Continuo na Sweet Party, me sentindo acolhido, seguro e confiante e "mal" para o núcleo, decido sair da festa e voltar para a praça, para ir procurar pessoas amigáveis para conversar e pedir cigarros, mas antes de chegar lá, Blackout, eu perco a memória, nessa hora eu já havia vestido minha blusa preta por cima da camiseta branca e usava a calça verde militar então eu estava "verde" e "preto", ou seja achando que a "esperança" era a "morte" e um Tênis vermelho da Red Bull que ganhei a um ano do meu irmão Dih.
Eu voltei a ter consciência perto da meia noite e me encontrei sem meu celular, dentro do ônibus, que estava indo para Barueri, mas não percebi, Brune, a amiga da Keth no ensino médio, estava me olhando como quem estava torcendo para mim acordar ela usava preto e rosa, ela me avisou que eu estava em Barueri e que tinha sugeira no meu tênis e desceu no próximo ponto, como se ela fosse um anjo que me guiou até alí, e desci no ponto final, olhei meus tênis e eles estavam com riscos azuis, eu tento lembrar do que aconteceu mas não consigo olho minha carteira e meus 10 reais sumiram, 5 deles eram para mim voltar para casa, eu fui roubado! Peguei um ônibus sentido Pirapora e só avisei um ponto antes do meu que eu perdi a carteira, isso, é dar multa, mas daquela vez eu fui praticamente obrigado...
Chego em casa próximo da 1 da manhã e é tenebroso passar pelas ruas com metade das luzes apagadas, mas chego em casa e tiro o tênis vermelho sujo de tinta azul e jogo fora, porque ele está contaminado com "bondade" e eu não sou um "menino bom", perto da onde jogo os tênis fora tem uma mancha grande e preta no chão, eu interpretei, "azul" e "preto" que significava que quando eu fosse "bom" eu já poderia "morrer" então enquanto o fascismo reeinvidicasse a palavra "bom" eu seria mal para ele, e após a revolução, eu já poderia morrer em paz, entendi aquelas manchas como mensagens dos céus, e fui dormir...
Acordei e meus pais estavam preocupados e fazendo perguntas sobre meu celular, "Perdi", e sobre o que aconteceu comigo na noite passada, "Não posso envolver, vocês, para o seu bem!" E a noite daquele sábado eles param com as perguntas e vão descansar, deixando uma água fresca para mim, que próximo a meia noite depois de um cochilo eu acordei para ir tomar, e vocês não acreditam no que eu vejo...
Pontinhos pretos na água, como poeira de café, embora não senti o gosto, e cuspo gritando um "Não" visto uma calça preta, uma camiseta branca sem olhar a cor e visto uma bota marrom, que é minha tem um bom tempo, as luzes do quarto dos meus pais se acendem, "Tentaram me envenenar! Deve ser alguma droga que age no cérebro! Desde quando estão me dando isso?!", penso. Tomo uns comprimidos de Omeprazol e saio correndo de casa antes de meus pais levantarem para poder impidir; meu cachorro Maylon me segue meia noite afora, mas quando chegamos na parte da rua que estava sem iluminação ele se perde de mim e eu escuto um barulho, um carro "branco" passando por cima de uma pedra ou outra coisa e penso, "Atropelaram meu cachorro, desgraçados!!!" E continuo correndo sentindo algo no estômago, meio enjoado, preciso chegar ao hospital, mas pra isso eu teria que dar multa no ônibus denovo...
Dessa vez eu fui sincero, pedi ao motorista para me levar para o hospital pois eu estava mal, não estava na verdade, mas eu sabia que ficaria, pois tomei alguma espécie de veneno, fui envenenado... Acreditava eu.
Vi jovens no fundo do ônibus e alguns pareciam aliados pelas cores que usavam, mas poderia ser uma armadilha, fiquei esperto, só baixei a guarda perto do hospital e tentei forçar vômito no lixo do Ônibus, uma moça de saia preta e camiseta branca "você vai morrer", preto e "louco", branco significava que eu iria morrer louco mas pela atitude dela eu entendi que ela usava o preto e o branco para transpassar equilíbrio, e a admirei, ela abria minha janela e eu me sentei, mas não agradeci, meio atordoado, no próximo ponto é o hospital, e eu desçi do ônibus e subi a rampa correndo, "droga", penso pois eu estava usando branco e preto o que era meio neutro e não era nada revolucionário, após subir a rampa abro as portas encostadas do pronto socorro e vejo uma moça e uma senhora vestidas totalmente de preto e entendo o recado...
"Você vai morrer"
Eu pergunto a elas num tom levemente alto e claro, um pouco admirado ou assustado, pois eu tinha um pouco de fascinação e ao mesmo tempo medo da morte, eu indago:
- O que vocês estão esperando aqui?!
A senhora responde, também em alto e bom tom:
- Eu não sei... Só esperamos.
Eu caminho até a outra porta onde fica o corredor dos médicos e vejo um enfermeiro passando com uma injeção de agulha bem grosa e penso, "A injeção letal! Baque me avisou!" Dou uns passos para trás silenciosamente, olho para as mulheres de preto, meio angustiado, como quem viu as duas testemunhas, do livro de apocalipse, na bíblia, elas me olham com expressão curiosa, como quem vê um animal selvagem, ou indefeso, e eu saí correndo no próximo instante, até hoje me pergunto o que elas pensaram, pois não é todo dia que alguém pergunta o que você está esperando no hospital e saí correndo; enfim, eu passei correndo por ruas menos usuais, e cheguei ao lado da praça de Pirapora, que também tem um Cloreto, mas eu entrei em outra rua mais tranquila e afastada onde tem uma cervejaria, encontro meu amigo Paulinho, e falo para ele que vou morrer ele responde "vai não mano!" eu peço um cigarro a ele, ele não tem, então puxo assunto com um amigo dele mais velho que está lá, um pouco mais tranquilo agora, e ele me dá, depois me oferece uma cerveja e eu desconfiado vendo as bolhinhas, troco meu copo com o de outra pessoa para evitar um dano caso meu copo tivesse veneno, um cara riu, a maioria pareceu achar estranho e Paulinho me chama para dar uma volta, para "Clarear a Mente" Eu vejo no caminho pessoas com cores confusas, aliados e inimigos, mas eu foco só no Paulinho, e o sigo, ele usava uma blusa verde, camiseta laranja e calça cinza, achei amigável, Ele me levou pro ponto de ônibus e eu sentei no chão me escondendo e ele na beira de um murinho, em minha frente, de repente eu escuto um funk novo tocando em uma casa próxima e interpreto como do MC Magrinho falando "É omeprazol, é omeprazol" e penso, Meu Deus eu estou na cultura popular!? estão cantando que omeprazol me salvou, os remédios devem ter neutralizado o veneno; todos sabem que existe um revolucionário andando por aí, a maioria só não sabe que sou eu!"
A música para de tocar rapidamente, e Paulinho percebe que já era próximo das 2 da manhã então não teria ônibus para eu ir embora, eu desconverso e peço o celular dele para acessar o Facebook, e rapidamente vejo dois convites de evento, Festa de Los Muertos, uma amiga da Selene me convidou e eu estremeci por causa do nome, inacreditávelmente me pareceu um nome para uma última festa antes da luta por revolução, por que após muitos morreriam, talvez eu seria um deles; e o segundo convite foi do Ann para uma festa mais fechada, open bar com pouca gente, e tinha na descrição uma frase peculiar: "Não fica louco quem não quer"
Eu entendi que Ann estava do meu lado no fundo e que ele me sugeria fingir demência se a elite me pegasse e levasse para torturar, eu precisaria aguentar firme e eu não enlouqueceria se não quisesse! Entendi o recado, agradeci aos céus e ao Ann e desloguei da conta no celular do Paulinho e sugeri que fossemos caminhar, não falei o motivo, q era o fato de eu poder ter sido rastreado e chegaria a equipe da elite para me pegar...Eram duas da manhã do dia do segundo turno, domingo, 28 de outubro e Paulinho e eu vamos dar uma volta, que era pra ser até amanhecer, eu vou com ele no início, até que aparece um amigo dele com um cinto rodeado de cervejas e me oferece uma que pego e tomo, mas não confio muito nele, ele só falava frases que não se sabiam se eram verdade ou piadas: "eu tenho muita droga aqui!", "Sou traficante!" De cerveja? Pergunto. Ele responde: "É! De cerveja também!" Eu não ri, curioso e pensativo, mas Paulinho cascou o bico, e falo para eles que vou embora perto das 4 da manhã, me afastei um pouco e quando virei a esquina, saí correndo, "Quase fui pego com um traficante?!", Pensei, depois voltei a andar. E de repente recebi mensagens dos céus novamente; passa um carro branco na estrada dos romeiros enquanto estou indo para o km 50 para depois ir para casa, a pé, eu interpretei a cor "o seu destino é a loucura" depois passa outro carro branco, eu associei denovo "seu destino é a loucura"
depois passam dois carros pretos e eu pensei "meu destino é a morte" e de novo, "meu destino é a morte" depois passam 3 carros mais equilibrados em cinza, ou prata etc... E eu os entendo como: "lute" "apesar" de... "tudo!" E voltei mais confiante caminhando para a casa, mas eu precisaria tomar cuidado... Mas quem era de confiança?
Me animei levemente, em seguida... Já sabia a resposta.
De qualquer forma eu precisaria ir em casa para me higienizar, engolir algo depois eu procuraria a ajuda que imaginei.
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O Rapaz em 6 Carros e O Urso Pardo
RastgeleO Rapaz é um personagem fictício que escreve a própria história, o autor deve estar dormindo. Não será falado nada a mais aqui, que possa estragar a experiência de se afogar em uma consciência. Estou pedindo, caso você goste do que ler, uma contrib...