-Cap. 15-

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Acordo aos gritos por causa dos pesadelos. Tenho-os tido desde que recebi a notícia de que os meus parentes andavam a perseguir Amanda e que, mais tarde, me viram perseguir a mim. Um semana. Uma semana se passou e não aconteceu nada.
Olho para o relógio, 04.03 da manhã. Não sei se vou conseguir dormir mais. Saio do quarto e desço as escadas. Sei que há alguém lá em baixo porque consigo ouvir a televisão ligada e a respiração dessa pessoa.
-Devias ir dormir, Amanda - sussurro-lhe.
-Não tenho sono -diz sem tirar os olhos da televisão- O que se passa?
-Hã?
-Consigo notar que a trupe toda está sob grande pressão, há um ambiente pesado nesta casa. O que se passa?
-Nada- minto.
-A verdade.
A sério, não é nada, por agora.
*****
-Que pena que te tens de ir embora, Havery -diz Caleb.
-É, eu sei -diz ela- Mas o Charles foi bem específico.
De repente instala-se um silêncio profundo na mesa.
-Então...- Amanda quebra-o- Quem é o alfa do vosso grupo?
É tudo tão rápido e tão lento ao mesmo tempo,  como num filme em câmara lenta. Megan, que vinha com uma taça de salada até à mesa, deixa-a cair, Caleb cospe a água que tinha na boca, eu deixo o meu garfo cair ruidosamente contra o prato, todos entram em choque... Todos menos Kendall.
-Seu idiota! -exclamo- Contaste-lhe!
-Sinceramente, -Amanda recomeça- Eu nunca acreditei nessas cenas mas depois...Depois começou tudo a fazer sentido. Os olhos do Adam, a noite na discoteca, as cicatrizes da Emily... As peças encaixaram-se, nunca acreditei na história do acidente.
-Kendall -rosna Adam- O combinado era esperar uns dias e depois voltavamos a falar sobre o assunto. O que te passou pela cabeça?
-Ela merecia saber -Kendall dá de ombros- É a sua natureza.
-Não, Kendall, tu só fizeste isto porque andas a tentar comê-la! E como não estás a conseguir o que queres... -ajudo Megan a apanhar os cacos de vidro do chão.
-Parem de falar como se eu não estivesse aqui! -suplica Amanda -Parem, por favor.
-Agora os Lancaster têm mais razões para vir atrás da Amanda -relembra Jade.
-Jade! -repreende Caleb.
-Não, Caleb, eles não são a minha família. A minha família é quem eu escolhi para o ser. Nós vamos dar luta àqueles que me deixaram e depois me vão querer devolta- ponho-me de pé- Amanda, quando é o teu aniversário?
-Uma semana e três dias.
-Hmm, temos tempo. Em cada aniversário um lobisomem pode ter a sua primeira transformação.
- Se for um nascido lobisomem -contrapõe Kendall .
-Não achas que se ela fosse mordida já se teria transformado? -rosto.
-Certo.
-Amanda -diz Megan- A tua transformação será dentro de dez dias. Prepara-te.
-É doloroso?
-Talvez -dou de ombros- Normalmente não é mas há algumas excepções entre os que nasceram lobos.
-Que história é essa? -ela debruça-se sobre a mesa de jantar.
-Há dois tipos de lobos -diz Jade- Aqueles que foram mordidos que se transformam na primeira lua cheia a seguir a serem mordidos e os que nasceram lobisomens, que a cada ano têm a oportunidade de se transformarem. No teu caso, será a segunda opção.
*****
-Então, quais são as vossas histórias? - Amanda lança-me um olhar em busca de respostas.
-Bem, a minha família deixou-me na alcateia à nascença, transformei-me pela primeira vez aos dois anos e fui treinada em grupo -explico.
-Adam?
-Eu sabia que era lobisomem desde os catorze, escondi-o e ,aos dezasseis anos, os meus pais descobriram e não aceitaram muito bem. Uma semana antes de fazer dezassete,  fugi de casa e cinco meses depois juntei-me à alcateia.
-Caleb?
-Aos oito anos descobri o que era e os meus pais acharam por bem levar-me para a alcateia, eles só queriam que eu ficasse seguro
-É vocês, meninas?
...

Eu sou... um LoboOnde histórias criam vida. Descubra agora