Narrador on
Baji tremia, sua respiração estava irregular, poderia morrer só de pensar, ele iria entrar em Valhalla como um espião, mas ele não contava com a prova de lealdade
Obviamente ele imaginava que teria uma daquele nível, mas saber que teria que fazer aquilo o dava a vontade de vomitar
Ele tinha que bater no seu braço direito da Toman, Chifuyu, para passar no teste, ele não podia, simplesmente não podia, Chifuyu era a pessoa mais importante do mundo para ele, não poderia machucá-lo
A prova seria amanhã, e ele teria que levar Chifuyu lá para abatê-lo na frente de toda a Valhalla apenas para entrar nessa porcaria
Uma vez havia jurado para si mesmo que protegeria Chifuyu de todo mal imponente que ele não conseguisse lidar, mas como ele iria proteger Chifuyu sendo que dessa vez o mal era ele?
Chifuyu sabia se cuidar, aliás era o vice-capitão da primeira divisão da Toman, mas como todo humano ele não era páreo para tudo
Baji era muito mais forte que ele, muitas outras pessoas também, e eram dessas pessoas que ele protegeria Chifuyu
Mas ele iria descumprir essa promessa, ele iria bater em Chifuyu amanhã, isso o que desesperava ele, rezava a todos os deuses — quais não acreditava — para o loiro se defender e revidar, assim seria menos doloroso, pelo menos saberia que ele não ficaria lá feito um saco de batata apanhando na frente de toda aquela gente
Se fosse para contar essa situação a alguém — coisa que não faria nem em um milhão de anos — ele diria que esperava que Chifuyu revidasse para não estragar a reputação de Toman
Mas ele estava pouco se fodendo para Toman agora, porque para o bem da Toman ele iria encher Chifuyu de porrada
O moreno estava praticamente tendo uma crise, até que ouviu alguém bater na porta, existiam pouquíssimas pessoas que tinham coragem de bater na porta dele, nem mesmo o síndico já foi lá bater, e uma delas era o dono de todo o desespero
Respirou fundo e se recompôs, ele não podia aparecer fraco para ninguém, nem mesmo para ele
Abriu a porta e encontrou Matsuno ali, ele olhava o celular segurando-o com a mão direita, enquanto o braço esquerdo segurava um saco de pão fresquinho, quando a porta abriu ele ergueu seu olhar até ele e sorriu
Ele destruiria esse sorriso amanhã...
— Baji-San! Eu trouxe uns pães quentinhos da padaria aqui perto, você quer? —O mais novo perguntou guardando o celular, o coração de Baji se aqueceu com a gentileza do outro
—Tenho cara do João que vive comprando coisa? Entra logo— Disse ríspido, Chifuyu pareceu não se importar mas o próprio Baji se importou, ele iria tentar ser ao menos gentil com ele dessa vez
Chifuyu entrou sem ligar para as palavras rudes e sentou-se na mesa seguido por Baji
Aquela foi uma noite mais comum do que o maior imaginava, isso o surpreendeu totalmente, ele se sentia mais leve perto do loiro, era um sentimento inexplicável
Talvez fosse essa a idiotice que casais apaixonados sentem uns pelos outros, mas Baji ainda achava aquela carência toda um exagero
Permitiu-se rir e ser gentil naquela noite como havia combinado consigo mesmo, isso surpreendeu Chifuyu mas ele havia gostado disso, claro que ainda haviam momentos em que Baji agia como...Baji
O moreno deixou Chifuyu dormir lá, algo raríssimo de se conseguir, o loiro até brincou dizendo que ele não era Baji e sim Keisuke
Agora estavam deitados, Chifuyu dormia no sofá e Baji encarava seu rosto sereno, o qual ele iria quebrar amanhã
Ah Amanhã...
Talvez seja o pior dia da vida de Baji, ou talvez o de Chifuyu, nunca se sabe ao certo
O mais velho olhou para as suas mãos, ele iria sujá-las de sangue amanhã, mas não de qualquer sangue, e sim do garoto que prometeu proteger
Iria olhar para as suas mãos diferente pelo resto da vida, pois sujou elas com sangue que se importaria em derramar
Nunca se sentiu arrependido em bater em alguém, mas lembra muito bem de como é ver alguém sujar suas mãos de sangue e se arrepender
Pois o sangue era a cor do arrependimento
E arrependimento mata
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Sangue é a cor do arrependimento || Tokyo Revengers || Bajifuyu
FanfictionEra a véspera da prova de lealdade para entrar em Valhalla, e Baji já se sentia arrependido pelo futuro sangue derramado