Capítulo 28

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Pov. Carol

Dei uma colherada de sopa para o Henrique que mastigou devagar e coloquei a mão na sua testa. Ele estava pálido, mas pelo menos a febre tinha baixado.

- Se sente melhor? - perguntei preocupada e ele assentiu.

- Posso brincar com a Heloísa depois? - ele perguntou limpando a boca na camisa e me segurei para não brigar com ele.

- Tem guardanapo aqui, pequeno. - entreguei para ele e olhei para Hugo que brincava com a Day no sofá. - A Heloísa está dormindo. Mas se quiser pode brincar com o Hugo até ela acordar. - sorri fraco.

- Mas ele não gosta de brincar de massinha. - Henrique falou torcendo a boca enquanto olhava para o irmão.

- Brinque de algo que ele gosta então. A vovó trouxe o boliche, brinquem de jogar a bola um para o outro.

- Tudo bem. - ele falou descendo da cadeira e foi até o irmão.

- Quer que eu te dê na boca também? - perguntei para Helena que encarava o prato de sopa. - Se não gostou posso preparar outra coisa.

- Eu não sou mais bebê para ganhar comida na boca. - ela falou arrumando sua postura e eu coloquei minha cadeira ao lado dela.

- Hoje eu dei comida até na boca da mamãe Day, lembra? - peguei a colher e assoprei. - Experimenta.

Ela comeu uma colherada e me olhou desanimada. Helena estava tão afetada quanto eu e a Day. Minha pequena era muito nova para passar por tudo aquilo. Por sorte Henrique não entendia muito o que tinha acontecido, mas Helena parecia ter entendido o quão sério era tudo aquilo.

- Por que está chorando? - Helena perguntou tocando meu rosto.

- Sinto muito que você tenha passado por isso, meu amor. A mamãe promete que isso nunca mais vai acontecer, ok? Me perdoa.

- Não estou triste com você, mamãe. Só estou com medo daquele homem.

- Ele não vai mais nos machucar. - Day falou sentando ao lado dela. - Eu te amo muito, minha princesa. Logo estaremos em casa e você vai voltar para a escola nova.

- Mamãe, o Hugo me mordeu! - Henrique gritou e eu franzi o cenho.

- O que aconteceu para ele fazer isso? - perguntei olhando para o seu braço vermelho.

- Eu fui ensinar ele a jogar a bola, então ele me mordeu. Seu bobo! - Henrique jogou a bola no Hugo que começou a chorar.

- Não pode morder seu irmão, ok? Isso machuca. Faz dodói. - falei séria e Hugo começou a gargalhar.

- Bola. - ele pediu subindo no meu colo e pegou a bola. - Pega! - ele gritou jogando para o lado oposto de Henrique que cruzou os braços.

- Eu não quero mais brincar com ele.

- Certo. - murmurei olhando para Hugo que mordeu meu braço. - Para com isso, Hugo! - gritei e ele saiu do meu colo.

- Ele quer me morder de novo. - Henrique falou se afastando do irmão e Day pegou o Hugo no colo.

- Quando foi que ele ficou tão desobediente? - perguntei indignada.

- Ele não é desobediente, amor. Só que ele não entende se falarmos desse jeito. Da próxima vez começa a chorar que talvez ele entenda.

- Ah, claro. - ri de suas palavras e ela continuou séria.

- Não estou brincando. - ela murmurou antes de sumir pelo corredor com Hugo no colo.

Certa para você - Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora