13; | As peripécias de Eustáquio |

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Afinal, onde Eustáquio se metera? Bem, assim que decidiu se afastar um pouco, pôs imediatamente seu plano em ação

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Afinal, onde Eustáquio se metera? Bem, assim que decidiu se afastar um pouco, pôs imediatamente seu plano em ação. Levantou-se com uma calma indescritível e caminhou de um modo natural, mesmo que resmungasse constantemente sobre os planos que julgava "absurdos" de todos no Peregrino. Achou que se não demorasse muito, os outros não sentiriam sua falta. Com o passar do tempo, foi se afastando cada vez mais e um arrepio percorreu pelo dorso da espinha, mas não sentia vontade de desistir, o que era quase patético, já que o antigo Eustáquio de Arnaldo e Alberta já teria voltado a tempos e julgado um "mau comportamento" de si mesmo.

Andou por mais tempo, até o cansaço nas pernas lhe obrigar a parar e se sentou por longos e intermináveis minutos, porém, logo prosseguiu a fatídica e calma caminhada. O silêncio era aterrorizante, mas Eustáquio havia prometido para si próprio que não desistiria por uma boba distração, a única coisa que não passou pela sua cabeça em nenhum momento, foi o que aconteceria minutos depois: achou um tesouro, repleto de ouro, joias, prata, braceletes, espadas, moedas e tudo o que possui de mais valor. Seus olhos brilharam, achou que pudesse ser o tesouro de um antigo pirata e que ele era o felizardo aproveitador, e logo, começou a catar tudo o que coubesse em suas mãos, o primeiro objeto foi o bracelete que coube perfeitamente em seu braço.

Depois de tantos dias apenas vendo mares e céus, aquelas riquezas lhe encheram de ganância e cobiça, e a vontade de mais era o que desejava. O bracelete remetia a uma ossada que ele encontrou, lorde Octasiano. O tesouro era de um dragão, já morto, na beira da praia, o menino Eustáquio logo viu uma fumaça inteira lhe cobrir e assim que abriu seus olhos e direcionou seu olhar para baixo, percebeu que havia um dragão perto dele, uma sombra, como se tivesse em cima de um, mexeu os braços, a sombra também se mexia, até que notou uma carapaça e uma grossa camada de pele e se tocou do que havia acontecido: ele era o dragão. 

Então chorou, lágrimas como de uma correnteza despencaram dos grandes e esbugalhados olhos do infeliz Eustáquio, se sentia sozinho, triste e miserável, nunca em sua vida poderia acreditar em algo assim, e muito menos, se alguém profetizasse que ele estaria em um outro mundo e teria suas peripécias vaiadas. Ele? Um dragão? Só podia ser um pesadelo, mas não era, nunca foi, tolice achar isso. A fome veio, e sem alternativa, comeu o dragão que estava morto na beira da praia, já tinha comido mais da metade quando reparou no que estava fazendo, pois o entendimento era de Eustáquio, mas o gosto e o aparelho digestivo pertenciam ao dragão. E não há nada de que um dragão goste mais do que dragão fresco. É por essa razão que raramente se encontra mais de um dragão na mesma área. Então, vagou pela margem inundando a areia de lágrimas.

Nesse meio tempo, Caspian e Edmundo saíram à sua procura, extremamente cansados e aflitos perambularam por muitos minutos (não sei ao certo), até encontrarem o famigerado tesouro, o diário e as roupas de Eustáquio. Achavam que tinha morrido, e foi através dessa descoberta que retornaram, não antes de Edmundo ser raptado pelo dragão. Os tripulantes do peregrino, a princípio, achavam que poderia ser um vulcão, ao verem as chamas bem ao longe, mas Drinian tinha certeza que não. Pouco tempo depois, Edmundo apareceu sendo segurado por Eustáquio.

O BATER DE ASAS DAS BORBOLETAS | Edmundo Pevensie x OCOnde histórias criam vida. Descubra agora