Capítulo 24

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Esse capítulo pode conter gatilhos relacionados à saúde mental.

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Serkan Bolat


Depois de conversarmos pelo que me pareceu horas, Eda finalmente conseguiu dormir. Precisei detalhar duas vezes os acontecimentos do dia para que ela se sentisse satisfeita e, ainda, garantir que aqueles homens não teriam conseguido invadir a casa, para que ela se sentisse segura.

A única coisa que eu não pude, foi falar para ela sobre minhas suspeitas. Eda teria levantado dessa cama e ido atrás dela imediatamente. Não seria bom para ninguém.

Eu estou exausto, mas minha mente está alerta e não desliga. Não consigo pregar os olhos pensando no que poderia ter acontecido e no que irá acontecer caso minhas suspeitas se confirmem pela manhã.

Nem preciso me levantar para saber que descanso não está nos planos de Deus para mim essa noite. Daqui posso ver Alara se mexendo em um berço que eu não faço ideia de onde veio - Eda deve ter providenciado no desespero das noites em claro dessa semana. Não me movo, até prendo a respiração para ficar o mais quieto possível e não despertá-la de vez, mas minhas esperanças de que Alara volte a dormir caem por terra quando a danadinha começa a choramingar.

Me levanto para pegá-la e não vou mentir, estou com um frio na barriga. Eu sei que foram apenas cinco dias e que pode parecer loucura, mas tenho medo de que ela não se lembre de mim ou não se sinta mais segura em meus braços.

Outra coisa que tenho medo, é de que Eda acorde com seu choro.

Duas coisas que aprendi evitar para garantir minha sobrevivência nesse casamento: Eda com fome e Eda muito cansada.

Um tigre feroz é mais inofensivo em comparação.

— Shii... Não vamos acordar a mamãe, tamam mi? — Alara arregala os olhinhos, parecendo reconhecer minha voz e eu sinto um alívio tão grande... Esse pinguinho de gente me tem na ponta dos seus dedinhos minúsculos. — Kızım? Özledin mi biraz? — Ela faz um biquinho e seu queixinho treme, pronta para chorar. Todos os livros do mundo podem me dizer que devo deixá-la de acalmar sozinha no berço e todos os especialistas podem me achar um péssimo pai, mais eu não resisto e a tomo em meus braços. Se tem um som que parece dilacerar minha alma é o choro da minha filha. — Calma meu amor, não precisa chorar... Buradayim aşkım. Baban burada.

Envolvo Alara em uma mantinha leve e com ela em meus braços, abro a porta da varanda, sentindo a brisa suave da noite. Tecnicamente ainda é verão, mas as noites já estão começando a esfriar, ganhando ares de outono. Ando pela varanda extensa do nosso quarto, embalando minha princesinha, que em sua própria linguagem de bebê, canta junto comigo.

É engraçado porque quando eu canto músicas infantis, ela canta junto. Mas quando eu dou uma variada na "playlist", ela fica quietinha, me olhando atenta, prestando atenção em cada palavra que sai da minha boca. 

A Breath Away - À um suspiroOnde histórias criam vida. Descubra agora