2:00 amN| Bloo.
Acendeu as luzes, ficando quase cego pela claridade. Seu corpo já cansado foi atirado contra o chão pelo impulso que tomou quando colocou os pés no lugar. A garganta ainda tinha o gosto amargo do álcool e, o peso dos braços eram iguais a dois caminhões em cada ombro.Ficou olhando para o teto, não falava nada, somente sentia a sua respiração pesar a cada hora que se passava. As pálpebras caíam com leveza, mas lutava contra elas para que não sonhasse; naquele momento evitava dormir, pois, sabia que teria algum pesadelo. Perdeu a noção do tempo quando entrou no último estabelecimento ao qual seu corpo passou, perdeu a noção de tudo, inclusive, acreditava que já não tinha nem noção dos pensamentos, mas sabia com grande consciência o que adicionava a mente.
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00:30am
N| Aika.
A escuridão era aterrorizante, quando pequena tinha medo dela; os dias em quê a chuva batiam com força no mundo e os ventos cantavam com melancolia nunca lhe deram tanto pavor quanto a escuridão. Ela fechava os olhos com força, quando menor, e os abria levemente quando a casa toda estava sobre a claridade; não chorava ou gritava porque sabia que os pais iriam lhe surrar — então em dias que a luz demorava para aparecer, choramingava para si própria que estava tudo bem. Ás vezes se pegava lhe aconselhando, passando as mãos com leveza sobre os cabelos e dizendo baixo: — não chore pequena Aika, o escuro não é tão apavorante quanto os dois lá fora — no outro dia sentia remorso por pensar algo tão cruel dos pais, mas a noite novamente chegava e tudo acontecia. Agora via que o escuro não era tão mal quanto a pequena Aik acreditava; ao invés de temer ao negrume da casa, ela tinha pavor do Silêncio. Ele se arrastou por tudo, não se dando para escutar nem sequer uma respiração, os gritos, batidas e socos ficaram tão altos, mas agora — agora só o que restava no ambiente era o silêncio — ele e seu corpo, sobre uma sala da cor marrom escuro. Suas roupas atiradas em um canto do quarto e sua pele suplicando por uma vestimenta. Ela parou de chorar, os olhos ainda ardiam e tinham uma queimação, mas tudo o que podia sentir agora era dor; e nojo.
Tremia igual uma vara em meio a tempestade, olhos e bocas caídas, feridas abertas e sangue nas mãos. O silêncio do ambiente lhe angustiava, pois, a cada minuto pensava que um estrondo aconteceria, que voltaria algo pior e que o homem cujo rosto não era reconhecível para ela, entraria pela porta novamente.
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— Horas antes —
7:00 pm
N| Bloo.
A sala de música estava vazia, ele se encontrava no ambiente sozinho, diferente da outra vez que esteve por lá não recorreu para os pensamentos ocultos — agora tudo o que vinha em sua cabeça lhe aqueciam —.
Quando entrou logo se bateu de cara com o Nafla e Loopy, a procura com desespero pela partitura perdida, mas depois de alguns minutos revirando tudo o que tinha pela frente, os dois o deixaram ele lá para escrever. Bloo sabia algumas das palavras que adicionou a uns versos — o refrão não estava tão consciente na sua cabeça, mas o toque que queria colocar estava muito bem gravado —.
Depois de ter largado a pequena em sua casa, ele não conversou com ela, mandou a mensagem e deixou que para ler a resposta mais a noite. Ficou angustiado por um curto tempo logo após virar as costas para Aika, só que tentou ficar o mais calmo que podia; não ligando muito para o que seu subconsciente falava.
Agora o lugar onde se encontrava estava em silêncio total, as vozes dos meninos não ecoavam mais pelo cômodo e os passos no corredor, que antes se tinha, agora eram trocados pelo pacífico som do vento; um pouco forte, já que dava para se escutar com muita nitidez os ruídos que ele fazia.
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Canção de Amor
FanfictionDescobri que o amo! Seus olhos castanhos escuros, eles asfixiam meu universo, tiram meus pensamentos fora de ondem e me deixam desajeitada. Sua boca me faz arfar, lacrimejar, gritar e querer você. Suas mãos me fazem flutuar, Aaaaaaa, a levidade mais...