22

346 40 9
                                    

Mountobbani House, Londres

 É, queridos leitores. O casamento do famoso conde M. com a, agora, condessa M., foi de tirar o fôlego de todos os presentes, inclusive o desta autora aqui. 
 A noiva estava deveras deslumbrante, e a cerimônia foi mágica, arrancando algumas lágrimas de muitas matronas, principalmente a da dama.
 Esta autora aqui torce pela felicidade do casal, e que sejam abençoados com uma união repleta de felicidade e filhos.

Crônicas da Sociedade Britânica 
27 de maio de 1811

Catarina estava sendo levemente sacudida no interior da carruagem da família Mountobbani – da qual ela agora fazia parte. O veículo a levava em direção à sua nova residência, onde residiria com seu marido e futuros filhos até sua morte.

Por Deus, ela encontrava-se sem fôlego...

A cerimônia fora realizada em St. George, como decidira. Estava tudo lindo, e sua mãe, a condessa, empenhou-se bastante nas ornamentações, para tornar mais memorável ainda o casamento da filha, que fora, no mínimo, espetacular. Além disso, haviam quatrocentos convidados compondo a enorme cerimônia, digna de uma Mounbridge.

Catarina ainda espantara-se ao notar que ninguém comentara nada, nos dias que se seguiram após o pedido até o momento da cerimônia, sobre seu momento de depravação no quintal de Lady Devonledge que, consequentemente, a levou até o altar.

Ela suspeitava que realmente não haviam testemunhas, e ela casou-se por medo de ter sido flagrada, quando nunca houve mais ninguém além dos dois, que agora eram marido e mulher.

Não. Ela casou-se porque era o certo a ser feito, mesmo que não houvessem testemunhas. Catarina passara a acreditar nisto, que a partir daquele momento, era a sua verdade.

Ela agora era a esposa de alguém. Se tornara uma condessa, e teria responsabilidades. Não era mais Catarina Mounbridge. Agora era Catarina Mountobbani. Uma mulher nova, que ressurgiu a partir do momento que fizera seus votos no altar e oficialmente casara-se com um conde. 

Ela sorriu de canto ao pensar nisso. Um sorriso singelo e simples, mas encantador ao mesmo tempo.

Ele era o seu conde. Seu marido. Pai dos seus futuros filhos. E o homem que ela um dia amaria com todas as suas forças. 

E, por Deus, era seu. Somente seu e de mais ninguém. 

Não era o marido de outra mulher. Era o seu marido. O pai dos seus filhos. O seu conde. O homem que passaria todos os dias ao seu lado até seu último suspiro. Que seguraria sua mão quando necessitasse. Que estaria lá para ajudar a nomear cada uma das suas proles. E Catarina queria muitas. Desejava uma casa repleta de filhos, com muita alegria estampada pelas paredes. 

Agora, sim, compreendia o motivo de seus pais terem sete filhos. Era emocionante. Ela mal podia esperar para segurar cada um dos seus rebentos em seu colo, ou senti-los em seu ventre. Ou, até mesmo, abraçá-los.

Queria ser a pessoa a quem recorreriam quando estivessem com medo ou tristes. Desejava sanar todos os pavores dos futuros filhos, e vê-los crescer todos os dias. Ela sabia, desde aquele momento, que seria feliz assim que olhasse para seus rebentos, não importava o momento ou os ocorridos.

Ela desejava ser uma mãe tão boa quanto a sua...

E ela seria. Empenharia-se todos os dias para ser. Tinha que ser.

°•••°

A madrugada abraçava Londres, tranquila e deveras silenciosa. Seu marido a acompanhava em direção à entrada da Mountobbani House, sua nova residência. 

O Lorde Mountobbani - Mounbridge 01Onde histórias criam vida. Descubra agora