Capítulo 31.2 | I feel your love and I feel it burn

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- Vamos, leia! – diz Rosa.

Respiro fundo e então leio:

"Ei, sumido!
Por onde anda?
Fiquei com saudades de você ontem
à noite ;)"

- Ui! – diz Rosa.

- Ai, que raiva! Socorro! – solto, sem aguentar segurar minha frustração dentro de mim.

- Anna, eu não queria te dizer isso, mas... Vocês não estão juntos.

- Eu sei. – admito.

- E mesmo que aqui dentro de casa vocês finjam que sim, lá fora pode ser diferente. Sempre achei muito fofo e romântico da parte de vocês esse posicionamento de quem não precisa seguir convenções, tradicionalismos ou sei lá como chamavam, para ter o comprometimento do relacionamento representado em uma aliança, por exemplo. Mas considerando a situação atual, isso se torna um fator importante, já reparou?

- Não tinha me preocupado com isso, assim como nunca me preocupei. Mas, admito, que desde que nos mudamos, para mim o mais natural foi pensar que da porta para fora, estaríamos juntos, para qualquer um em qualquer lugar. Nunca conversamos sobre detalhes ou acordos sobre o que poderia magoar o outro. A possibilidade de conhecer alguém novo estava muito distante para mim

- Então ficou tudo bastante em aberto, pelo visto. Não dá para saber só pelas mensagens, mas é possível que essa Dani não saiba que vocês tenham um relacionamento... Tinham... Sei lá, estou confusa agora.

- Mas todo mundo da ONG sabe da minha existência, não?

- Acho que sim. Provavelmente...

- Então!

- Mas quem disse que ele conheceu ela na ONG?

- E onde mais?!

- Não sei, Anna. Vocês precisam se comunicar melhor!

- Eu sei. – admito. 

- Por agora, não adianta ficar deduzindo coisas e fritando a cabeça com isso. Que tal você dar uma descansada? – sugere ela. – Dar um mergulho na piscina? Tomar um pouco de sol? Vou te preparar um milk shake de Ovomaltine!

- Obrigada, Rosa. – agradeço, ainda que não consiga me ver em um dia de relaxamento hoje, mas é um agradecimento muito, muito maior do que aparenta ser. - Não sei nem como te dizer o tamanho de minha gratidão por tudo que você fez por mim, por Leo e pelo meu filho. Estava vivendo em um mundo tão cético que me reencontrar com sua solidariedade e paciência parece um milagre. Mal posso acreditar que você continua ao meu lado mesmo depois de tudo que te contei. Mesmo assim, minha amiga, acho melhor voltar para o interior, voltar para minha casa.

- O que? Não! – se assusta Rosa.

- Só por um tempo. – insisto. - Para colocar minha cabeça no lugar. Você tem razão, eu não posso ficar neste estresse, não posso fazer isso com o bebê.

- Mas Anna... Você acha que vai ter mais paz e descanso lá do que aqui?

- Eu só não posso ficar perto do Leo enquanto não decidir o que eu quero, enquanto não entender meus sentimentos...

- Ok. Eu entendo. – aceita ela, ainda que visivelmente chateada. - De qualquer forma, não acho uma boa ideia você dirigir sozinha neste estágio da gravidez. Espere até à noite, quando o Jorge chegar nós dois te levamos, está bem?

- Eu posso tomar um ônibus. – sugiro.

- Nem pensar! – grita ela, se levantando e me puxando junto com ela. – E enquanto isso, milk shake!

- Rosa, eu não te mereço. 

Um amor para toda vida e nada mais [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora