Olafrey

9 1 0
                                    

Começaremos aqui a falar sobre a origem de Olafrey. Primeiro, sobre seus pais, Arkin e Aslaug.
Poderia lhes contar de onde e como vieram para Thrudheim, mas esse detalhe só eles poderiam revelar. Mas vamos partir da sua chegada no reino e como estavam. Arkin tinha 18 anos, era moreno, não possuía barba e era magricelo. Havia tatuagens pelo corpo, mas que ninguém sabia os significados; eram runas nórdicas, mas muito antigas para que fosse de conhecimento de todos. Cabelos cacheados, mas não grandes o suficiente para que se pudesse notar essa característica. Seus olhos eram de um castanho profundo e melancólico. Era muito observador e crítico, principalmente consigo mesmo. Não que houvesse necessidade, já que suas habilidades eram aparentes.
Já Aslaug, sempre com uma expressão fechada, aparentava ser extremamente rude e insensível, mas bastava 10min de conversa e você veria quão doce ela era. Media 1,50m, tinha os cabelos crespos e a pele negra, mas não escura. Seus olhos eram de um formato estranhamente harmônico com seu rosto, e seu olhar era tão intimidador que sentia como se lhe invadisse a alma. Era de uma leveza espiritual incrível e sua voz acalentava quem precisasse de um conselho sábio e certeiro. Emanava uma energia maravilhosa, onde passava deixava felicidade.
Os dois eram, claramente, o oposto um do outro. Até que os vissem juntos. Até o caminhar quando estavam lado a lado sincronizava.
Chegaram em Thrudheim sem nenhum dinheiro, apenas com um saco com trapos velhos que usavam como vestes e outro saco com pão, carne e suco de uva.
Vieram em busca de uma nova oportunidade de vida e conseguir dinheiro como artesãos. E também, depois de algum tempo passado, foram convidados a trabalhar na taverna "As Três Flechas".
Em pouco tempo, conquistaram a população e se tornaram queridos. Tinham muitos amigos e eram prestativos em ajudar quem precisasse.
Na noite de aniversário de Arkin, mesmo com a cidade em silêncio, repentinamente sumiram. Aslaug e Arkin haviam sumido, deixando tudo para trás. A população foi reclamar com o rei Arne, que pouco caso fez do ocorrido. Mas foram tantas reclamações que o tirano impôs uma ordem: todo e qualquer morador que fosse ao reino tocar no assunto do desaparecimento do casal, seria levado às masmorras e torturados até a morte.
E assim passaram-se dois meses, sem nenhum sinal dos dois.
A cidade era bem parada e não havia muitos viajantes que passavam por ali. Raramente usavam o território como parte de uma rota, até porque Arne era bem estúpido e tratava todos asquerosamente. Até que, uma tarde, chega no deck da cidade um navio enorme, maior do que as navegações do próprio rei. Uma bandeira nunca vista antes estava sacolejando no alto do navio, e não se via ninguém a bordo. Quando desceram a ponte, tiveram uma enorme surpresa: Arkin e Aslaug, com vestes de piratas, caminham até o chão com um sorriso de orelha a orelha, correndo para cumprimentar os amigos.
O rei Arne ficara preocupado em como aquilo iria proceder dali pra frente, já que não vieram sozinhos. Uma tripulação de pelo menos 20 pessoas viera junto a eles.
Como eles representavam certo risco, o rei mandou que ficassem de olho neles. Mas isso seria impossível, Aslaug se metia no meio do povo e sumia por sua pouca altura e ninguém a achava.
Algumas semanas se passaram, e enquanto trabalhavam na taverna, eles reuniram pouco a pouco os amigos para fazer um comunicado, e sem que os guardas desconfiassem.
-Tivemos uma ótima idéia e queríamos passar para vocês. É sobre o rei Arne- disse Aslaug.
-Trouxemos ouro e na vinda para cá, conseguimos algumas armas e pelo que vejo, temos condições de tirá-lo do poder. O que vocês acham?- continuou Arkin.
-Nós confiamos plenamente nas capacidades estratégicas de vocês, caso achem que seria uma boa ideia, terá nosso total apoio. Ainda mais depois dele não ter dado a mínima para o sumiço de vocês. Um absurdo... -disse Brenna, uma garçonete da taverna.
-Ótimo saber que ele não moveu um soldado para nos resgatar.... Ótimo....- murmurou Aslaug.

Arne havia procurado os dois para afirmar o quão preocupado havia ficado com o desaparecimento do casal e o quanto estava feliz deles retornarem ao reino. Mas ele fala enquanto tentava enxergar o que tinha no navio. Então, eles já não deram muita confiança para o que ele dizia.

Tendo organizado tudo, planejaram atacar todos os guardas em silêncio para conseguirem invadir o salão do castelo e tirar Arne do poder, prendendo-o nas masmorras, como ele fizera com muita gente.

Contos de um pirata qualquerOnde histórias criam vida. Descubra agora