005. survive.

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Estávamos andando sem rumo pelas ruas desertas de Los Angeles. Com as roupas queimadas e andando torto por causa de alguns machucados.

Eu estava cansada, tanto mentalmente quanto fisicamente. Julgando pelo tempo agora, provavelmente são 02:00 da manhã.

Falta tempo demais para esse inferno acabar.

— E-Eliza. - balbuciou Louis.

Eu estava andando um pouco na frente dele, virei para trás para saber o que ele queria.

Ele estava no chão, ensanguentado na região lateral da barriga. Dei um suspiro de espanto e corri até ele.

— Louis, não morre agora, eu preciso que você sobreviva. - peguei o corpo do garoto do chão.

Ainda tinha pulso, mas estava fraco e não respirava direito.

— Vamos lá, Louis, sobreviva! - levantei o blusa para ver quão grave era o sangramento.

Parecia ser de faca, se eu conseguir os curativos logo talvez ele não morra.

Puxei Louis que já estava inconsciente para perto de uma caçamba de lixo, assim pensariam que ele estava realmente morto.

— Ei, Louis. - virei o rosto dele para mim, ele estava tonto. - Tem uma farmácia aqui perto, vou voltar para salvar você, não vou deixar você morrer. Lembra do que você me disse?

Ele virou o rosto para o outro lado e tentou levantar. A teimosia dele me irrita. Empurrei o ombro dele para voltar a ficar sentado.

— Sobreviver, lembra? Tente sobreviver.

Ele colocou a mão na minha cabeça e suspirou:

— Não posso te perder de novo, Eliza.

— Eu não sou Eliza.

Ele engoliu em seco e desmaiou.

Levantei, pegando seu machado e corri até a farmácia mais próxima. Agradeci mentalmente por não ter ninguém para tentar me matar ali.

Entrei na farmácia e fui direto para a parte dos remédios. O meu desespero, agonia e pressa fez com que alguns medicamentos caíssem no chão; barulho.

Achei fachas, panos, fitas e soro fisiológico, suspirei de alívio e levantei do chão, e peguei o machado de Louis.

Voltei ao chão novamente quando vi a gangue que matou meus pais. Apertei meus lábios, tentando não chorar. Me escondi atrás da bancada apertando o machado, com medo.

— Nós vimos você entrar, bonitinha! - uma mulher gritou.

— Não tem como escapar de mim. - o homem loiro disse.

Louis precisa de mim, não posso morrer agora, muito menos por eles.

— Ainda não me apresentei, sou Kade. Sinto saudades de você. - ele riu. - Nem te conheço direito mas você me deixou doidinho, quero repetir mais vezes o nosso encontro na garagem. Não vamos te machucar se você aparecer logo.

Ouvi dizer que quando a pessoa sente medo, ela enxerga melhor. Posso confirmar que é verdade. Joguei um remédio qualquer na direção oposta, eles acertaram uma metralhadora no lugar onde veio o barulho.

Havia uma porta a minha frente, minha única saída. Enquanto eles acertavam vários tiros no lugar do barulho, me rastejei até a porta e entrei.

Passei por mais uma porta que acabou do lado de fora da farmácia. Olhei para trás, respirei fundo e corri para até onde Louis se encontrava.

Chegando lá, ele estava inconsciente, e ao redor dele havia um lago de sangue.

— Ei, sou eu, consegui curativos. - virei o rosto dele para mim. - Louis?

Não tinha pulso, circulação, nem respiração.

— Não, Louis, por favor.

Rasguei a blusa dele, e pressionei o local com um pano. Louis despertou.

— _______? - perguntou sonolento. - Vá embora, eu vou acabar morrendo.

Neguei com a cabeça e continuei fazendo pressão na ferida.

— _______, não tem mais solução. - ele segurou meu queixo.

Apertei o machucado dele, com força. Ele gritou de dor, mas eu consegui colocar o pano na boca dele antes.

— Você fica bem melhor assim. - eu disse e voltei a me concentrar em curá-lo.

🔪⌗聯繫

— Que horas são? - tentou levantar Louis. - Onde estamos? Que fedor.

— Não se mexa muito, não dormiu nem por meia hora. - eu disse.

— Que fedor, eu tenho que sair daqui.

Louis tentou levantar. Eu coloquei ele dentro da caçamba de lixo, era mais seguro do que ficarmos lá fora.

Levantei a tampa da caçamba de lixo e Louis tossiu.

— Nojento. - disse ele, saindo.

— Não faça tanto esforço, você foi esfaqueado! - eu saí da caçamba.

Tentei tocar nele, mas Louis bateu na minha mão.

— Eu passei por muita coisa, minha querida. Não vai ser um tiro que vai me matar. Eu sou um sobrevivente.

Suspirei.

— O que foi?

— Não vai agradecer? Eu salvei sua vida. - cruzei os braços.

— Eu não pedi para que o fizesse.

Estou começando a me arrepender. Olhei para baixo e bufei.

— Obrigado. - murmurou Louis.

Sorri ladino.

— Desculpe, não consegui entender, pode repetir?

— Você é tão patética, ______. - ele riu.

Nossos olhares se encontraram, desviamos e depois nos olhamos novamente. Acho que esse foi o primeiro momento significativo que ele não me chamou de Eliza.

— Volte para a caçamba de lixo, precisa descansar. - tentei tocá-lo.

Ele desviou do meu toque e pegou o machado, colocando-o no ombro.

— Não preciso, você vem? - ele apontou para a rua, e saiu andando.

Balancei a cabeça, e passei as mãos pelo rosto irritada com sua teimosia. E novamente, caminhei até seu lado para ficarmos andando por essas ruas perigosas.

 E novamente, caminhei até seu lado para ficarmos andando por essas ruas perigosas

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Eita gentw, Louis é mesmo duro na queda

𝗧𝗛𝗘 𝗣𝗨𝗥𝗚𝗘 𝗡𝗜𝗚𝗛𝗧, louis partridgeOnde histórias criam vida. Descubra agora