Mode Psycho

Introdução...

Eu não sou um psicopata...eu não sou um psicopata...eu nem sempre fui um psicopata. 

Meu coração acelerou quando meu pai me deu aquele pedaço de pau e me mandou atingir o coelho que invadiu o jardim.  Primeiro eu comecei a tremer achando que aquilo era mentira, mas ele começou a me empurrar dizendo que eu precisava ser sua obra prima, alguém capaz de realizar qualquer coisa.

Eu comecei a suar frio enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto, a culpa do coelho estar ali era minha. Dias atrás eu o encontrei no jardim, ele parecia magro e assustado peguei uma cenoura cortei em tiras e dei ao pequenino. Não esperava que depois daquele dia ele voltaria ao quintal, e aqui estava eu o observando.

- Você é a porra de um frouxo! - ele me chutou nas costas o que me fez cair no chão. 

A grama molhada sujou um lado do meu rosto, o pau se soltou de minha mão e meu pai me deu outros chutes, a dor era aguda como projeteis atravessando minha carne.  Minhas mãos agarraram o solo no ódio. Senti a terra entrar pelas minhas unhas e sujar minhas mãos. 

- Levanta, e mate o coelho ou eu mato você! -ele disse e cuspiu em mim. 

Meu sangue ferveu em chamas, aquele garoto de dez anos estava prestes a cair nas garras de seu pai e se tornar um monstro como ele queria. Envolvi o objeto de madeira nas minhas mãos até senti ele se ajustar. Com a outra mão me apoiei me erguendo lentamente enquanto cospia sangue. 

- Seu frouxo mate o coelho! Ou você prefere ser morto a matar um ser tão insignificante! 

O primeiro golpe fez o coitado gritar, mas eu já estava no meu limite não vi o que aconteceu só sei que eu continuava golpeando o coelho sem parar. Finalmente após machucar minhas mãos eu soltei o pedaço de madeira me voltei pro meu pai que parecia assustado e disse:

- Viu o maldito está morto me deixe em paz.- eu devia saber que aquele sorriso significava algo muito ruim, muto ruim mesmo. 

Subi as escadas da casa sem força alguma até a porta do meu quarto quando meu irmãozinho pequeno apareceu animado.

- Hyung! Hyung! Papai me disse que você ia se tornar homem hoje. Você se tornou? - a sua voz era doce e parecia me recarregar como uma bateria. Ele era doce e meigo o coitado não entende nada do que acontece aqui. Sorte a dele.

- Eu já era homem- respondi e entrei no meu quarto.

Antes que eu percebesse a criança entrou no quarto logo atrás de mim. Ele foi até o banheiro molhou uma toalha de qualquer jeito na pia e trouxe até mim.

- Você precisa limpar a boca - ele fala gentilmente.

Me abaixo até ficar da altura dele, e ele pressiona a toalha em mim. Seu coração caloroso me aquece e antes que eu percebesse estou chorando.

- Hyung, o que aconteceu? - ele pergunta ao me ver chorar.

- Eu...estava com saudade de você.- respondo sorrindo.

- Mas eu só fiquei fora por uns dias eu tava viajando, você tem que vir da próxima vez. - ele fala limpando minhas lágrimas com a mão de modo descuidado.

- Eu realmente...senti saudade de você. - falo deixando as lágrimas caírem mais uma vez.

Sem nem mesmo entender o que estava acontecendo o garotinho me abraçou com carinho.

- Você parece machucado - ele observa. - Tem que tomar mais cuidado, eu não gosto de te ver assim. - ele responde.

- Prometo me cuidar melhor Han Seo. - respondo após um tempo.

Muito tempo depois eu descubri que naquele dia meu pai ativou um dispositivo que ele pôs em mim desde que eu era um bebê. Sua obsessão por ter um filho assassino para se livrar das pessoas que ficavam no seu caminho a ascensão era doentia.

Quando me convenceu a matar uma forma de vida ele ativou um chip que agregado ao meu organismo me deixaria no modo psicopata por alguns instantes a cada vez meu pai ativasse esse gene no meu corpo.

Enquanto estivesse nesse modo eu também estaria cem por cento sob o controle da pessoa que me ativou. Eu não era um psicopata, eu não nasci um psicopata. Meu pai me transformou em um, literalmente.