Severus Snape

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Já leu os avisos no primeiro capítulo? Não?! ENTÃO VAI LER LOGO SENÃO VOCÊ VAI FICAR PERDIDE(A)(O)!!!


Severus Snape estava em seu dormitório arrumando as malas, logo o sinal da escola tocaria e ele teria que se dirigir ao pátio para assim esperar pelo ônibus que os levaria a um dos melhores resorts da Europa, uma excursão que ele não sabia como conseguiu ingresso.

Desde os seus 11 anos Severus estudava na Greenville Board School, um internato apenas para os filhos da elite mundial. Após um intenso processo seletivo, ele foi o único a conseguir a vaga em seu ano. Na escola toda, somente ele e mais 10 alunos eram bolsistas.

Snape tinha um dormitório somente para ele, mas não era como se o quarto fosse incrível. O local era pequeno, tinha apenas uma cama, uma cômoda e uma escrivaninha, além de ficar no subsolo da escola, no inverno fazia um frio enorme e no verão o calor era insuportável. Para usar o banheiro, ele tinha de subir algumas rampas até chegar nos vestiários de uma das quadras de treino.

Como ele não podia sair da escola para trabalhar, Severus conseguiu um emprego de assistente na biblioteca do local, ele trabalhava 3 vezes por semana e recebia um salário fixo de 150 euros ao mês. Dinheiro esse que ele guardava uma pequena parte e o resto mandava para sua mãe, que trabalhava de garçonete numa pequena lanchonete no subúrbio de Londres.

Sua vida escolar era excelente. Tirava boas notas, sempre entregava os trabalhos em dia e, apesar de ser mais calado durante as aulas, os professores gostavam dele.

Seu maior problema era a vida social.

Desde que colocou seus pés na escola, Severus sofreu bullying. Os garotos e garotas filhos de bilionários sempre faziam questão de mostrar como ele não pertencia aquele local. Quando nenhum professor estava olhando alguns dos alunos mais fortes, vendo o garoto pobre e magricelo, faziam “cuecões”, mergulhavam sua cabeça nas privadas e o forçavam a fazer suas lições de casa. Snape já perdeu as contas de quantas noites ele passou em claro fazendo as lições de 5, às vezes 6 alunos.

Por conta disso, Severus ficava o mais quieto possível, tentava não chamar atenção e vivia no canto da sala, bem longe de todos os outros alunos.

O moreno também sabia esconder muito bem seus sentimentos desde que seu coração foi quebrado numa noite de baile na escola.

Lily Evans, filha de dois grandes empresários do mundo da moda e beleza, foi a paixão de Severus por muitos anos. Em seu tempo livre, ele fazia desenhos da ruiva com flores e corações, mas não era brega, não, era artístico.

Um dia, depois que Severus foi chamado à biblioteca para resolver pendências do seu trabalho, ele deixou seus materiais na mochila aberta, Sirius Black encontrou seu caderno de desenhos e ele obviamente mostrou aos amigos, e à Lily.

Vários pensamentos maldosos passaram pela cabeça do Black. Decidido a fazer uma pegadinha, ele ofereceu à Lily um belo colar de diamantes, desejo da jovem desde que esse fora lançado, em troca de ela revelar para todos sobre a paixão do moreno e falar que ela jamais iria ficar com alguém como ele.

Na noite da festa, enquanto Severus estava em um canto mais afastado lendo um livro de bebendo refrigerante, Lily se sentou ao lado dele, deu seu melhor sorriso e o chamou.

— Sev? — a ruiva o chamou e Severus sentiu seu coração quase pular do peito ao ouvir aquela bela voz doce — Tudo bem?

— T-tudo sim… — o moreno praguejou internamente por sua voz ter saído tão esganiçada de nervoso — Quer um pouco? — ele ofereceu a cestinha de batatas fritas a ela, que gentilmente recusou pois sua dieta era restrita e não incluía nenhum tipo de fritura.

— É que… um passarinho me contou que… você gosta de ver alguns desenhos meus… — o moreno arregalou os olhos e derrubou o livro que lia, sem nem se importar com a marcação perdida da página, ele sentiu o seu estômago se revirando e uma súbita vontade de desmaiar.

— U-m p-passarinho... ? Q-que tipo de… de… de passarinho? — ele perguntou nervoso, já sentindo o suor escorrer da lateral de seu rosto e cair dentro da gola de sua camisa.

Lily deu uma risada, seu olhar escondia a maldade que estava prestes a fazer, ela pegou as mãos geladas do jovem e as apertou com um tanto de força e disse docemente.

— Eu encontrei seu caderno de desenhos e… — Severus estava tão concentrado no olhar verde da ruiva que não notou Sirius, James, Peter e vários outros alunos se aproximando — Eu nunca vi algo tão horrendo na minha vida — Lily disse com um pesar e, subitamente, vários alunos começaram a jogar cópias de seus desenhos com várias ofensas, enquanto diziam que um garoto como Severus nunca iria ficar com alguém como Lily.

Logo James se aproximou dela e enlaçou sua cintura, olhando diretamente para Severus.

— Você achou mesmo que tinha alguma chance com ela, ranhoso? — o Potter riu e pegou a mão esquerda de Lily, colocando ali um anel de diamantes. Sirius chegou ao lado deles e colocou o prometido colar no pescoço da garota.

— Com os cumprimentos dos Black — Sirius disse após entregar a jóia. E Snape conseguiu se lembrar vagamente de ver Sirius correndo de sua mesa após ele voltar da biblioteca.

Severus saiu correndo do local, tentando limpar as lágrimas que caíam desenfreadamente de seus olhos. Chegando em seu quarto, ele pegou o estojo de lápis de cor e o caderno de desenhos, vendo todas as suas obras que agora eram motivo de piada para toda a escola. De cabeça quente, ele subiu em uma das salas de estudo onde uma lareira estava acesa, tirando a grade de proteção sem se importar de queimar os dedos, ele se ajoelhou no chão e começou a rasgar as folhas coloridas e quebrar os lápis coloridos, jogando tudo no fogo, vendo queimar, desejando estar no lugar daqueles materiais.

Aquele acontecimento foi no primeiro ano do ensino médio e o aluno que já era mais quieto e isolado virou praticamente um fantasma na sala de aula, tentando parecer o mais invisível possível. Sempre pedindo aos professores para não fazer os trabalhos em grupo, eles ficavam relutantes, pois trabalhar em grupo na escola era a base para ajudar os alunos a interagirem mais com outras pessoas, mas a voz quebrada no estudante quase implorando para fazer as coisas sozinho os cativava e eles abriam uma exceção.

Agora, Severus estava no fim de seu terceiro ano do ensino médio, se preparando para uma excursão que abriria a temporada de verão. Uma excursão que ele desejava com todas as suas forças não estar, mas que a escola fez questão, pela primeira vez em quase 10 anos, de pagar por seu lugar no hotel.

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