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Algumas feéricas me ajudam a me vestir. Elas ficaram tão maravilhadas com a ideia de vestir uma feérica com asas que até fizeram um vestido longo adaptado para mim com animação.

Depois de me banhar e passar mais um pouco da pomada, visto o vestido azul escuro com um decote avantajado que mostrava minha tatuagem no meio do peito. Decidi fazer essa tatuagem depois da primeira Queda das Estrelas que vi. Foi tão emocionante que decidi gravar isso na própria pele, porém a tatuagem não consegue descrever a mistura de emoções que senti naquele dia.

Uma das feéricas  faz uma trança longa em meu cabelo e coloca ela em meu ombro.
—É a fêmea mais linda que já vesti — a feérica que aparentava ser a mais nova elogia com os olhos azuis brilhando ao olhar para mim. A outra feérica concorda e sorri de orelha a orelha.

—Vocês são muito gentis — falo e vejo as bochechas delas ficarem rosadas. Pareciam ser irmãs.

A música já tocava havia algumas horas e Grewn me esperava do lado de fora do meu quarto inquieto. Abro a porta e ele me olha de cima a baixo. Ah, como os machos são transparentes e fáceis de impressionar. O olhar de Grewn vai direto para o decote antes mesmo de olhar nos meus olhos.

Dou uma giradinha e Grewn gargalha.

—Nada mal para quem estava podre hoje de manhã — falo e dou de ombros.

Descemos as milhares de escadas e chegamos ao salão. Minha chegada é notada por todos e tento não entrar em desespero quando vejo alguns illyrianos no canto do salão. Eles precisavam ser espertos para não pronunciar meu nome ou se aproximar para conversar comigo. Grewn me leva até uma mesa com bebidas e comidas. Coloco três petiscos na boca e bebo um copo de suco. Estava morrendo de fome. Observo os enfeites da mesa, alguns vasos de plantas e correntes de ouro que faziam meus olhos brilharem.

Olho de soslaio para Grewn e vejo ele distraído. Pego uma corrente e coloco no sutiã. O metal gelado me faz rir e Grewn me encara com a testa franzida.

—A comida está ótima — falo para disfarçar e olho a multidão.

Até agora não vi o tal suspeito, só fêmeas muito bem arrumadas e pares dançando alegremente no centro do salão. Vejo Eris conversar com uma feérica e me encarar ao mesmo tempo. Ele sorri de lado e aquele fogo em seu olhar aparece novamente. Não era interesse, como com Grewn, era algo a mais. Novamente meu corpo pega fogo e desvio o olhar. Como deve ser a sensação de beijar Eris?

Balanço a cabeça rápido para tirar esses pensamentos ridículos da mente. Acho que não conseguiria chegar tão perto dele. Eris é...um canalha.

—Ei! — ouço uma voz feminina familiar e quase saio correndo daqui. Kolly me olha boquiaberta e surpresa. — O que aconteceu com você? O que está fazendo aqui? — ela pergunta após me abraçar.

Sinto Grewn se aproximar para ouvir a conversa e puxo Kolly para longe. Se ela falasse algo, tudo estaria arruinado.

—Meu nome é Violet e agora sou uma espiã de Eris  Não conte para ninguém senão eu mato você — falo séria e ela concorda com os olhos arregalados. A ameaça não foi da boca para fora, por mais que tenha gostado muito de Kolly.

—Como isso aconteceu? Me explica tudo.

Sentamos em uma mesa e começo a contar tudo o que aconteceu. Desde o sequestro até agora. Kolly fica chocada e diz que ainda vou parar na cama de Eris.

—Ninguém resiste, Violet — ela pronuncia meu nome com uma careta e eu gargalho.

—Eu não sou qualquer uma, Kolly. — Pisco o olhar para ela e fico séria ao ver o suspeito entrando no salão. Procuro por Grewn e o mesmo já estava olhando para mim, ele faz sinal com a cabeça para eu prestar atenção e some no meio da multidão.

Cortes de Chamas e MemóriasOnde histórias criam vida. Descubra agora