"A noite estava fria, não um frio comum, mas, chovia sem parar. A floresta estava escura e o medo me cercava, perguntava-me se realmente deveria estar ali, numa cabana sem Quaisquer sinais de vida"
Após chegar em São Paulo, estava disposta a refazer minha vida, sem qualquer relacionamento amoroso ou atrasos para me parar. Durante os preparatórios desta viagem, combinei com tia Dulce para morar em seus aposentos, não foi nada crítico já que nos damos muito bem juntas
Ao avistar a enorme casa pelo vidro do carro, arregalei os olhos de surpresa. Sabia que sua casa era grande mas, não tanto assim, de certo modo isso vem de geração em geração. Tia Dulce como sempre foi um doce de pessoa ao me receber. Apesar de poder já avistar alguns fios brancos em seu cabelo, percebi que cresci bastante já que tia Dulce estava mais baixa do que eu
_ Ô minha sobrinha querida, que alegria vê-la denovo _ disse me puxando para um delicioso abraço _ como você cresceu, como está linda _ disse se desfazendo do abraço e me dando um sorriso generoso
_ realmente devo admitir que esses cinco anos foram os mais horríveis e demorados da minha vida, estava com saudades como a senhora está? falei puxando minhas malas até a sala de estar .
Conversar com tia Dulce, sempre foi uma das melhores coisas que gostava de fazer durante toda a tarde, minhas expressões faciais foram diferentes, a cada xícara de chá eu pensava em quais palavras usar. Não me surpreendeu a história de que tio Filipe à traiu com sua irmã Maria, sempre desconfiei da proximidade deles dois, e mamãe também sempre avisou a sua irmã que Felipe estava a traindo. Mas saber que Caleb, seu filho esteja desaparecido ou melhor tenha fugido de casa à 3 anos me deixou sem o que falar. Tentei dizer algo mas, só pude ver um rastro de lágrimas descer sobre o rosto de tia Dulce, me disse que era culpada por tudo isso, não sabia ao certo se estava sendo uma boa esposa ou uma boa mãe
Me esforcei ao máximo para ajudá-la aproveitando o momento para contar sobre todas as coisas que me aconteceram. E no final da tarde não havia mais desavenças entre nós.
Terminando a sobremesa me retirei subindo até meu quarto, depois de ter a porta fechada atrás de mim, pude refletir sobre tudo que tia Dulce me dissera. E estranho eu estar com um frio na barriga, mas, não consigo esquecer o fato de Caleb estar desaparecido.
Lembro-me que quando criança, brincava-mos juntos, pensávamos em crescer e nos tornarmos aventureiros e termos uma cabana no meio da floresta e correr a cavalo.
Depois de algumas horas pude finalmente me permitir descansar, deito-me sem hesitar sentindo minhas pálpebras pesarem, e logo a escuridão reina.
Me desperto com o barulho do vento batendo na janela, olho a hora e ainda são 3 : 00 da madrugada, com os olhos cerrados percebo está chovendo, levantei com o lençol em meu corpo, o chão está gelado e a chuva estar um tanto forte.
Assim que ia fechar a janela algo chamou minha atenção, me esforcei para ver o que era e ao longe pro meio da grande floresta pude ver uma porta aberta e o vento a batendo e tinha uma luz que permitia ver aquilo .
Pego minha capa e coloco minhas botas, sei que posso estar me precipitando a sair nesse temporal mas, preciso saber o que é aquele lugar.
Depois de ter decido as escadas e abrir a porta senti minhas mãos tremerem e o forte frio me bater, sem hesitar corri até o local, não demorou muito até lá, mas , ao olhar em redor não há segurança de nada e a chuva só estar aumentando .
Ao entrar no lugar, pude perceber que era uma cabana , estava escura e aos cantos vi vários ratos, quem viveria num lugar como esse , e porque só agora me lembrei que devia ter trazido uma lamparina.
Estava já pensando em voltar quando derrepente ouço o barulho da porta se fechando.
_ QUEM ESTA AI ? VAMOS APAREÇA ! _ olhei ao redor e não conseguia ver nada até que sinto um calafrio percorrer meu corpo e um alito quente surgir no meu pescoço.
_ olá Bena, a quanto tempo, estou feliz que veio me visitar.
_ Caleb... é você! O que aconteceu com você, onde você estava ?
_ você não precisa saber, mas, escute o que eu vou dizer ! Saia daqui, agora ! Fuja enquanto pode e não olhei pra traz, vá agora !
_ espera, porque eu tenho de fugir ? Fugir do que exatamente, ou melhor de quem ? Falei e senti meu corpo todo tremer, não estava conseguindo pensar em nada, não sabia o que estava acontecendo.
_ não faça perguntas, somente vá agora, e não olhe pra traz.
Sem hesitar corri sem se importar em olhar pra traz, entrei na casa e sem mais esperar subi as escadas.
Terminei de arrumar minhas malas e ao olhar pela janela pude vê-lo em frente à casa com uma faca nas mãos, me aprecei em sair dali e quando consegui o observei mais uma vez.
Ao voltar para o interior, não sabia ao certo o que fazer ou dizer.
Meses depois soube que tia Dulce havia sido assassinada, juntamente com tio Filipe e sua esposa Maria. Fiquei em choque com a notícia, mas, nunca contei à ninguém o que havia acontecido na noite em que sai de lá.
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Um segundo encontro
Short Storydisposta a refazer sua vida, Bena viaja para a capital de São Paulo com o objetivo de esquecer seu passado, mas ao saber de todos os acontecimentos que ocorreram durante 5 anos longe de sua tia uma sensação de medo à invade até que na noite de madru...