Parte 44

999 89 33
                                    

Quem é vivo sempre aparece, né não?

***

• Lena Luthor •

Entro na sala assim que a porta é aberta, Kara ascende a luz, me pegando completamente de surpresa. O meu antigo escritório era um cômodo pequeno se considerado o que eu tenho hoje em dia, mas sempre foi o lugar do meu maior orgulho, com a minha mesa de madeira, a cadeira de couro marrom e a vista para uma outra duzia de prédios, o meu escritório era o meu cantinho. Agora não existia quase nenhum detalhe que possa me recordar aquele tempo, as cores das paredes mudaram, a vista parecia mais bonita e os móveis são novos e modernos, porém não foi só isso que chamou a minha atenção, mas a enorme faixa na parede também, as rosas espalhadas por todos os cantos, a música tocando baixo.

— Kara, o que... — me viro para olhar para ela e a encontro de joelho no chão, segurando uma caixa de veludo preta com um lindo anel dentro.
— Lena Luthor Danvers... — ela fala o meu nome, segurando a minha mão direita, o sorriso já estava tomando conta dos meus lábios e o meu coração errou uma batida — Durante os anos que estamos juntas você tem sido não só o amor da minha vida, mas também a minha amiga, a minha parceira em tudo e a minha casa. — eu fungo baixo — Os últimos meses foram uma confusão eterna, teve algum momento que eu realmente achei que tudo o que vivemos tivesse ficado no passado e que era o fim, porém ainda assim eu não tive dúvidas sobre o que eu sinto por você, nunca tive. — assegura e eu suspiro — Você lutou por nós, você fez de tudo para que voltassemos ao que eramos e nós voltamos, amor... dez mil vezes melhores. — ela rir e eu só consigo chorar, droga de hormônios — Como uma forma de reafirmar esse novo começo, eu quero te fazer uma pergunta... — a minha cabeça automaticamente afirma que sim, Kara também sorrir, seus olhos também estavam cheios de lágrimas, o meu coração batia tão loucamente em meu peito que eu juro que ela pode ouvir, mas eu não me envergonho, deixe que ela ouça o quão loucamente eu a amo — Você quer casar comigo? De novo?
— Com certeza! — respondo de pressa, me inclinando para beijá-la.

As suas mãos geladas tocam o meu rosto com cuidado, me arrepiando por completo, sorrio outra vez, na verdade, acho que eu sequer parei de sorrir em algum momento. Kara encerra o beijo com um selinho nos meus lábios e um beijinho em minha testa, ela coloca o anel em meu dedo e então o beija também, logo após faz o mesmo com a minha barriga. Como eu amo quando ela faz isso.

— Vem, eu quero te levar a um outro lugar. — ela diz, pegando a minha mão e me guiando para fora do escritório, eu dou uma última olhada em tudo.
— Como você conseguiu permissão para estar aqui? — pergunto quando entramos no elavador ainda de mãos dadas.
— Conheci os novos donos, os entrevistei mês passado e desde então fiquei pensando nisso. — conta animada, a beijo de novo.

Saímos do elavador e do prédio, Kara entrega as chaves para Kate e Sara e me leva para o carro, na metade do caminho ela diz que precisa me vendar, demorou alguns minutos para me convencer disso, mas cedi no final. Durante o trajeto a escuto ligar para algumas pessoas, mas não consigo distinguir quem. Ela só tira a venda quando estamos dentro do avião.

— Isso vai ser divertido. — ela fala sorrindo, um sorriso cheio de promessas.

(...)

Em algum momento durante a viagem, acabei dormindo no meu assento, então não vi se fizemos alguma parada ou sequer em qual direção seguimos. Quando acordei já era escuro e Kara escrevia alguma coisa em sua agenda. Ela estava super concentrada, o cabelo loiro preso em um coque perfeito e os óculos completavam todo o visual.

— Não posso trabalhar se você continuar me olhando dessa forma. — ela sussurra sem me olhar.

É claro que ela sabia que eu estou olhando para ela, Kara sempre sentia meus olhos sobre ela, não importa quão distantes estamos. Quando começamos a ficar, acabamos nos encontrando várias vezes em alguns eventos onde ela estava a trabalho, eu lembro perfeitamente de sempre a observar de longe, tentando evitar me aproximar para não atrapalhar o seu trabalho, mas ela sempre sentia que eu estava por perto, seus olhos sempre encontravam os meus meus.

Resiliência (Supercorp)Onde histórias criam vida. Descubra agora