Encarando o carrasco - 119

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          Seguem todos sentados no fundo de veículos militares, algemadas as mãos, presas aos pés.

          — Jow, pra onde estamos indo? Por que Norffi tá preso?

          Jow, sentado ao chão, vira lentamente a cabeça para o lado esquerdo e com olhar de ódio olha dentro dos olhos do soldado dos Leviatãs armado e encapuzado que os observa o tempo todo e volta a olhar para baixo:

          — Não se preocupe Norffi, vamos ficar bem. Basta você ficar quietinho e só fazer o que eu disser que ninguém vai fazer nada conosco... Ninguém é louco pra tanto.

          O comboio segue frenético rumo ao QG dos Leviatãs, será pouco mais de um dia de estrada. Para poder acelerar mais a jornada, eles abandonam os veículos mais lentos, maiores e pesados que forem desnecessários, como o caminhão de combustível, os veículos rebeldes e as motos. Eles continuam escoltados pelos militares do Vale em direção a Cidadela enquanto os Leviatãs, com os prisioneiros, vão na direção oposta.

          Ao chegarem no grande complexo de hangares, galpões e escritórios dos Leviatãs, os Rebeldes, algemados e encapuzados, são levados às celas da enxovia, na parte subterrânea, abaixo do prédio administrativo.

          — Coronel, eles estão todos contidos e foram colocados em celas separadas. Mas ainda estou preocupado... Durante a missão, o Sr. Jones se mostrou muito estrategista, dando a impressão de ter controle de tudo à sua volta. Ele pode ter contado com essa possibilidade, não acho que estamos seguros aqui.

          — Eu assumo daqui, Tenente, você e seus homens pedem descansar e aguardar novas ordens. — Responde o Coronel Bradis.

          — Entendido Coronel. Permissão para me retirar.

          — Permissão concedida.

          O Coronel vai até a sala principal da General se apresentar e passar o relatório do feito. É recebido pelo Coronel Julian Tompz, braço direito de Farhat:

          — Venha comigo Coronel, ela já o aguarda.

          Tompz o acompanha até a porta, a abre para que o Coronel Bradis entre, em seguida fecha a porta e sai, deixando-o a sós com o ocupante da sala. É uma grande sala que fica na borda do prédio, com toda parede do fundo de vidro, permitindo um belo panorama de toda paisagem à sua volta. Ao centro da sala há uma mesa, e atrás dessa mesa uma cadeira giratória, com um grande encosto virado para a porta, dando a entender que quem a ocupa, está de costas para quem entra, e de frente a parede de vidro.

          — Meu velho amigo Bradis... Parece que você realmente conseguiu dar como concluída nossa maior e mais importante missão da Corporação. Minhas reverências ao Senhor e sua equipe.

          — Disponha General, é meu dever servir e atender as necessidades da Corporação. O que devemos fazer com os prisioneiros que trouxemos?

          — Embora agradecida, tenho que dizer que sua tarefa ainda não acabou, temos ainda mais um trabalho a ser feito. E não tem a ver com os prisioneiros que estão aqui. Enquanto estava a caminho daqui, mandei reunir todos os soldados Leviatãs a nossa disposição e que aguardassem em formação no batalhão, temos quase 3 mil homens no hangar.

          — E o que a Senhora deseja que seja feito?

          — O Senhor sempre foi muito bom com discursos motivadores, então, irá até lá falar com eles. Vão pegar todos os veículos e todas armas e munições que puderem levar e partirão imediatamente. Deixarei aqui apenas o contingente mínimo para a segurança do quartel, sob as ordens do Coronel Tompz.

Mundos Entre Luas - A Resistência (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora