Batalha Final

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A marcha do exército era ouvida a quilômetros, milhares de soldados indo em direção do campo de batalha, na parte externa estavam as enormes aranhas, criaturas do tamanho de cabanas e mortais como deusas do submundo, algumas tinham formas semi humanoides, mulheres belas com formas de aranhas na cintura para baixo. Os cultivadores não pareciam confortáveis perto delas, apenas os Jiang se aproximavam, mas os Yu conversavam com elas normalmente.

A líder das aranhas estava lado a lado com Wanyin, os dois estavam conversando, sem se importar com o que os outros pensam, o exército apenas sentia seu medo e respeito pelo metaformo aumentar.

Observando os dois de perto estava Wei Wuxian, Xichen tinha saído para trás das tropas, acalmando e acertando últimos detalhes. Não havia espaço para erros hoje.

Poucos Wens foram encontrados no caminho, pareciam funcionar apenas como reconhecimento e logo eram abatidos pelas criaturas nas laterais do exército.

Eles andaram por dois dias antes de avistarem a cidade sem noite. Quando as formas da cidade começaram a aparecer no horizonte os soldados pararam, era hora de fazer o ritual.

Quatorze aranhas se aproximaram, as mais poderosas e resistentes, elas participariam.

O círculo já estava sendo desenhado e o corpo deles já estava pintado com os talismãs.

Cada pincelada de tinta seca coçava a pele de Wanyin, seu corpo tenso, memórias distantes, enevoadas, da última vez que ele vez esse ritual exponencialmente saiam de seu subconsciente para se fazer presentes, aumentando seu medo.

As pessoas atrás deles estavam em silêncio, líderes de seitas menores tentando memorizar as escritas eram rapidamente cortados pela energia ressentida que Wuxian exalava quando alguém tentava se aproximar demais.

-Me chamam de arrogante mas tem a face de tentar roubar uma matriz que é um segredo ancestral no meio de uma guerra, que vergonha para os ancestrais dos cultivadores atuais!

Ele gritou aquilo quando um homem enviado pelo líder da seita Yao se aproximou de novo. Algumas pessoas fizeram cara feia, envergonhados se retiraram rapidamente, não querendo ser alvo de julgamentos e chacotas como a última pessoa.

Yu Cheng ficou aliviado por não ter que fazer nada, aquelas pessoas eram realmente incômodas, mas agora seu irmão se colocou como alvo, ele teria que consertar isso depois.

As escritas ficam prontas e as aranhas começaram a entrar no círculo, cada uma tomando uma posição adequada ao seu poder. Agora apenas o espaço no centro estava desocupado, Wanyin deveria entrar lá.

Seus chicotes saíram de seu pulso, duas serpentes se afastando ao seu lado, o metaformo não usava sapatos, a grama pintada roçava em seus pés, atravessou o primeiro círculo com cuidado para não mexer nas enormes pedras espirituais, o segundo eram apenas escritas, mas extremamente importante, era ele que ajudaria a refinar o Qi para poderem controlar as tempestades de verdade, o do centro era o de poder bruto, retirado diretamente da fonte do núcleo dourado dos participantes, a pessoa no centro era o condutor, seu trabalho era controlar a tempestade, os outros eram insignificantes, eram apoios, ele era o centro, se falhasse tudo daria errado.

As aranhas começaram, uma estranha música ressoava na terra, o cântico delas abalava a terra e estremecia os céus, brilhos em roxo e negro se formavam, condensando no centro, entrando no corpo de Wanyin, elevando-o.

E tudo era energia, sua alma, seu corpo, tudo pulsava, tudo era um com o universo, ele conseguia sentir tudo, a respiração de cada pessoa, o correr do sangue nas veias deles.

E então a dor chegou novamente.

Era calmo, em comparação a dor de antes era como ser apunhalado no peito algumas vezes, ainda terrível mas não insuportável.

Ele gritou, a matriz girou saindo do chão, a meio metro dele no ar, encostando nos pés de Wanyin.

A parte externa da matriz começou a brilhar e as pedras soltavam energia que corria como um rio direto para Yu Cheng, os chicotes estavam ao lado de seu mestre, cada um tocando em um pé.

Uma enorme coluna de Qi subiu aos céus. Nuvens se formavam e raios estalavam, um verdadeiro desastre, a fúria da natureza encarnada estava sendo convocada.

Sandu Shengshou se moveu para frente, na direção da cidade, apontou.

-.

Bastou esse sussurro, e a chuva virou para a direção indicada, indo para o local como um cavalo de guerra, sem freios, mortal, linda.

As aranhas caíram de joelhos uma a uma, o esforço, a dor, o poder, as intoxicava, impedindo-as de se manter de pé.

Por meia hora a tempestade continuou, raios caiam como as gotas de água, a muralha da cidade já foi destruída pela eletricidade e se você prestasse atenção talvez pudesse escutar os ecos dos gritos de desespero dos soldados inimigos que ainda estavam vivos.

O ritual acabou, algumas aranhas ainda ficaram no chão, contando com suas companheiras para se proteger, Wanyin ficou levantado, mas instável.

Xichen estava ao seu lado em um instante, apoiando-o. Seu parceiro não pisaria no chão até a hora da batalha, ele precisava poupar forças, o ritual querendo ou não, tomava demais dele mentalmente.

Wei Wuxian viu que seu irmão estava cansado depois do ritual, seu didi nunca admitiria mas eles estava vacilante e se Xichen não tivesse segurado sua pessoa ele provavelmente estaria no chão a essa altura, exatamente como as outras aranhas.

Ele pegou o instrumento, a arma que forjara, que usará apenas uma vez para massacrar três mil homens. Era hora de usá-la pelo segunda e última vez.

Água em minhas veias, veneno em minha almaOnde histórias criam vida. Descubra agora