Capítulo único

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—Kuroko... Você está certo que é esse o caminho? — Kagami Taiga perguntou ao colega de equipe de basquete. Ambos os garotos estavam caminhando sobre a calçada de uma rua deserta. 

Kuroko, que estava até então perdido em seus pensamentos, acenou com a cabeça, garantindo que aquele caminho era o que os levaria até o cemitério da cidade.

Estava frio, mesmo para suas roupas aconchegantes. Kagami tremeu, arrumando o cachecol em volta de seu pescoço. Respirando fundo, Taiga conseguiu avistar —com dificuldade, por causa da névoa —de longe o grande portão do cemitério da cidade. Sentiu seu corpo tremer. Não que estivesse com medo, só não gostava de ir a lugares como aquele. Oras, quem gostava de ir ao cemitério às 03:00 da manhã, no horário que os demônios estão à solta? 

—Chegamos —O menor declarou, fazendo com que o ruivo revirasse os olhos.

Em frente à entrada da casa dos mortos a atmosfera estava pesada, criando um certo medo em Taiga que o fez engolir em seco. 

—Vamos logo tirar essa foto no túmulo do avô da treinadora para irmos embora logo. —Grunhiu. 

Os dois jogadores tinham que ir até o túmulo do falecido avô de Riko para tirar uma foto e mostrar a ela. Eles precisavam fazer isso ou não iriam jogar no próximo jogo, que era contra um dos jogadores da Geração Milagrosa. 

Taiga e Tetsuya juram nunca mais ficar de recuperação, senão eles iriam ter que sofrer a fúria da pequena treinadora —e, claro, não iriam querer voltar àquele cemitério. 

—Kagami, você, por acaso, está com medo? —Kuroko perguntou divertido, deixando um sorrisinho ladino aparecer em seus lábios. 

Sem pensar duas vezes, Taiga deu um soco no topo da cabeça de Tetsuya. 

—Tá achando que eu, o grande Kagami Taiga, estaria com medo de um cemitério? —Encarou Kuroko, ainda parado na entrada; suas pernas não saíam do lugar. 

—Eu estou com medo. —Comentou, deixando o amigo surpreso. Kuroko estava com a mesma expressão de sempre e não demonstrava sinal nenhum de que estaria com medo. 

Os dois garotos adentraram o cemitério, sentindo que o ar estava mais gélido do que do lado de fora. Começaram a andar entre as covas, a procurar pelo túmulo do parente de Riko. 

—Uma vez eu vim aqui no cemitério com minha mãe —Começou seu relato, chamando atenção do outro para si —Ela veio a noite, porque era o aniversário do meu avô e ela queria comemorar com ele. 

Sentindo um arrepio percorrer seu corpo, o ruivo parou de andar e, gaguejando, disse: 

—S-sua mãe é uma espécie de ma-macumbeira? 

Não estava conseguindo entender ou raciocinar. Por que a mãe de Kuroko iria comemorar o aniversário de seu pai na cova dele? 

Olhando para os lados, teve a total certeza do mundo que aquele local não era onde uma pessoa deveria comemorar um aniversário de um falecido; era feio, frio, tinha covas por todas as partes, tinha árvores estranhas e, a qualquer momento, uma assombração poderia aparecer ali. 

—Não. Ela faz isso todos os anos —Começou a caminhar novamente, podendo ouvir os sons dos galhos quebrando no chão atrás de si, indicando que o mais alto não estava mais parado —Enfim, enquanto minha mãe estava acendendo as velas na cova do meu avô eu senti que alguém estava nos observando...

—E...? 

—Eu olhei e não vi ninguém, somente eu e minha mãe. Entretanto, eu ouvi uns passos... E fui atrás para ver o que era. —Olhou para trás e encarou Taiga que paralisou. 

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⏰ Última atualização: Sep 03, 2021 ⏰

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