Novo Lar- parte 1

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Isabella Fox

Minhas pernas parecem estar em chamas, mais em nenhum instante paro de correr, sinto o choro de cada lobo que foi escravizado pelos vampiros, é como se eu estivesse conectada a cada um.

Hoje estou completando 18 anos e sei que o mundo sobrenatural sentirá a minha presença, mesmo usando meu colar que bloqueia meu cheiro.

Chego em casa suada e minha mãe está com seus lindos cabelos loiros presos em uma trança lateral, fazendo um bolo.

-Mamãe você sabe que não gosto de comemorar meu aniversário.

-Se não vai comemorar por você, comemore pelas 15 horas de parto que eu passei para colocar você ao mundo.

Minha mãe fala apontando uma espátula cheia de cobertura, pego a espátula de sua mão e coloco na boca sentindo o ganache de chocolate maravilhoso.

-Menina sapeca, me devolve!- Ela vem em minha direção tentando beliscar minhas bochechas.

-Mamãe hoje é meu aniversário, você não pode me bater. - Digo rindo do seu rosto vermelho e com leves marcas da sua idade.

Ele sai da cozinha e acho estranho, pois ela volta com uma caixa branca em suas mãos.
-Seu pai deixou isso, para quando completasse 18 anos.

Aí abrir a caixa me deparo com uma chave antiga e um bilhete breve em uma caligrafia bonita.

"Parabéns minha querida filha, essa chave abre um lugar que a muito tempo vivi e lá você conhecerá um pouco do que seu pai já foi. Lamento não estar com você. Mas saiba que sempre te amarei até na eternidade"

Seja uma Fox.

Uma lágrima solitária brota dos meus olhos e minha mãe me abraça.

- Vá tomar um banho e desça para tomar uma vitamina. -assinto cabisbaixa e subo para meu quarto.

Estou descendo as escadas quando ouço de longe, por conta da minha audição de loba, a moto de tia Amália, porém moto que ela está em alta velocidade o que me deixa em alerta.

Já corro para fora e minha mãe vem em seguida. Tia Amália salta da moto e nos empurra para dentro.

- O que estão fazendo? Rápido para o porão !

Essa única frase me alertou e se resumia em perigo. Minha mãe me empurrou para dentro e disse.

- Me desculpe minha filha!- Droga, não mãe! Bato na porta mas ela forte e não se abre. Ouço passos em cima.

Eu não posso ficar aqui, quando estou pensando em como sair alguém abre a porta. Amália aparece mais pálida que o normal com uma mochila em mãos.

-Toma eu preciso que você se salve! Você é a esperança do nosso povo.

-Minha mãe?! -Digo em meio aos soluços.

Amália me para em frente a moto dela e me abraça forte.

-Querida eu preciso muito que você seja forte agora. Sua mãe para distrair os vampiros se cortou e correu para a mata.

- Nós precisamos ajudar ela.-Digo apavorada.

-Isabella eu fiz uma promessa a sua mãe e ao seu pai! Eu preciso que você fuja e vá até a cidade que está nessa carta, não olhe para trás, não pare em nenhum lugar e se for parar fique de vigília o tempo todo e lembre-se de tudo que eu te ensinei. Você é uma Fox.

Subo na moto de Amália e saio em disparada. Meu coração estava partido e minha alma quebrada, sem minha mãe e minha tia, eu estava me sentindo perdida.

Durante meu percurso fiz três paradas, como indicação da tia Amália estou me mantendo atenta. Estou prestes a chegar ao meu destino e vejo uma barreira sobrenatural e na floresta na lateral da estrada vejo um vulto que só me dá tempo de pular da moto, me fazendo rolar pelo asfalto úmido da fina chuva que caia. Me levanto o mais rápido que posso e vejo um grande lobo marrom em minha direção. Nunca tinha visto um sem ser a Amália.

Levanto as mãos em rendição e ele continua se aproximando preparando para me atacar.  Então lembro do lema dos lobos.

-Pela lua, pela alma, um lobo para sempre será!

O lobo me olha estranho, mas o meu corpo está tão cansado que tudo escurece em minha volta e a última visão que tenho é de outro lobo se aproximando  com suas patas negras como a noite.

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