o silêncio e então o soldado convidado a explicar.

- Todos os adolescentes devem se candidatar a participar do projeto vital, escolheram 10 adolescentes em cada país para passarem três meses em uma ilha.

--Por que isso? - perguntou Agatha para o soldado convidado ainda sentado na carteira da escola.

--O objetivo do será revelado após a finalização do projeto.

Agatha o encarou e ele continuou a falar.

--Serão três fases de seleção, vocês devem preencher os dados virtualmente e salvar para comprovar a inscrição, antes de entrarem em qualquer lugar devem apresentar o comprovante caso não ocorram vocês não entrarem. Isso vale para shopping, hospitais, escolas e etc.

O soldado colocado uma placa com um código QR na mesa do professor.

- Para se inscrever basta selecionar o código ou simplesmente acessar o site, para aqueles que não têm acesso a aparelhos digitais à como fazer a inscrição em um órgão público, à plataforma foi testada várias vezes antes de ser aberta, só é possível fazer a inscrição uma vez, a primeira fase só pede seus documentos e dados pessoais, uma segunda fase será diferente porém também só será revelada depois.

Agatha, um aluno dizer "quanto mistério" a sala riu um pouco, mas logo voltaram a ficar sérios graças a expressão intimidadora que o soldado fez.

--Vocês vão saber as informações mais comuns na plataforma, os noticiários devem começar a divulgar as informações logo. Os alunos de 15 a 19 de rede pública e particulares foram os primeiros a saber, universitários também participaram. Alguma dúvida?

Todos murmuravam, mas ninguém dizia nada diretamente para o soldado.

- Então boa sorte.

- Para entrar ou para não entrar? - perguntou Agatha, mas o soldado não respondeu e apenas saiu da sala.

Agatha sentiu um leve calafrio percorrer sua espinha e se virou para trás para falar com sua amiga Laura.

- O que foi? - disse Laura enquanto retocava o gloss, com um espelho que tinha no fichário.

- Você não ouviu o que ele disse? Nós estamos sendo obrigados a nos inscrever em um projeto que nem sabemos sobre o que é.

- Sabe quantos adolescentes tem no brasil? Um monte e mesmo se fossemos escolhidos não faria mal tirar férias em uma ilha.

- E se eles abrirem seu cérebro para experimentos?

- Com as minhas notas eles só iriam ficar frustrados atrás de inteligência ou talento.

- Pessoas bonitas não precisam ser inteligente, mas você é os dois.

Laura revirou os olhos, deu um sorriso bobo e voltou a passar gloss.

Ela tinha cabelos loiros, lisos e compridos, boca carnuda e perfeitamente rosa e olhos azuis reluzentes como diamantes e um corpo incrivelmente cheio de curvas, seu sorriso era encantador com seus dentes perfeitamente alinhados graças aos anos com aparelho. Laura era linda de um jeito obvio e ganhava rios de dinheiro com isso sendo modelo, mesmo Agatha que se considerando muito bonita, ás vezes, se pegava se perguntando como era ser assim, por um lado deve ser bom, por outro ela já não aguentava mais ver as pessoas usando sua amiga só pela beleza.

- Me empresta o espelho? - perguntou Agatha e Laura deu o fichário para ela.

Agatha se olhou, tinha cabelos verdes claro, tão bem cuidados de um jeito que só conseguiria chegar com a mãe dela sendo uma das melhores ca belereiras do Rio, e por sorte, ela tinha esse privilegio. Seus cabelos eram lisos na raiz e ondulados no comprimento, eram compridos e brilhosos, diziam que parecia algodão doce. Seu rosto era fino, seu nariz um pouco largo e sua boca carnuda, sua pele era branca, mas sempre estava bronzeada e com as bochechas vermelhas de sol. Seu corpo era gordo, pelo menos o suficiente para que seus parentes não a deixassem comer em paz na ceia de natal, ela tinha quadris largos e coxas grossas dês de pequena e seios de tamanho mediano, sua cintura ainda era um pouco mais fina, porém, tinha um pouco de volume nos lados que dobrava quando ela sentava, coisa que ela achava super bonitinha. Seus olhos eram verdes quase como seu cabelo, ela tinha cílios compridos e sobrancelhas definidas.

Agatha pegou um pote com um tipo de batom que ela havia feito e passou nós lábios, que ficavam rosa avermelhado, Laura tirou o potinho da mão dela.

- Eu amei! - disse ela com o pote na mão.

Agatha sorriu e pegou outro pote com batom e deu para Laura.

- Pode ficar com esse.

Laura sorriu para amiga e passou o batom nas bochechas.

- O lado bom de torrar no sol noite e dia é que você não precisa nem se preocupar com esse tipo de coisa - disse Laura apontando para as bochechas - isso envelhece, sabia?

- Eu uso protetor solar.

- O que isso adianta se você vai para praia todos os dias?

Agatha revirou os olhos, seus apelido era sereia, porque toda vez que seus amigos a procuravam ela estava perto ou na água, seja em praia, rio, riacho ou cachoeira, ou ela estava nadando ou estava fazendo alguma arte a mão enquanto sua mãe a mandava mensagem desesperada dizendo que Agatha ia estragar o cabelo que ela demorou horas fazendo.

- Do que seria uma sereia sem água? - rebateu Agatha.

- Touché! - disse Laura sorrindo.