Cortes de Chamas e Memórias

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Quando os olhos de Lucien caem sobre mim, fico mais imóvel do que uma estátua. Ele me encara com os olhos arregalados. Onde está Vassa? Ela me entenderia e explicaria para ele. Não consigo imaginar o que está passando na cabeça de Lucien agora.

Lucien se senta na mesa e pigarreia, evitando me olhar.

—Violet...— Helion resmunga e me encara com uma expressão divertida. Ele se lembra de mim? — Nome bonito.

Sorrio fraco e Kolly segura uma risada. Fecho o livro em minhas mãos e me levanto para guardar em uma prateleira, rezando para que Lucien viesse atrás de mim. E ele vem.

—Está dormindo com ele? — Lucien me pergunta com nojo. Lucien e eu éramos muito próximos antes dele resolver ir morar com Vassa na Corte Diurna, mas pelo jeito a distância não mudou nada entre a gente.

—Lógico que não. Seu irmão é um porco. Me desculpe — levanto as mãos e Lucien ri.

—Que bom que continua a mesma — ele sorri de orelha a orelha e dou um abraço apertado nele. —Essa é sua última Corte, não é? — ele pergunta.

Lucien me ajudou a fazer planos para todas essas viagens que estou fazendo. Foi o primeiro a demonstrar apoio, meu pai com ciúmes me apoiou logo depois.

—É a última mas pretendo ficar mais tempo. Gostei daqui — sussurro e Lucien me olha sério.

—Só se afasta de Eris. Sabe que ele não é uma boa pessoa — Lucien fala e sorri para mim antes de voltar para a mesa.

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Graças a Mãe, Helion não falou nada e muito menos Lucien. Os dois sorriam quando Eris falava meu nome, mas nada mais do que isso.

Tinha acabado de chegar no castelo depois de ter levado Kolly na pousada, já que estava tarde demais. Ela me disse que morava lá porque a dona da pousada era sua madrasta. Ofereci meu quarto para ela dormir, mas ela recusou. Kolly é uma pessoa tão boa mas parece tão solitária.

Subo as enormes escadas até meu quarto e vejo que a porta do quarto de Grewn, que era no mesmo corredor que o meu e o de Eris, estava aberta. Ele estava sem blusa e ajeitava um cinto com várias adagas na cintura. Os cabelos ruivos caiam em seu rosto sério. Os músculos definidos dele se contraem enquanto ele ajeita a bota e percebo que ele é bem atraente. Não consigo evitar de morder os lábios. Aquele macho parece ser bom de cama.

Pigarreio e Grewn me olha assustado. Sorrio de lado. Acho que ele está se arrumando para o turno da noite. Entro no quarto dele sem pedir licença, coisa que eu sempre achei bem inútil. Quartos são apenas cômodos da casa, só isso.

Observo o lugar e a grande cama bagunçada me chama atenção. Ele devia ter dormido a tarde inteira para ficar acordado a noite para poder trabalhar. Encaro Grewn, que me olhava com intensidade e observava cada movimento meu. Desço meu olhar para seu abdômen. Grewn mostrou interesse em mim desde o momento que me viu pela primeira vez e não fez questão de esconder isso. E agora, como estou um pouco entediada...talvez possa me distrair.

—Não sabia que era tão...bonito — falo baixinho e ele se aproxima de mim com um sorriso de lado. Passo os dedos na parede lotada de quadros e ando devagar até ele, sentindo a temperatura da sala aumentar.

—O que está fazendo acordada? — ele pergunta e cerro o cenho ao ouvir a voz dele sair mais grossa. Ele se aproxima mais e consigo sentir a respiração dele entrecortada em minha testa. Mordo os lábios e passo a mão no abdômen dele, sentindo a pele dele esquentar cada vez mais.

—Quer que eu vá dormir? — pergunto e ele sorri felino. Grewn segura minha cintura com uma mão e a outra acaricia minha mandíbula.

Não retiro minhas mãos do abdômen dele e me aproximo para finalmente beijá-lo. A boca de Grewn é macia e quente contra a minha. Minhas unhas arranham a pele dele e Grewn grunhi contra minha boca. Ele me empurra para a parede e intensifica o beijo. Realmente, machos da Outonal têm fogo nas veias. Porém o fogo de Grewn é diferente do de Eris, Grewn não me deixou quente também. Já Eris, com apenas um olhar ele…