07: Assim eu fui parar na cadeia

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Acima explicação sobre a letra T na sigla LGBT. Independente do gênero, todas as pessoas podem performar Drag. É uma arte.

Círculo com indicadores e polegares entrelaçados forma o sinal de infinito, oferece proteção.

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Os últimos dias no Candace

Ele suspirou depois de um dia cheio, fechando a própria tenda.

Não era tão tarde, mas o barulho da reunião dos outros era distante, ele não iria participar dessa vez, afinal sempre era sobre bebidas e carnes assadas, a primeira ele não podia ter em grande quantidade naquele seu corpo ou podia acabar numa cama de hospital, despido e em coma, e apenas a ideia disso causava arrepios em Áster.

Carnes não eram o melhor tipo de alimento para ele, de qualquer maneira há muitos anos não era obrigado a comer delas.

Puxando a cadeira em frente a penteadeira, os olhos castanhos evitavam o reflexo no espelho, enquanto ele organizava e alinhava metodicamente os objetos pessoais ali. Um relógio parado, cristais, baralhos antigos, vasos com plantas. Debaixo de revistas de moda e recortes de jornais, ele secretamente deixava livros de colorir, afinal ninguém precisava saber que tinha que ir à banca para comprar produtos destinados à crianças.

Quimera e os outros não ficavam tanto tempo com ele, mas desde que se encontraram eles o acolheram imediatamente, e ficaram juntos no circo. Acontece que cada um tinha seus ensaios, suas incubências, seu espaço. De qualquer maneira quando tinham tempo e o restante estava ocupado, os cinco ficavam na tenda das garotas para conversar, fingindo estar arrumando tudo ou coisa que o valha, tendo um tempo juntos, tomando chás.

A parte ruim de viajar com o Candace, era certamente as tendas em si. Um tecido que pode ser erguido por qualquer um, um ambiente que devia ser privado, mas pode ser invadido por qualquer pessoa. Acontecia com frequência, e naquela noite ele não foi poupado, só não esperava ver um rosto não familiar tão tarde.

— Com licença? Você é quem faz a leitura com cartas? — ele abriu bem os olhos, vendo uma mulher parada na entrada. Ela vestia roupas escuras, tinha um batom vermelho, cabelos ruivos, uma beldade.

— Hah... O circo já fechou, faz uma hora. A madame se atrasou um pouco? — perguntou, cruzando braços e pernas, virando a cadeira, mas não saindo do lugar para recebê-la. Devia ser uma mensagem boa o suficiente.

— Ah que tolice a minha... não costumo andar com relógios de pulso — ela disse, suspirando e olhando o próprio braço. O Mágico estreitou os olhos. Podia ter problemas graves com nomes, mas geralmente reconhecia rostos, e ela não lhe era tão estranha assim, devia ter vindo em apresentações suas antes. Áster era atração grande o suficiente para ser requisitado todos os dias nas apresentações do circo, mas ele só se apresentava de fato três vezes em cada locação. Sua apresentação inicial, o clímax e a despedida, independente de quantos outros shows o circo teria. Era uma requisição sua, e acordada com Abigail, já que seu salário costumava ser alto.

A Queda de ÁsterOnde histórias criam vida. Descubra agora