ONLY

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Não deveria ser estranho, Izuku, depois de mais de doze anos, ter decidido parar com o apelido infantil.

Katsuki e Izuku já não eram amigos. Rivais. de uma maneira saudável?  Talvez. Mas amigos? Nah.

Eles mal conversavam e quando isso acontecia era enquanto treinavam juntos.

Estavam no terceiro ano. Não eram mais crianças que bricavam de salvar o mundo. Eram quase-adultos, que no final daquele ano, seriam oficialmente heróis. Então o uso do apelido infantil era algo que não fazia mais sentido o usar.

Ainda assim, com tantos motivos para justificar a parada do uso do apelido infantil. Katsuki ainda se questionava o verdadeiro porquê.

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A primeira vez que seu nome de família foi utilizado pelo esverdeado foi na segunda, da segunda semana do terceiro ano.

Eles estavam escrevendo uma redação quando Izuku tocou no seu ombro e sussurrou um “Hey, uhm, Bakugo..?”

Parecia mais uma questão do que uma chamada de atenção. E Katsuki notou como o rapaz parecia hesitante, ele mesmo hesitou quando escutou a voz, agora mais grossa, o chamar de uma maneira diferente, por momentos achou que seu cérebro estava lhe pregando uma peça ou até que fosse uma pessoa diferente. Não era.

Ele se virou, discretamente, para que ninguém notasse que estavam conversando, e arqueou uma sobrancelha em confusão.

“Você tem uma borracha?” Foi o que Izuku questionou de volta, achando que o que Katsuki estava perguntando era sobre o que ele queria e não do porquê não estar lhe chamando de Kacchan como sempre.

Mas Katsuki é orgulhoso, sim, não tanto como antes, mas o orgulho de um Bakugo não é algo que pode simplesmente desaparecer. Então ele simplesmente não questionou o uso do último nome e passou sua borracha para Izuku sem trocar nenhuma palavra. Fazendo descaso do que quer que tenha acontecido naquela aula.

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A segunda vez foi no dia seguinte (terça), às seis da manhã.

Katsuki e Izuku têm rotinas parecidas desde o primeiro ano, então, na medida que eles pararam com essa inimizade, eles também começaram a fazer a rotina juntos.

Katsuki acordava dez minutos mais cedo, ele fazia sua vitamina e agora a de Izuku também. Sua desculpa era de que Deku era um inútil e não servia nem para fazer uma coisa tão simples quanto aquela, mas ambos sabiam, que no fundo, gestos como aqueles era seu jeito de se desculpar e demonstrar que se importava.

Izuku acordava seis da manhã, eles não conversavam, toda aquela rotina era feita em perfeito silêncio, com medo até de respirar alto demais e estragar um momento tão importante para ambos.

Ainda assim, naquele dia, Izuku falou.

Um, “Bom dia, Bakugo.” foi escutado. Sua voz soava rouca e arrastada por ter acabado de acordar.

Katsuki congelou, por talvez mais de cinco segundos ele jura que perdeu todos os cinco sentidos.

E daí ele falou de novo, “Bakugo? Tá tudo bem?”

Não. “Ta tudo ótimo.”

Acordando de seus devaneios, o loiro voltou a fazer as vitaminas.

BAKUGO? (one-shot) Onde histórias criam vida. Descubra agora