Cap.0 - "prólogo"

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Estava de noite.

Algumas luzes da capital, Jehona, iluminavam o caminho.

Uma garota corria, corria muito, corria por sua vida.

Os longos cabelos platinados, pouco molhados, ainda tinham vida para voar e seus olhos azuis, claros como um céu de verão, expressavam medo, o medo de não sair daquela situação viva.

Chovia.

Sirenes policiais podiam ser ouvidas ao longe, assim como gritos e passos.

Com exceção dos prováveis policiais, as ruas estavam praticamente vazias.

A garota entra em um beco, retirando um bracelete que continha sua localização e o lança para longe, colocando o capuz logo depois e se esconde em um buraco em uma das paredes, um buraco tão pequeno que mal confortava a menina.

Esperou. Ouviu os passos e gritos se aproximarem e se afastarem, assim como as sirenes. Estava segura, pelo menos por alguns minutos.

Sabia que tinha um "segundo lar" onde podia ir. Saiu do buraco e, depois de colocar seu capuz, seguiu, de cabeça baixa, seu caminho até um outro beco, próximo dali, o qual sabia conter uma porta que levava a um bar. É para aquele bar que ela iria.

Ao entrar no bar, mesmo de capuz, o barman a reconhece e a cumprimenta.

—Jia!— exclamou o homem. — O que me traz a honra da presença de uma das garotas mais bonitas de Jehona?

—Calius! Não sou tanto assim!— riu Jia. —Preciso urgentemente de um copo de whisky.

Calius Hernandez era um jovem forte de 21 anos que dirigia o bar de seu pai, tinha pele negra e cabelos pretos, cacheados e curtos, estava sempre usando uma camisa de botão com uma jaqueta de couro e calças jeans escuras. Seu bar era bem pouco conhecido entre cidadãos normais de Jehona, mas era o mais conhecido dentre fugitivos inocentes e cientistas.

—Claro, princesa do inverno!— diz Calius, se virando para a estante de bebidas e pegando a garrafa de whisky e um copo, ele logo enche o copo e o finaliza com três cubos de gelo. —É por conta da casa, minha flor.

—Você é muito gentil, Calius— diz Jia em tom baixo, erguendo o copo em um gesto parecido com um brinde e bebe um gole logo após. —Para abrigar tantos fugitivos como eu em seu estabelecimento, realmente tens um coração grande...

—Eu sei— gaba-se o homem. —Mas, me conte, o que houve? Vi seu nome nos jornais da manhã, o que você fez?

—Nada— responde ela, bebendo outro gole. —Foi um simples acidente de laboratório, mas por eu ser uma ciborgue, a culpa foi jogada em cima de mim como uma grande pedra!— terminou a frase com uma exclamação.

—Eu sinto muito, minha flor— ele diz, tentando confortá-la.

—Não sinta— rebateu. —Sabe que eu odeio que sintam pena de mim, ou que eu sinta pena dos outros— bebeu um terceiro gole. —Pena é um sentimento horrível por acreditar que sua condição é melhor que a do outro, sinto egoísmo em sentir pena— continua friamente.

—Eu sei.

Nem um minuto depois, ambos Jia, Calius e aqueles dentro do bar, escutam um alto barulho de explosão vindo de algum lugar por perto. A curiosidade de vários os leva a sair do bar para verificar o que e onde foi a origem do barulho, entre eles estavam -obviamente- Calius e Jia. Em algum lugar, a umas duas quadras de distância, um rastro de fumaça podia ser observado e logo as sirenes da polícia também puderam ser ouvidas. A adrenalina no corpo de Jia aumentou e o medo tomou conta de si quando as viaturas passaram na frente da grande multidão.

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⏰ Última atualização: Nov 21, 2021 ⏰

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