Pela lógica, não seria um problema entrar assim, sem tocar a campainha, visto que a porta literalmente se abriu sozinha. Imaginei que estaria rolando uma festa, mas não vejo ninguém por perto.
Subindo a calçada, meus olhos passam lentamente pelo ambiente, recaindo na grande piscina e no espaço generoso para um bom churrasco. Finalmente paro para pensar se não peguei o endereço errado, com uma feição de estranheza estampada em minha face.
Abanando os pensamentos e retomando meus passos, meus olhos são rapidamente atraídos para algo do lado da entrada da garagem. Sem vergonha na cara, eu me aproximo, impressionada com o carro sob meu campo de visão.
— Posso ajudar? — Uma voz desconhecida questiona atrás de mim, causando um reboliço em meu interior.
Pega no pulo!
Me viro de repente para ver com quem estou lidando. O que eu deveria dizer para disfarçar o meu interesse súbito no carro? Tensa com a possibilidade enorme de soltar respostas incompreensíveis, me vejo presa por dois olhos azul-acinzentados absolutamente lindos.
Com a minha evidente surpresa, o cara de porte alto pergunta novamente.
— Posso ajudar?
Eu pisco de novo, meus olhos agraciados pela visão bonita estranho em minha frente, incapacitando-me de desviar o olhar.
— Eu... sim. Quero dizer, não! — Me abobalho, censurando-me mentalmente por falhar miseravelmente em ter um diálogo normal.
O estranho de olhos azuis me olha de cima a baixo antes de sorrir divertido. Eu recuo envergonhada, sem deixar de encará-lo.
Eu tenho um pedaço de mal caminho na minha frente e não sei como agir sem transparecer uma boba, que maravilha! Ele mais parece um cara que se vê em clipes de rap, um ser quase intocável e inexistente.
Será que ele reclamaria se eu testasse a autenticidade da sua presença tocando seus braços claramente fortes por baixo do casaco marcante? Ok, eu precisava de um chá de vergonha na cara imediatamente, mal havia percebido o mico que passei agora há pouco.
Analiso cada pequeno detalhe sem me deter, um cavanhaque circunda sua boca sensual que sorri mais ao perceber meu ato desenvergonhado.
— Acho que o gato comeu a sua língua. — Comenta brincalhão.
Já eu, que planejava transparecer educada e cortês, percebo que posso me adaptar.
— E que gato, diga-se de passagem! — Ofereço-lhe meu melhor sorriso, ganhando de brinde a bela visão dos seus dentes branquíssimos.
Não dura muito, já que ele torna a ficar sério.
— Ok, vamos conversar seriamente. Quem é você, e o que diabos você está fazendo aqui? — Sua feição se fecha, possibilitando-me a perceber a cicatriz discreta na sobrancelha.
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Is It Love? Daryl
FanfictionMonique vivia uma vida pacata e comum em Nova Iorque com seu cachorrinho Luke, até ser quase atropelada por um certo marmanjo com um carro ridiculamente lindo. Mesmo sendo arrogante, conversar com ele pode até ser legal. No que será que isso vai dar...