Genial(s) (SasuHina)

CAPÍTULO ÚNICO

GENIAL

(S)

[+18]

[SASUHINA]

Já fazia algum tempo desde a primeira vez em que eu havia cruzado com ele.

Uchiha Sasuke era um homem fechado, de porte imponente, postura ameaçadora e que andava engravatado de um lado ao outro, abusando do charme único que possuía e conseguindo com que tudo seguisse dentro dos seus conformes.

Ele se apresentava como alguém diferente, sério e que exalava mistério... Alguém que eu não fazia ideia do que pensava, muito menos do que planejava para a própria vida.

Aquele homem tinha o pulso firme, não sabia pedir sem parecer que estava, na realidade, mandando e trabalhava conosco há alguns meses, afinal o império Hyuuga se tratava de uma das maiores e mais bem-sucedidas empresas de importação e exportação de todo o Japão.

Inicialmente, ele se instalou na corporação por conhecer o presidente, e dono, através de uma viagem de negócios. A reunião havia sido um sucesso — grande parte por seus conselhos bem argumentados — e, de maneira absurda, Sasuke adquiriu uma tremenda confiança ao ponto de se tornar o braço direito de Hyuuga Hiashi.

Com tanta aprovação, o Uchiha pulou de um simples conselheiro para o título de guarda-costas ou segurança, como bem quiser entender. Agora, era protetor da filha mais velha de Hiashi, a primogênita e vice-presidente da corporação, Hyuuga Hinata.

Eu

— Hyuuga. — O tom grave invadiu o escritório bem decorado e acolhedor. — Está na hora.

Observei-o.

Alto, moreno, esguio, de cabelos caídos sobre os ombros largos e a franja guardando parte do olho esquerdo, que tinha a coloração da íris parecida com o breu da noite e costumava se esconder detrás dos óculos de lente escura que ele usava.

Ele não era alguém óbvio ou extremamente transparente, mas as suas entrelinhas eram fáceis de serem compreendidas por mim. O Uchiha até poderia ser genial, mas eu era ainda mais...

— Antes eu preciso finalizar alguns contratos importantes. — Acenei, gesticulando para que ele se acomodasse na poltrona de visitas. — Espere um pouco.

A quietude do meu acompanhante me fez olhá-lo mais uma vez.

Eu sabia que ele me analisava, eu sabia o que ele pensava e eu sabia principalmente qual era a sua vontade...

Até porque tal vontade também era a minha.

— Hiashi não gosta de esperar.

A falta da hierarquia era uma qualidade única nele, já que até então ninguém nunca havia tido a coragem de tratar os seus superiores como pessoas normais. Isso o transformava em alguém abusado, extremamente arrogante e incrivelmente charmoso.

— Hiashi-sama para você.

Em resposta, o silêncio.

Ele não se importou com a minha repreensão, muito menos se corrigiu, apenas segurou na armação dos óculos e o retirou, guardando-o no bolso da calça social. Diante daquele ato presunçoso, me vi incapaz de não morder os lábios, e ele percebeu.