Penélope e Gustavo permaneceram na casa de chá da Madame Puddifoot com Alexia até que ela se acalmasse, o que levou muito tempo porque a garota estava decididamente se debulhando em lágrimas.
— Não chore, Alexia — Penny a consolava, dando palmadinhas nas costas da garota chorosa ao seu ombro. — Está tudo bem.
— Não, não está tudo bem — retrucou a garota com a voz pastosa, enxugando o nariz com um guardanapo. — Eu não devia ter feito isso. Fui patética.
— Que nada, você estava certíssima. Meninas podem fazer tudo o que os rapazes fazem, tudo mesmo. Mas eu vou te contar um segredo, cá entre nós: as coisas mais chatinhas, nós deixamos para eles...
Alexia deu uma risada lacrimosa e se endireitou.
— E, se tratando do Ben, ele é tão idiota que não se perde grande coisa, não é mesmo?
O comentário não ajudou muito, porque Alexia soluçou ainda mais forte e se retirou. Gustavo olhou para Penny, sério.
— Pare de falar assim do seu irmão — disse ele. — As outras pessoas não têm culpa das brigas entre vocês dois.
— Ele me irrita. Viu só? Mais um motivo para sairmos logo daquela casa.
— Você não contou a ele sobre o Voto Perpétuo?
— Não! Por que eu contaria? Ele não ajudaria em nada, só iria usar isso para me provocar.
Eles vestiram as capas e saíram da casa de chá, desaparatando dali direto para Godric’s Hollow. Não haviam conseguido descobrir qualquer informação importante, exceto que o passeio havia sido cancelado e Katie Bell continuava no hospital, e esses lapsos de informações não eram um bom sinal; por conta disso, o Profeta muitas vezes acabava dando as notícias com atraso.
Nas semanas seguintes, o Sol começou novamente a aparecer por entre as nuvens no céu de Londres, mas esses sinais de aproximação do verão não melhoraram o humor de Gustavo; ele já havia perdido as contas do que estava acontecendo com os parentes de todo o mundo. Decidiu então ir ao St. Mungus para tentar obter alguma informação sobre Katie, mas acabou descobrindo sobre um garotinho de cinco anos que foi atacado por um lobisomem; corriam boatos de que a mãe dele se recusara a ajudar os Comensais da Morte. O garoto morreu no hospital, não conseguiram salvá-lo.
— Morreu? — Penny repetiu chocada; ela tinha acabado de sair do escritório e estava conversando com Gustavo no Beco Diagonal. — Mas nem era noite de Lua cheia, por que isso aconteceu?
— Porque ainda existem uns maníacos atacadores de crianças — Gustavo respondeu desanimado. — Como se o fato de ser um lobisomem já não fosse ruim o bastante, há uns que preferem permanecer o maior tempo possível na forma selvagem para sair por aí atacando pessoas inocentes; alguns se empolgam, e acabam matando.
Penny o olhou com tristeza.
— É tão injusto que você tenha passado por isso! — Ela sacudiu a cabeça e suspirou. — Quando é que essas coisas horríveis vão parar de acontecer? Sabe, Gustavo, eu estive pensando... Vamos alugar uma casa num lugar mais tranquilo, um lugar onde possamos continuar trabalhando, mas longe do perigo de você morrer por causa do Voto Perpétuo. Vai ser melhor; eu amo você demais para deixar você correndo riscos desse jeito...
Gustavo tinha parado para olhá-la; já começava a escurecer e ele ainda queria informar Cuffe das últimas notícias. De repente, o rapaz ergueu os olhos em direção à sede do Profeta Diário e perguntou:
— O que o Percy veio fazer aqui?
Penny se virou e olhou depressa, erguendo a cabeça para ver melhor. De fato, Percy Weasley avançava para o escritório do Profeta Diário, e subia rapidamente os degraus da pequena escadaria de mármore, endireitando os óculos de aros de tartaruga.
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A Força Mais Poderosa
FanfictionCom o término das aulas em Hogwarts, o namoro entre Penélope Clearwater e Percy Weasley também chegou ao fim. Porém, quando menos espera, a jovem bruxa se vê novamente apaixonada e torce para que os seus sentimentos sejam correspondidos - até descob...