Personalidades entrelaçadas (Wolfstar)

Entre amor e lobisomens!

A noite fora difícil, mais do que pensara. Sirius não pregara os olhos. Não conseguia parar de pensar em Remus e no que havia feito. Será que algum dia seria capaz de perdoá-lo?

No meio da madrugada, quando James e Pedro desistiram de acalmá-lo e acabaram pegando no sono, Black teve uma ideia. Pegara um pergaminho, escrevera um bilhete para Remus e lançara um feitiço que enviaria o pergaminho fechado diretamente para a cama de Remus, no momento em que sol estava nascendo. Respirara fundo e sentia o travesseiro úmido de tanto que chorara nas últimas horas. Mesmo que Remus não voltasse com ele, não suportaria perder sua amizade, faria de tudo para se redimir. Amor. Era isso que sentia por Lupin e como o amor às vezes podia ser traiçoeiro e nos fazer agir das maneiras mais absurdas. Precisava dizer, precisava dizer a Remus que o amava.

As horas pareciam intermináveis, mas Charlie finalmente pegara no sono, ainda observando o corpo coberto de cicatrizes de Remus.

Lupin adormecera profundamente, de uma forma que não acontecia há semanas. Seu corpo também se recuperara, as cicatrizes voltaram a fechar e ficariam assim até a próxima transformação, prevista para o final da primavera.

Acordou com os raios de sol entrando na enfermaria, dando-se conta que não estava no salão comunal. Estava sem blusa, coberto apenas por um lençol, sentia um pouco de frio. O que diabos havia acontecido?

Sentou-se na cama e percebeu que havia um rosto conhecido na cama ao lado. Charlie. Charlie, o corvino que flertara com ele, o beijara. Que Sirius havia socado. SIRIUS. Caralho. Ele estava ali porque se colocara entre Sirius e Charlie. Por Merlim Sirius, como havia chegado a esse ponto?

Lupin respirou e observou o sol, ainda fraco no horizonte. Olhou para as próprias cicatrizes e lembrou que ficaria bem, não havia sido nada sério, só havia sentido mais dor porque estava com as últimas marcas ainda recente e por isso parcialmente abertas. Era um saco ser lobisomem, mas ele precisava conviver com aquele martírio.

Seus pensamentos foram interrompidos por um pequeno assovio? Olhou para cima e uma pergaminho fechado pairava no ar. Curioso, abriu e se deparou com a seguinte mensagem:

Remus,

Não sei como ou o que tenho que fazer para que você me perdoe.

O que eu fiz, eu nem sei como te pedir esse perdão, mas quero que você saiba que eu te amo Remus Lupin. Amo tanto que chega a doer.

Espero que você esteja acordado recuperado ao ler isso. Eu espero o tempo que for preciso para que você possa me perdoar.

Com amor e com todas as desculpas possíveis,

Sirius Black X

-Remus. O que está lendo?

Charlie o pegou de surpresa e Remus precisou disfarçar o sorriso que dera quando estava acabando de ler aquele pergaminho. Mal sabia o que sentir, o que devia sentir e o que de fato estava sentindo. Amor. Ele o amava. Sirius Black, de todas as pessoas naquele castelo o amava e agora era pra valer. Seria esse o sentimento que ele tinha por Sirius também? Seu peito doía ao pensar em Sirius, ele não dormia bem há semanas, desde que terminaram.

-Ah, nada, eu. O que você faz aqui? Está muito machucado ainda?

-Não não. Na verdade fiquei pois estava preocupado com seu estado. Quando vi suas cicatrizes não queria te deixar sozinho aqui.

MERDA, ELE VIU. ELE VIU TUDO. Ao esconder rapidamente o pergaminho Lupin se cobriu tentando em vão esconder as já expostas cicatrizes. Charlie havia visto tudo. POR MERLIN!

-Ah sim, não, estou bem. Acordei me sentindo ótimo.

-Ótimo Remus. Bom, não queria ser indelicado, mas fiquei preocupado. O que são todas essas cicatrizes?

-Ah bom, na verdade é um problema crônico de pele, elas vem e vão.

Apesar da desculpa, Charlie não parecia muito convencido com a história do problema de pele.

-Vejo que estão acordados. Charlie, hora de ir pra aula. Sr Lupin, vou averiguar se está tudo bem antes de liberá-lo, tudo bem? A enfermeira havia salvo Lupin de uma conversa desconfortável. Charlie não parecia satisfeito e queria insistir em seu questionamento.

Charlie saiu da enfermaria, deixando o moreno para trás, mas sua curiosidade estava apenas começando. O que diabos eram aquelas cicatrizes?

Seria Lupin alguma espécie de lobisomem? Ele não sabia ainda, mas precisava descobrir.

Saiu da ala e foi direto para a biblioteca, pesquisar justamente sobre lobisomens.