Capítulo Único

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_ Você não está mais na guerra. - Carine comentou passando as pontas dos dedos pela plaqueta que pendia no pescoço dele.

_ Tem certeza?

_ Não a do tipo que te faz precisar disso.

Aquela era a primeira vez que ela realmente via o pingente, nunca tinha realmente parado para pensar no que tinha no fim do cordão que estava sempre escondido por baixo das camadas de roupa que Bucky usava.

_ Eu me acostumei a usar, é estranho ficar sem.

_ Você não precisa ser um veterano de guerra para sempre. - Aconselhou e lhe deu um beijo no rosto se despedindo, se ficasse mais, se atrasaria para o trabalho.

Aquilo lhe deixou pensativo. Como deixar para trás os anos que constituiam a maior parte de sua vida?

Ela fazia tudo parecer tão mais fácil de superar e esquecer, talvez fosse por isso que ele gostava tanto de estar em sua companhia. Ela não era sobre o passado e sim sobre o futuro, ele gostava daquela leveza.

Mas as vezes lhe frustrava também. Queria ele que fosse fácil assim esquecer tudo o que viveu desde que saiu dos Estados Unidos para a guerra.

It's time for execution, time to execute

Time for execution, time to execute

_ Buck, por que você não atende o telefone? - Perguntou quando finalmente se encontraram onde tinham marcado, próximo a bomboniere do cinema.

_ Eu não sei onde deixei. - Ele respondeu sabendo que Carine surtaria.

_ Céus, outro?

_ Me desculpa.

_ Você vai ter que se atualizar, precisamos de um com rastreador.

_ Eu não quero nada me rastreando.

_ Não é você, idiota. É o aparelho.

_ A gente tem dinheiro para comprar outro.

_ Ah, cale a boca. Quando eu cheguei aqui você dormia no chão. - Ela brincou e ele não pode deixar de pensar sobre aquilo.

Aos poucos ela ia lhe fazendo largar os velhos hábitos e se sentir um pouco mais encaixado naquele mundo futurista que nunca havia pensado ver existir.

Does it feel like we've never been alive?

Does it seem like it's only just begun?

Tudo para Bucky era novo, da praticidade da internet até o comodismo do delivery de supermercado e ainda assim, ele parecia sempre mais empolgado em descobrir algo novo quando a experiência envolvia ela.

Carine era o sol após o dilúvio.

_ Esses óculos me fazem enxergar engraçado. - Ele comentou quando as luzes do cinema abaixaram.

_ Espera até chegar nas partes do filme que ficam interessantes. - Ela aconselhou e ele assentiu.

Dito e feito, ela não pode deixar de se divertir com a reação do homem ao seu lado quando os efeitos 3D escapuliram da tela na frente dos seus olhos.

Ele parecia uma criança maravilhada com as aulas de ciências quando o filme terminou. Carine gostava de ver aquele sorriso no rosto dele, aquele que aparecia a cada nova descoberta positiva do presente.

Durante todo o caminho até o apartamento dele no Brooklyn, comentaram sobre o filme e sobre o que esperavam da continuação que mal tinha sido anunciada.

O fim de tarde tinha um clima leve o suficiente para que fossem caminhando, diferente da tensão esquisita que havia surgido entre eles naquele dia.

E quando finalmente se viram sozinhos no apartamento, Carine decidiu que teria de ser ela a dar o primeiro passo para lidar com aquilo. Num instante, estavam sentados no sofá comendo o que tinham pedido por telefone, no outro, ela dizia que queria beijá-lo e então, estavam nus no quarto dele.

The evolution is coming, a revolution has begun

(It has begun!)

Quando a mão de vibranium se emaranhou nos cabelos da nuca dela lhe puxando para trás, o gelado metal lhe arrepiou de novo. Era uma sensação única demais, estar ali, os braços apoiados na cabeceira da cama que batia contra a parede sustentando o corpo enquanto ele fazia sua alma desgrudar e transformava seu sistema em uma montanha russa. Os gemidos dela se tornaram ainda mais altos quando ele investiu ainda mais firme, com certeza levariam esporro do síndico mas naquele momento nada daquilo importava. A adrenalina que corria pelas veias de ambos só os permitiam pensar em como não queriam parar.

_ Quer mudar? - Ele perguntou quando percebeu que o corpo dela começou a ser responsivo demais.

_ Sim. Minha vez. - Ela disse e ele diminuiu os movimentos, puxou-a contra si ainda pelos cabelos e beijou-lhe a nuca, fazendo-a contrair-se.

Quando ela o fez se apoiar contra a cabeceira que instantes antes ela se segurava, as mãos dele lhe puxaram para si em uma pressa desesperada que fez Carine rir.

_ Eu não vou a lugar nenhum, fica tranquilo. - Brincou mordendo o sorriso e ele fez questão de desmanchar a expressão convencida que ela tinha com um beijo que deixou ambos com a respiração completamente descompassada.

A mão de vibranium segurava firme na cintura dela, possessiva e demandando um ritmo que não tardou a cansar os músculos das pernas dela, a outra mão fazendo questão de alcançar cada um dos pontos onde ela se mostrava mais responsiva. E ele não deixou de notar quando os movimentos se tornaram menos regrados, trocando de novo a posição que estavam.

Ela agradeceu quando sentiu as costas caindo contra o colchão, mas seu cérebro parou de funcionar no instante seguinte, quando o braço que não sustentava o peso do corpo dele acima do seu subiu por seu corpo e os dedos dele se apertaram levemente ao redor do pescoço dela. As plaquetas de identificação do exército que ele sempre usava agora batiam vez ou outra contra seu rosto, as sensações eram tantas que seu corpo nem sabia o que processar primeiro. Não demorou para que ela sentisse todo seu corpo tensionar e tudo se tornar borrões.

Carine ainda conseguiu distinguir o brilho nos olhos dele antes que ele os fechasse e se perdesse completamente no orgasmo que lhe engoliu.

Ele repousou a testa contra a dela, a respiração pesada um do outro era tudo o que se fazia ouvir no cômodo. Ela soltou uma pequena risada ao levar as mãos até os pingentes.

_ O que foi?

_ Hoje de manhã, quando passei aqui para te entregar o que Sam tinha lhe mandado, eu fiquei realmente preocupada por você ainda usar isso. - Ela fechou os olhos, embaraçada pela confissão que viria a seguir. - Agora eu nunca mais quero que você tire.

_ Isso significa que o que aconteceu aqui vai se repetir? - Ele perguntou depois de deixar o corpo cair na cama ao lado dela.

_ Se depender de mim, só começou. 

-

Três smuts em sequência, eu sou uma vagabunda mesmo.

Se você gostou, num deixa de deixar um incentivo, eu juro que sou legal.

BRB.



R-Evolve | Bucky & CarineOnde histórias criam vida. Descubra agora