Prólogo.

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Aquela festa já estava quase no fim. Alguns convidados já tinham ido embora, e cada vez mais o lugar ficava mais vazio. Pamela e Harleen também teriam ido se não fosse a insistência de Selina em fazê-las ficar até um pouco mais tarde, até mesmo porquê não era todo dia que a Wayne Enterprises, seu local de trabalho, organizava uma festa como aquelas.

— Sel, realmente temos que ir. — a ruiva disse se aproximando da morena, fazendo isso ao lado de sua esposa. — Amanhã temos que trabalhar ainda e...

— Tá, okay, já entendi. Podem ir, não aguento mais vocês aí reclamando de estarem aqui! — respondeu de um modo que parecia sério, mas o casal sabia que era o jeito da mulher.

Antes de saírem, agradeceram por terem sido convidadas ao evento e se despediram. Ao caminho do carro, Harley se apoiou na mais alta para retirar os saltos que maltratavam seus pés, e Pamela se ofereceu para segura-los enquanto finalizavam o percurso até o veículo estacionado. Entraram no carro em silêncio.

O dia havia sido tranquilo, mas agora que estariam a sós e no final na noite, não sabiam o que iria acontecer. Quer dizer, tanto uma quanto a outra imaginavam mil e uma coisas, mas nos últimos tempos haviam aprendido a não colocarem mais tantas expectativas em si mesmas.

Pamela ligou o carro e tomou rumo para casa, a qual não era muito luxuosa, era uma casa comum, mas inegavelmente bem decorada, bem arborizada - graças à enorme paixão da ruiva por plantas de todos os tipos - e aconchegante. Não demorou para chegarem lá e logo estavam no quarto, trocando de roupas e se preparando para dormirem.

— Você estava linda hoje. — a voz da loira soou no ambiente, chamando a atenção da mais velha. — Quer dizer, você é linda, mas eu gosto de quando veste verde. Acho que você é uma das únicas pessoas no mundo que vestem essa cor e conseguem continuar incrivelmente lindas.

Harley comentava enquanto guardava seus brincos em seu porta-jóias. Isley observou o reflexo da esposa no espelho, e então seus olhares se encontraram. Neste momento, pôde sentir suas bochechas esquentarem um pouco, e Harley sorriu de lado.

— Você também estava linda, Harls. — correspondeu ao elogio, mas era notório a sinceridade na voz da mais alta.

Isley lembrou do momento em que chegaram no local que aconteceu o evento e como várias pessoas colocaram os olhos nelas duas, mas lembrou-se mais especificamente de quando percebeu alguns olhares direcionados à Quinzel. Sentiu novamente um desconforto ao se recordar, e sabia que era um ciúmes bobo, e que não precisava ser comentado naquele momento...

Quando despertou-se dos próprios pensamentos, ficou surpresa ao ver a loira tão perto. Seu cabelo estava solto, cobrindo os seus ombros. A maquiagem já havia sido retirada e agora vestia um pijama de cetim rosa. Harley nunca gostou muito de cores escuras, com exceção do preto. Pamela notou que ela havia passado algum creme, uma vez que cheirava a algo doce no momento. Mesmo com tudo, a ruiva ainda gostava de reparar em Harls, e o mesmo valia para a outra também.

Isley percebeu Quinn querer se aproximar mais, mas pareceu desistir da ideia. Não havia desistido porque simplesmente não queria mais, muito pelo contrário, mas sim porque pensava que como as coisas estavam estranhas ultimamente entre elas, não sabia se a esposa gostaria de tal ação. Pamela pensou em puxa-lá para perto, como normalmente faria há meses atrás, mas também não o fez, pois pensava que Harleen tinha perdido o interesse no momento.

Ambas estavam enganadas sobre o que pensavam. A loura ainda desejava ao menos um beijo da esposa, e a ruiva aprovaria se a outra chegasse mais perto. Afinal, não haviam brigado naquele dia e nem mesmo nos anteriores daquela semana, deveria ser considerado alguma espécie de recorde particular delas.

Sorriram de forma sem graça e foram se deitar. Ficaram em silêncio por algum tempo, e então a menor tomou coragem para encaixar seu corpo na curvatura do da maior. Ivy sorriu e entrelaçou levemente suas pernas as da outra, mas permaneceu com os olhos abertos, diferentemente de Harley, que logo dormiu. Ela aproveitou esse momento para inalar o cheiro doce que a que estava em seus braços possuía. Ali era um momento de paz, mesmo que o dia houvesse sido tranquilo entre elas, somente naqueles momentos era comum que estivessem realmente bem. Ao menos era o que parecia.

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Continuo ou não?
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