A novata

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"Você tá sabendo da menina nova?" gritou Chanel, de sua carteira.

"Que?" Gritou Brenda, do outro lado da sala de aula.

"VOCÊ TÁ SABENDO DA MENINA NOVA???" Berrou Chanel, desta vez;
"NÃO, QUEM É?" Berrou Brenda de volta, distraída com uns cálculos de matemática básica que pareciam para ela aberrações.

"UMA TAL DE GLÓRIA JENKINS!" Berrou do outro lado da sala Chanel, mais uma vez.

"Meninas, por favor, parem de gritar de modo escandaloso. Porque vocês não sentam-se uma ao lado da outra, afinal estamos sozinhas na sala e não temos espelho de classe." Disse monótonamente Mariana, ao entrar na pequena saleta de pesquisa.

Chanel levantou-se do seu engenhoso trabalho de ciências e dirigiu-se a mesa de Brenda.

Brenda encarava o caderno com uma expressão aflita, sentindo-se angustiada e querendo realmente jogar o caderno na parede.

"NÃO AGUENTO MAIS" choramingou Brenda, olhando para Chanel, que compreendera em um segundo do que se tratavam aqueles olhinhos pidões.

"Ok, Bê. Eu vou fazer o seu trabalho de matemática. Mas você sabe que se eu continuar fazendo todos por você, você não vai aprender nada. E depois, lá na frente, vai ser pior." disse Chanel, agora mais calma e com uma expressão cansada.

"Muitíssimo obrigada!!!" agradeceu Brenda, toda animada, comemorando com saltinhos e palminhas.

"De nada. Agora passa o caderno." Respondeu despreocupadamente Chanel, assumindo o seu modo sério-rabugento, de quando faz algo e sente que não é exatamente o certo.

Mariana viu uma garota magra porém bochechuda, de cachinhos louros e maçãs do rosto vermelhas entrar na sala de aula, estranhamente acompanhada de Karen e Nea, qua mal a conheciam, mas pareciam fascinadas com a garota.

"Olá! Meu nome é Glória Jenkins. Sei que você é a Mariana, você é a Chanel, e você... você... é quem???" Exclamou a menina loura, que por fim, pousou seu olhar em Brenda, com uma pontada de desdém disfarçado de desinteresse proposital.

"Me chamo Brenda, Brenda Langdon" respondeu ela, inocentemente.

"Oh. Esplêndido." Glória virou-se para as duas latinas ao seu lado com uma expressão duvidosa, e exclamou impiedosamente: " E vocês duas que estão me seguindo desde o portão de entrada, feito cachorrinhas sem dono, quem são?"

"Me-Meu nome é Karen! P-Prazer! e essa é a Nea" Disse a latina bonita.

Karen fazia parte da equipe de basquete. Suas feições faciais eram neutras, e muitas vezes foram julgadas pouco femininas, pela diretora, principalmente. Vânia incentivava-a a usar rouge e máscara de cílios, para deixá-la mais "harmoniosa" e agradável aos seus olhos. Isso era errado. Não se deve pintar-se e modificar-se por ninguém, a não ser por si mesma.

"Ok, Kellen e Naya! Podem parar de me seguir agora!" As latinas deixaram transparecer a sua decepção com o erro dos nomes por parte de Glória, mas em silêncio, baixaram a cabeça e saíram da sala.

Glória voltou-se em direção à Mariana.

"Soube que a senhorita anualmente sorteia uma fortuna, uma bolsa de estudos em paris para a grande escola de artes acompanhada de belos materiais. Queria deixar claro, que este ano, eu vou ser a grande sortuda. Seja por acaso da sorte, ou por fraude de dígitos, meu bem." Ali, viu-se, que diferente de quase todo o mundo do colégio, o cárater de Glória era corrompido. Tão medíocre quanto a sua arrogância natural.

"Logo o fascínio das meninas por ela se quebrará" pensou Mariana, lembrando de Karen e Nea.

Mal sabia ela que toda a escola já tinha cedido ao encanto. 

Os Rubis de Glória - Vol. 1 saga do internato.Onde histórias criam vida. Descubra agora