Meu próprio dorama.

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"A vida é cheia de arrependimentos. Ouvi dizer que a vida é sobre lidarmos com as escolhas que não fizemos." - The Penthouse.

Dylan.

Eu não sabia que Melinda poderia ficar brava por eu ter escutado uma parte de uma conversa entre ela e as amigas. Não foi por maldade, é que chegamos bem naquele momento, e os meninos não saíram, eu só fiquei ao lado deles, claro, escutei, mas não vi nada demais naquela conversa. Afinal, todos já sabiam do lance que Hugo e Verônica poderiam vir a ter. Não era uma novidade. Isso até ajudou Hugo a confirmar suas suspeitas. Mas ela me perdoou, nunca mais continuo escutando a conversa alheia.

Marcamos de nos encontrar durante a tarde, na praça mais próxima da casa dela, era um lindo lugar, repleto de árvores, uma estrada entre os gramados para poder caminhar, alguns bancos para se sentar, o ar livre estava lindo. Havia poucas pessoas ali, para nossa sorte. Chegamos ao nosso ponto de encontro quase juntos, olho para ela e sorrio, Melinda estava linda. Toda "princesinha" com seu visual. Usava um vestido rosa claro, de manga curta, maquiagem combinando, e com o cabelo ondulado.

- Você está linda – digo, a puxando para um abraço.

Ela sorri, encantadoramente. – Obrigada. Você também está lindo. – ela diz, e fico um pouco tímido com seu elogio.

Quando nos desvencilhamos do abraço, toco em seu rosto, fazendo um carinho, olho em seus olhos, ela tenta se conter, mas acaba rindo. – O que foi? Fiz algo errado? – pergunto.

- Não. Não é isso. É que... Estou muito feliz por estar com você, te ter assim tão perto de mim, ainda parece mentira.

- Eu sinto o mesmo. Sempre sonhei com esse momento, agora que aconteceu, parece um sonho. – falo.

Ela sorri, e aperta minhas bochechas rapidamente. – Ai que fofo! Como você consegue ser tão fofo assim? – ela pergunta, ainda com as mãos nas minhas bochechas.

De repente, seguro seu pulso. Sou tomado por uma vontade absurda de mostrar a ela que eu conseguia ser mais coisas além de fofo. – Eu também posso ser sexy. – digo, ela olha assustada, mas logo em seguida, começa a rir.

- Foi engraçado? – pergunto me sentindo estranhamente humilhado por minhas tentativas falhas de parecer sexy.

- Foi fofo. – ela diz, e sorri mais.

Suspiro. – Acho que ser fofo é a minha sina. – falo.

- Eu gosto que você seja fofo e também achei um charme esse seu lado sexy. – ela diz, e puxa meu rosto para mais perto do dela.

- Agora, eu vou te beijar, porque você é muito lindo e fofo e eu não aguento continuar te olhando e não poder... – ela dizia, até eu dar o primeiro passo de beijá-la. Ela me agarra com firmeza e aprofundamos nosso beijo.

Eu realmente podia sentir diversos sentimentos enquanto a beijava, era como se só existisse nós dois no mundo. Ao desgrudarmos nossos lábios, mas ainda muito pertos, ela sorri e beija a ponta do meu nariz carinhosamente. – Fica melhor a cada vez que nos beijamos. – ela diz.

- Acho que devemos continuar nos beijando então. – falo, e pego em sua mão, a levando para grama, sento perto da árvore e encosto à costa em seu tronco, ela faz o mesmo, mas, ao meu lado, coladinha.

Pego o celular, queria registrar nosso primeiro encontro como um casal, ela sorri, mas o toma da minha mão. – Deixa que eu bato as fotos, preciso ter certeza que fiquem lindas. – ela fala, nitidamente tirando sarro da minha habilidade de tirar uma foto.

- Tenho certeza que ficarão lindas. – falo.

- Como tem tanta certeza assim?

Sorrio. – Porque você está na foto. E você é linda.

Ela sorri timidamente, e faz um sinal de coração com os dedos, como os personagens dos doramas costumam fazer. Logo em seguida, ela posiciona o celular e fazemos as poses. Tiramos várias fotos, até eu começar a tirar fotos apenas dela, ali naquele lugar, de inicio ela ficou envergonhada, mas depois se soltou e aceitou ser minha modelo por pouco tempo. Fotografa-la estava se tornando um vício, eu estava capturando até momentos em que ela estava distraída, até chegar um momento em que largamos o celular, já tínhamos conseguido fotos o suficiente.

Ela se deita na grama, apoiando a cabeça em minhas pernas. – Essa vista é tão linda... Não acha?

- Sim. É linda. – digo, me referindo mais a ela do que a paisagem em si. Ela era o motivo daquele momento ser incrível para mim.

- Sabe... Depois que me fechei amorosamente, eu parei de ver a beleza e o encanto nas coisas simples da vida, como uma bela paisagem, uma boa companhia, coisas pela qual eu deveria ser grata por poder viver e apreciar, mas eu via tudo no escuro. Estava cansada da minha vida solitária, da minha amargura e não conseguia me divertir cem por cento nem ao lado das minhas amigas. Mas tudo foi mudando depois que... – ela para de falar por um momento, mas sorri e da continuidade no assunto.

- Depois que te vi pela primeira vez, fiquei tão curiosa a seu respeito, foi o primeiro cara que me chamou atenção desde meu término. E aí quando notei você já havia se aproximado de mim. – ela diz.

- Fico feliz que eu tenha conseguido te trazer de volta a vida. Sempre notei seu olhar solitário, isso me deixava triste e com vontade de te fazer sorrir. Talvez se você não tivesse dado o primeiro passo, ainda estaríamos como desconhecidos que só cruzam olhares. – digo.

- Isso é triste, não gosto nem de imaginar. – ela diz.

- Mas você me tratava muito mal no inicio, nem minha amiga queria ser. – reclamo, e ela ri.

- Seu bobo. Eu pensei que você fosse apenas mais um garoto... Por isso não queria saber de você. Mas... Acabou que você se tornou, enfim, você sabe o que significa para mim. – ela diz, ficando envergonhada, suas bochechas coraram, achei a coisa mais fofa do mundo.

- Por que não diz? O que eu me tornei? – insisto.

- Muito especial. – ela diz, sorrindo.

- Só isso? – brinco.

- O meu mais novo namorado.

- Isso não vale. – digo.

- Estou apaixonada por você. É isso que queria ouvir? – ela diz, e sorri envergonhada.

Sorrio, satisfeito. Passo a mão por seu cabelo, acariciando. – Também estou muito apaixonado por você. Satisfeita?

Ela ri, em seguida eu a beijo. E sinto que sou um cara de sorte. É difícil gostar de uma pessoa que te corresponde, mas aconteceu... Acho que estou vivendo meu próprio dorama.

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