Capítulo 25

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Capítulo inspirado nas músicas:

Bleeding Out – Imagine Dragons

Realize – Colbie Cailat

Call Your Name  - Daughtry

Turning Tables – Adele

Cry – Rihanna

25º

Estávamos no quarto do Ryan. Quando os meus olhos param na cama, lembrei-me da última vez que aqui estive. Foi quando adormeci junto a ele. Doía pensar nisso, mas eu estava aqui para mudar isso.

No entanto eu sinto que alguma coisa mudou. Quando esta manhã decidi que iria falar com ele, não estava à espera de o ver nos braços dela. Não estava à espera que fosse faltar às aulas para provavelmente estar com ela.

Mas, então, o que é que eu esperava?

Também não sei o que esperava quando chegasse a altura de falar com ele. Acho que ainda estou em estado choque com as mudanças abruptas na minha vida.

Senti o meu coração apertar de novo. Os lábios dele colados no pescoço dela, a forma ritmada dos movimentos provocantes de ambas as partes e o facto de que à um tempo não tão longínquo, era eu que estava na posição daquela rapariga. Era eu que recebia aqueles beijos, aquela paixão. O que é que eu fizera de mal? O que é que eu havia dito para que me estivesse a castigar desta forma?

Era como se ele me tivesse feito precisar dele, para que quando me deixasse eu me fosse sentir miserável. E eu sinto-me miserável.

Preciso dele. Preciso do conforto que ele começou por me dar. Preciso da compreensão dele incondicional. Preciso dos problemas dele para não me sentir tão sozinha.

Não deixa de ser irónico que, quando nos conhecemos, eu abrira as minhas defesas e fiz de tudo para não o deixar entrar. Mas ele de alguma maneira havia conseguido escavar essas barreiras tão duramente construídas, e tudo para quê?

Para me poder destruir o coração em milhões de pedaços? Para que me fizesse miserável? Eu agora estava desamparada. E isso deixa-me ainda mais assustada do que a ideia de estar apaixonada.

Nunca senti as borboletas na barriga e a alegria que sentia com o Ryan com ninguém, mas também nunca sentira tanta dor causada pela mesma pessoa.

- E então? – disse atrás de mim.

Virei-me para o encarar com uma coragem que provavelmente desceu dos céus à velocidade da luz para este momento em especial.

- Quero resolver isto. – respondi-lhe simplesmente. – De uma vez por todas.

Olhou para mim, inexpressivo. Estava encostado à parede com as pernas e braços cruzados sem qualquer traço de emoção.

- Estás a falar do quê, exatamente? – continuou num tom de voz amargo e distante.

Quem era este rapaz? Onde está o Ryan amigo, carinhoso e gentil? Que raio?

- Pára. – avisei num tom igualmente gélido. – Não me fazes de parva e sabes exatamente do que estou a falar. Portanto, tens duas hipóteses: ou és um homenzinho e falas comigo ou vais continuar a esconder-te e a evitar cruzar-te comigo como uma criança?

Recompôs-se e endireitou-se, saindo de perto da parede e caminhando até mim.

- Já se falou tudo o que havia a falar. – parou mesmo à minha frente e naquela profundidade só conseguia distinguir uma coisa: indiferença.

I saw it in your eyesOnde histórias criam vida. Descubra agora