Acordei no chão de uma farmácia. Louis estava do outro lado, murmurando alguma música enquanto mexia nos remédios.— Louis? Que horas são? O expurgo já acabou? - perguntei me sentando e colocando minhas costas na parede.
Olhei em volta. Era a mesma farmácia que eu peguei os curativos de Louis, e ela estava uma bagunça.
— Acabou de dar quatro horas da manhã, falta apenas duas horas para esse inferno acabar. - ele sorriu.
Mordi o lábio inferior.
— E quando acabar, iremos nos separar. - cochichei.
Louis se virou para mim.
— Sabe, se você quiser, pode ficar comigo. - ele parecia um pouco nervoso. - Só se você quiser, é claro.
Eu sorri.
— Eu vou pensar sobre. - pisquei para ele.
Não é uma idéia tão ruim, não tenho com quem ficar quando esse inferno terminar.
Quando fui falar minha resposta, Louis esbarrou sem querer no rádio que estava na bancada. Fazendo-o ligar.
— "Senhoras e senhores, nossa noite de expurgo está quase terminando, uma verdadeira pena. Mas, temos mais duas horas para aproveitá-la ao máximo! Ficamos sabendo da maior purificação da noite, uma amaldiçoada purificada, que alegria! Voltaremos com mais notícias."
Senti minha cabeça girar assim que escutei. Eu sou uma maldição porque os outros se sentem atraídos por mim. Não faz um pingo de sentido.
— Não liga para isso, ______. - disse Louis enquanto fuçava as prateleiras de remédios. - Achei, caralho, finalmente!
Louis se agachou perto de mim com um remédio.
— Isso é para quê, exatamente? - perguntei.
— Para te curar. - ele disse como se fosse a coisa mais óbvia. - Seu rosto está todo machucado, e seu corpo acho que não preciso dizer nada.
Tirei as mechas de cabelo na frente do meu rosto. Louis tocou delicadamente no meu queixo, passando o remédio e limpando o sangue com um pano molhado.
Fiz uma careta de dor e virei para o outro lado quando senti meu rosto arder.
Louis deixou de lado toda a sua delicadeza e segurou meu queixo, firme.
— Fica quieta, menina, você me fez errar. - repreendeu.
— Ardeu, que tipo de remédio é esse? - reclamei.
Louis deu de ombros.
— Não sei, Eliza que me dava esse remédio quando eu voltava machucado. - ele parecia bem concentrado, e eu tentava não sentir dor.
— Eliza deve ter sido uma ótima pessoa. - eu disse.
— Ela era. - Louis se levantou. - Tira a roupa.
— O quê? - perguntei envergonhada.
Louis franziu a testa levemente.
— Seu corpo também está machucado, ______. Tira a roupa, olha, vou até me virar. - ele se virou.
Tirei o saco de batatas e logo depois o casaco. Eu não estava usando blusa, só tinha meu sutiã por baixo do casaco.
— Pode se virar. - cruzei os braços, com vergonha.
Louis também parecia desconfortável, ele tentou, o máximo possível não olhar. Ele se ajoelhou a minha frente, tirando meus braços da frente da barriga, tem como isso ficar mais vergonhoso?
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𝗧𝗛𝗘 𝗣𝗨𝗥𝗚𝗘 𝗡𝗜𝗚𝗛𝗧, louis partridge
TerrorO governo dos Estαdos Unidos sαncionα umα lei em que os αssαssinαtos são permitidos durαnte umα noite, pαrα que os cidαdãos liberem seus instintos violentos. Tentαndo escαpαr dessα noite infernαl, _______ αcidentαlmente entrα nα cαsα de um estrαnho...