Mudanças (Romance Gay)

Capítulo 44

Separamos nossos lábios, eu me levanto, tomo um banho, e quando sai, o Theo perguntou:
- Será se não é bom levar alguma coisa?

- É… No corredor tem um armário com algumas toalhas, lençóis e fronhas.

Essas foram as últimas palavras que trocamos lá, depois de pegarmos algumas coisas, fomos ao meu carro e voltamos para onde o pessoal estava.

Quando estacionei o carro, eu desci, e o pessoal veio até a gente, e o Kai perguntou:
- Tem água?

- Tem sim… - Respondi

Mas o Marvin disse:
- Bem, vocês demoraram um bocado, mas nem precisou, porque eu consegui puxar água pela encanação e encontrar o problema.

- É mesmo, vocês demoraram, aconteceu algo? - Perguntou a Ayla

Tento disfarçar, e respondo:
- Não, a gente só aproveitou e tomou logo um banho lá...  É… Eu tô um pouco cansado, já vou deitar. Dentro do carro tem toalhas e lençóis, caso precisem.

Entrego a chave do carro para Ayla, entro dentro da casa, vou pro quarto e me deito.

Gael P.O.V

Quando o Levi chegou, ele parecia meio desanimado, não só ele, como o Theodore também. Ele não é de dormir cedo, nem quando precisa. Enquanto a gente ficava conversando e comendo, eu vejo o Theo me chamando discretamente para conversar. Ele se afasta dos outros, e eu o sigo, até que ele para, e disse:
- Você precisa conversar com o Levi.

- O que aconteceu lá? - Pergunto

Ele vira de costas pra mim, e fala:
- Ele descobriu…

- O que?

- Sobre minha família e o Arthur.

- Mas e por que ele ficou daquele jeito?

Eu ouço ele fungar o nariz como se tivesse chorando, e ele diz:
- Meus pais causaram o acidente dos pais dele.

Ouvir aquilo me chocou, principalmente, porque eu sei que eles se gostam, e o Levi descobri isso, não deve ter sido fácil.

- Eu sei que ele pode não querer mais olhar na minha cara, com todo direito dele. Mas tenta falar com ele - O loiro fala, com uma voz meio falha.

- Ei, tá tudo bem, ok? O Levi sabe que você não tem culpa pelo erro dos seus pais. Ele só está meio em choque, eu vou falar com ele. - Digo, e saio, indo em direção a casa.

Vou até o quarto, quando entro, o Levi está deitado no canto da cama, então o chamo:
- Levi?

Ele não se mexe, então percebo que ele não está dormindo, porque a respiração estava pesada. então digo:
- Você claramente não sabe fingir que está dormindo…

- Me deixa, Gael… Se quiser dormir, se deita e cala a boca. - Ele fala

- Hum…O Theodore me contou. - Digo

Ele se vira pra mim, e vejo que ele está com o rosto molhado, então me aproximo dele, me sento do lado dele, passo minha mão no rosto dele, e ele fala:
- Quero abraço…

- Se afasta.

Ele se afasta, dando espaço pra mim, então por trás dele, o abraço de conchinha. Desde que éramos pequenos, costumávamos se deitar de conchinha, e fazer carinho até o outro se acalmar. Depois de um tempo abraçados, eu digo:
- Olha, eu sei que não é fácil, mas você não pode culpar o Theo por um erro dos pais dele…

Ele se vira, e olha pra mim:
- Não tô culpando ninguém por nada, é só que você sabe que eu não gosto de mentiras, principalmente depois de tudo o que está acontecendo.

- Quer dizer que você está bem? - Pergunto

- Em parte sim. - Responde - Por que?

- O Theo tá com medo de você não querer mais falar com ele. - Explico

Ele solta uma risada fraca, e diz:
- Coitado o soco deve ter assustado…

- Soco? - Estranho

- É… Mas amanhã eu te conto, e falo com ele, já vou dormir…

- Ok, mas fica bem. - Digo e volto pra onde o pessoal estava.