Gustavo.

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Sarah Andrade. 


Tive que piscar algumas vezes para me certificar de que minha cabeça não me tramava uma peça.

Gustavo não era filho de Juliette.

Agora minha cabeça voltava a confusão inicial pois o garoto era basicamente uma cópia de Bil. Comparando com os retratos do homem pela casa, via claramente que o garoto tinha traços fortes iguais aos do pai e tenho certeza de que se visse uma foto do falecido em sua pré-adolescência, seria o próprio Gustavo.

Vendo a confusão que se instalara em minha cabeça, Juliette pronunciou-se, tirando algumas de minhas duvidas e me deixando ainda mais chocada.


— Sim, ele é filho do meu marido. — Uma risada amarga saiu de sua boca e meu peito voltou a ter um coração acelerado dentro dele. — Na época eu fiquei tão chocada quanto você, só que de maneira pior pois era a traição dele escancarada para mim. 


— E por que você aceitou isso? —  Perguntei um pouco atordoada. —  Meu Deus assumir um filho que não é seu... —  Parei um segundo para respirar e captar se aquilo não se tratava de uma pegadinha vinda dela. — Não sei se eu conseguiria fazê-lo, se conseguiria olhar para a criança e não lembrar da traição... Céus, você deve ter sofrido um monte e-


Eu mesma interrompi minha fala, Juliette parecia visivelmente desconfortável em falar daquilo, na verdade acredito que tenha me contado sobre seu segredo no calor do momento. Levei minha boca aos lábios e tratei de rapidamente me corrigir.


—  Perdão, eu não queria te deixar mal falando disso. — Suspirei. — Aliás, perdão por estar me metendo demais, eu só queria poder ajuda-los de alguma forma e acho que acabo sendo um pouco intrometida, me desculpe. 


— Ei, não precisa disso. —  Sua mão tocou de leve o meu braço. —  Não vejo problema em desabafar com você e aliás, eu não te acho intrometida. Na verdade é só esse assunto que ainda me dói, mas quero deixar bem claro uma coisa;  Eu amo o Gustavo, para mim não importa se ele tem o meu sangue ou não, ele é o meu filho, senti isso desde que o peguei naquela maternidade horas mais tarde após o seu nascimento, escolhi o seu nome e o escolhi para ser meu filho. 


Seus olhos transmitiam um brilho inexplicável ao falar do garoto, e eu não tinha a menor duvida que de que ela realmente o amava como se fosse seu. Se antes eu já a admirava, agora esse sentimento crescia ainda mais agora. Ainda tinha muitas dúvidas, principalmente como ela explicava o fato de Júlia e Gustavo terem idades próximas, ela os apresentava como gêmeos? Pelo menos não fora assim que Gilberto disse que eram, mas eu também não havia questionado. Ainda era tudo um pouco confuso demais,  mas não queria encher a senhora Freire de perguntas desnecessárias, já sentia que aquilo a abalava imensamente e não queria contribuir para que se sentisse ainda pior. 


— Sua cabeça está saindo fumaça de tanto pensar. — Brincou dando um pequeno sorriso. Meu rosto inteiro queimou de vergonha, eu havia parado do nada e começado a pensar na frente dela, que estúpida! — Pode perguntar, Sarah, não vou me chatear com você. — disse por fim. 



— Ah... certo... Só queria saber como você diz as pessoas sobre a Júlia e o Gustavo, eu realmente não parei pra pensar na idade deles quando cheguei mas agora sabendo de tudo, me deixa um tanto confusa.  

Por um Triz - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora