Julie Molina, produtora de uma gravadora muito influente em New York foi obrigada a deixar o trabalho para tirar férias, já que desde que se formou na escola, se dedicou 100% ao trabalho. Mesmo com suas relutância e argumentos totalmente ignorados...
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boa leitura.
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JULIE
A Flynn fez questão de acordar um pouco mais cedo que o normal hoje. Nossas malas já estavam prontas, na verdade, há uma semana, eu só precisava conferir se estava tudo ok antes de literalmente despachar tudo para o motorista levar. Eu ignorava absolutamente todos os comentários dela enquanto olhava a lista no meu celular conferindo tudo que havia colocado na mala e marcava um “confere” em tudo, como sempre, perfeitamente organizada. Fechei as malas colocando a senha e pedi para o motorista leva-las, o Nê fez questão de deixar alguém 24h atrás de mim (além da Flynn) pra me ajudar. Conferi todos os documentos que precisava mandar para a equipe, queria garantir que tudo sairia conforme o planejado. Essa era a chance que eu venho esperado todos esses anos, minha chance de fazer algo grande. Foco Julie Molina. Encarei as passagens em cima da minha mesa pela milésima vez nessa semana.
‘aceita essa passagem e essas férias, por favor, Pitica? Faça isso por mim, pelo seu pai e pela Rose, todos queremos o melhor pra você.’
A voz dele ecoava perfeitamente pela minha cabeça e mesmo não concordando muito com a ideia, ele sabe perfeitamente como me manipular, fazer eu questionar minhas decisões e me sentir uma idiota por colocar em hipótese recusar as passagens. Nessa semana tirei um tempo para pesquisar sobre o lugar que ficaríamos hospedada e devo dizer que é extremamente lindo. O Nê me deu uma certa noção de onde seria meu quarto e acho que acordar com a vista do mar pode ser a paz que eu ando procurando nos últimos dias, levando em conta que nos últimos quatro anos eu só tenho me dedicado ao meu trabalho, comecei a aceitar que eu realmente preciso e mereço isso, e a Flynn também. Eu não iria se ela não fosse.
— Vamos perder o vôo! — Ela disse estalando os dedos na minha frente e só a palavra já me causou calafrios pelo corpo inteiro. — Nunca vou perdoá-lo por me mandar para tão longe! — Suspirei pesado. — Vai sim. — Ela sorriu. — Sabe que ele te ama e só quer o melhor pra você né? Todos nós queremos! — Eu sei... — Sem drama, Jules, não tem com o que se preocupar. — Ela me interrompeu. — Vamos embarcar no primeiro avião... — “Primeiro” — Ironizei a interrompendo. — essa palavra que me preocupa. — Como eu ia dizendo, — Me abraçou de lado com uma empolgação assustadora. — vamos embarcar no primeiro avião às 9:15 e desembarcar em Los Angeles ás 12:38. Vamos poder almoçar em L.A. — Disse animada. — Nossa que emocionante. Vamos almoçar dentro do aeroporto e ficar lá até 14:20, super divertido. — Fingi um entusiasmo que não existe nem no mais profundo da minha alma. Poxa, eu gosto tanto de L.A. e não vou poder aproveitar nada lá dessa vez. Minhas férias não podiam ser na minha casinha lá?!. — Não tinha um vôo direto?! — Sabe que se tivesse ele teria agilizado pra você. — Suspirou. — Como não tem, não se preocupe, eu estou levando um calmante pra você relaxar.— Sorriu fraco se afastando e olhou nos meus olhos. — Duvido que vá funcionar. — Bufei. — Vamos logo, odeio me atrasar! — Suspirei pegando minha bolsa, as passagens, guardei meu notebook, celular, aproveitei pra checar uma última vez meus documentos e saímos do apartamento.
