Canção Celestial

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Jeongguk acordara cedo aquela manhã, as lembranças do dia anterior ainda estavam frescas em sua memória. Desde que Yoongi partira, decidiu ir a cidade na manhã seguinte, talvez ainda o encontrasse por lá.

Ao chegar à cidade foi a feira para dar uma olhada nas coisas e lá encontrou pessoas vendendo, trocando, comprando, nada de anormal, a não ser por um burburinho que se formava mais adiante próximo a uma barraquinha de ervas. Jeongguk se deixou levar pela curiosidade, foi até lá ver do que se tratava e tomou um susto com o que vira.

Viu pessoas estranhas, em um total de cinco, todas vestidas com um capuz negro que cobria todo o corpo, inclusive a cabeça. Usavam máscaras de prata e luvas escamosas do mesmo material, só que mais flexíveis. Mas o que lhe chamou a atenção foi o fato de um deles estar puxando uma corrente grossa que se prendia ao pescoço de três rapazes, estes em fila com as mãos e os pés também acorrentados e um saco preto na cabeça. E notou mais, os acorrentados vestiam apenas uma calça maltrapilha ensanguentada, o torso e costas deles estavam bastante feridos, como se tivessem sido chicoteados com arame farpado. O sangue escorria por seus corpos manchando o chão de terra batida por onde passavam, e murmúrios de dor podiam ser ouvidos.

Os outros quatro encapuzados destruíam uma barraquinha de ervas e batiam sem piedade em uma senhora idosa, também pondo correntes em suas mãos e pés, levando-a para o final da fila. O garoto não entendia o que poderia estar acontecendo ali, sentiu o estômago embrulhar e se afastou desviando o olhar da cena grotesca que presenciara.

— Está bem meu jovem? – Um senhor aproximou-se dele e o puxou para longe da multidão.

— Estou sim! Porque aqueles homens estão prendendo e batendo em pessoas? - O senhor passou a responder ao notar a curiosidade e pavor do rapaz.

— Bem, essas pessoas são o que chamamos de caça-feitiços. A exatos três anos eles passaram a existir, caçando e matando todo aquele que é envolvido com magia, seja ele mago, bruxa, feiticeiro. Eles ficam alertas e a qualquer sinal de magia, atacam. Aquela senhora é curandeira e no ponto de vista deles também merece morrer. - Jeongguk ouvia cada palavra com atenção e um nome lhe veio à mente: Yoongi.

— Céus, isso é bem ruim! – O garoto se levantou abruptamente agarrando as vestes do senhor. – Tu conheces algum daqueles prisioneiros?

— Calma, rapaz!

— Me fala! Conhece ou não? – Jeongguk sacudia o homem.

— Não, eu não os conheço! – O homem respondeu se afastando do agarre do garoto. – Conheço apenas a mulher. – Enquanto o homem falava uma explosão foi ouvida, pessoas corriam desesperadas para todo lado, e Jeongguk decidido entrou no meio da multidão alvoroçada e foi em direção a fumaça.

— Yoongi! Yoongi! – O garoto corria gritando pelo nome do amigo, torcendo para que ele não fosse um dos prisioneiros.

Jeongguk ia até os acorrentados verificar se Yoongi poderia ser algum deles, foi quando ouviu uma voz familiar, só que de uma forma diferente, mais aguerrida. Uma silhueta começou a se tornar visível em meio a fumaça que ia se dissipando aos poucos, ele se abaixou escondendo-se atrás de uma pilha de caixotes de madeira, tentou focar a visão na silhueta e assim que a fumaça dissipou quase por completo pode confirmar, era ele.

Yoongi com uma cara de poucos amigos segurava em sua mão direita uma varinha trançada de madeira, aos seus pés está sua flauta caída e ao lado o corpo sem vida do Holly, o cachorrinho marrom. Bem a sua frente se encontrava dois dos tais caça-feitiços, eles gargalhavam alto. Um deles segurava uma espada comprida e o outro segurava uma corrente comprida de ferro com uma lâmina de foice na ponta.

Canção Celestial ⋆ YOONKOOK!Onde histórias criam vida. Descubra agora