Capítulo 20
Léo
Esticado no sofá com meus braços ao redor de Otávio, não tinha vontade de me mexer. Ele estava quieto, se encolhendo contra mim e relaxado. Agora, porém ele insistiu que levantássemos e nos mexêssemos. — Eu vou deixar você escolher o próximo filme. Não quero me levantar. — Estava confortável e me aconcheguei nos braços dele. Não queria me mexer.
— Que bom que você gosta de receber ordens, — Otávio respondeu alegremente. — Porque estou mandando você se levantar para que possamos fazer algo. Escolha algo, qualquer coisa, mas eu quero que este lugar se pareça como um lar... — Ele parou abruptamente de falar.
Eu virei minha cabeça e beijei-o suavemente. — Eu também quero uma casa de novo. Tem sido tão solitário aqui e tão... Triste. Eu não quero mais isso. — Respirei fundo, tentei descobrir como seria o nosso lar em vez de apenas um alojamento de estudantes. — Que tal limparmos a casa dos meus pais? Durante a semana eu fui lá algumas vezes e continuei a limpar e embalar. — Eu estava disposto a virar essa página. Para termos nosso lugar.
Fiz um progresso muito bom na última vez, mas foi mais do que eu estava pronto para fazer. Entre tudo o que estava pensando sobre mim mesmo e como eu estava começando a ver Otávio, limpar o quarto deles tinha sido apenas a última gota. Eu não tinha certeza se seria mais fácil agora, mas mesmo que não fizesse sentido, eu sabia que estava pronto.
Otávio hesitou, mas ele assentiu. — Sim, — ele disse lentamente. — Eu acho que seria uma boa ideia. — Ele olhou para mim. — O que você quer fazer com a casa? Você sabe, quando tudo tiver ... Limpo?
Meu estômago começou a girar. O primeiro pensamento que veio à minha cabeça foi... Muito. Mas isso o assustaria? Fui para frente e para trás mentalmente por tanto tempo que ele finalmente me deu um daqueles olhares "qual é o seu problema". — Eu não sei, alugar pra ter uma renda? — Eu sou um covarde.
Otávio bufou. — Ok, certo. Tente de novo, eu não sou um idiota.
— Tem uma cama grande o suficiente para nós dois... Um dia. Eu sei que nós não conversamos exatamente sobre essas coisas e você pode não querer isso, e eu estou desviando de balas e claramente louco, mas eu gosto disso... Eu gosto de nós assim, e eu não quero dormir sozinho a menos que você queira espaço porque eu sei que sou uma pessoa preocupante e posso te enlouquecer, mas...
Otávio finalmente interrompeu, felizmente parando minha bagunça. — E eu aqui pensei que você ficaria maluco se eu dissesse que queria mudar pra casa dos seus pais porque tem espaço e poderíamos transformar um dos quartos em um canil, — ele disse presunçosamente. — Seu quarto aqui é um pouco menos divertido, mas seria bom não ter que me enfiar naquela pequena cama para que eu possa cuidar melhor de você.
O sorriso de Otávio vacilou um pouco, no entanto.
— Não imediatamente. Não até que... Nós pintarmos, movemos as coisas e... Queimamos o colchão. Você sabe, o habitual. — Ele ofereceu um sorriso tímido.
—Tudo bem, vamos esperar para queimar o colchão até conseguirmos um novo, mas eu estou queimando. Eu nem quero saber o que aconteceu naquele quarto. — Eu ignorei as imagens nojentas que tentaram aparecer na minha cabeça. Foi fácil, porque tudo o que eu realmente podia focar era uma palavra.
— Um canil? — Eu sabia que ele estava brincando, mas... Nunca pensei em algo assim. Era uma loucura, não era?
— De tudo o que eu disse isso é tudo que você prestou atenção? — Seu sorriso sarcástico se alargou.
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Aprendendo a ser um cachorrinho (Completo)
Художественная прозаSinopse O mestrado deveria ser o começo de sua caminhada para uma carreira acadêmica, não descobrir sobre suas próprias fantasias mais sufocadas. Quando um projeto de pesquisa empurra um Leonardo super confuso para uma experiência inesperada, ele n...