— Você não tinha o DIREITO de fazer isso! – gritei, correndo pelo corredor para avisar aos outros enquanto Rosa não saía do meu encalço, tentando se justificar pela besteira que fez.
Tudo bem, sabia que ele estaria com o Ciano até o fim, mas nunca pensei que se aproveitaria do caos ao nosso redor para agir pelas minhas costas. Aquilo era uma infração grave, ainda mais colocando os tripulantes em risco.
— O Ciano é nosso irmão!
— NÃO! – parei de andar para confrontá-lo. – Ele é meu irmão. E você precisa parar com esse pensamento infantil de que somos uma grande família feliz, porque as coisas mudaram, Rosa. O mundo acabou!
— Ele não é um assassino. Por favor, pense um pouco. Tenta descobrir quem mais poderia ter sido. – Rosa praticamente implorou.
— Eu vi com os meus próprios olhos o Ciano com a faca no peito do Amarelo. Do que mais precisa pra acreditar em mim?
Rosa não respondeu, apenas virou o rosto e me deixou seguir caminho até a navegação, onde a Branco estava.
— Temos um problema. – falei, irritado. – O Rosa libertou o Ciano.
— O quê??? – ela quase soltou um grito. – Céus, o que a gente faz?
— Aqueça os dutos ao máximo e fique de olho nas câmeras. Se o encontrar, acione o alarme.
— Tem certeza? – ela questionou. – Se aquecermos os dutos com ele lá dentro, podemos matá-lo.
— É um risco que temos que correr.
Deixei que Branco fosse em direção às câmeras e corri para procurar meu irmão: ou o Ciano iria atrás do Roxo ou do Preto, para terminar o serviço.
Como meu ex-namorado havia dito da obsessão dele, resolvi apostar no Roxo. Acelerei o passo em direção ao quarto do Roxo, não o encontrando em lugar algum. Depois voltei ao setor principal para buscar na elétrica. Nada!
— Pensa, pensa. – falei, nervoso. – Onde mais o Ciano poderia estar? – lembrei da relação do meu irmão e do Rosa e bati na testa por não ter pensado na Enfermaria antes.
Tentei correr mais rápido, quase deslizando pelo corredor para alcançar logo a Enfermaria. Tive que atravessar o refeitório e seguir caminho como se a vida de alguém dependesse disso — e talvez dependesse.
Parecia que a minha mente estava passando por um surto. A adrenalina atingia todas as minhas veias e me perguntava o que o Ciano poderia fazer caso não o impedisse.
Mas... E se o Rosa estivesse certo? E se meu irmão fosse inocente e eu estivesse sendo injusto? Quem mais seria capaz de fazer tamanha barbaridades?
Tirei aqueles pensamentos da minha cabeça quando digitei a senha da porta e entrei no ambiente mal iluminado. As luzes de lá haviam voltado a piscar, provavelmente isso significava que um dos setores da nave estava sem luz.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Among Us | Gay Fanfic +18
General FictionUma espaçonave carrega os últimos resquícios da espécie humana. Sem nomes, sem destino e com a tarefa impossível de sobreviver a um vazio sem fim, os poucos tripulantes precisam enfrentar um mal misterioso entre eles. Algo poderoso, capaz de destrui...