Capítulo Dois

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Os olhos dele focaram nos meus assim que ele se afastou do meu pai. Ele correu na minha direção,eu estava paralisado de medo.

Queria muito ficar empolgado de ver ele, mas eu estava com muito medo meu coração acelerou de modo assustador e eu nem me lembrava que ele podia fazer isso.

O abraço de Jang Han Seo me envolveu com força,seus braços me rodearam e eu senti seu perfume de rosas invadir meu olfato. Eu o apertei com força pensando no sentimento de deixar ele ir no passado.

-Hyung! Vai sentir minha falta? - ele fala chorando sem querer soltar de mim.

- Han Seo eu sou um homem forte, sabe qual é a única fraqueza do seu Hyung? - pergunto e Han Seo balança a cabeça em negação. - A única fraqueza do Hyung é você. Eu vou sentir tanto a sua falta que vou morrer.

- Não! Você não tem permissão de morrer ouviu? - Han Seo ordena.

- Prometo que vou ficar bem. - aviso.

- Hyung, eu não quero ir.- sua voz é chorosa. 

- Você vai ficar muito mais inteligente e forte se for. - explico.

- Vou poder te derrotar ? - ele pergunta inocente.

- Sim, definitivamente irá me derrotar no futuro. Mas antes precisar ir e se preparar.

- Eu vou só para me tornar forte e derrotar você!

- O que fará quando puder me derrotar ? - pergunto curioso.

- Vou te proteger. - as palavras dele me atingiram como uma faca sendo cravada no peito.

Minhas mãos foram até às bochechas dele, pude sorrir calmamente e então beijei sua testa.

- Você vai me proteger. - confirmo. - Confio em você.

Ele me abraça mais uma vez e sei que ele continuará me abraçando se eu não o expulsar. Mas antes de afastar ele de mim eu deixo bem claro em voz alta.

- Eu Jang Han Seok amo você. - digo para ele e bagunço seus cabelos. - pirralho.

- Eu não sou pirralho.-  ele reclama batendo na minha mão.

Quando Han Seo me soltou eu soltei o ar que eu estava prendendo. Ele me encarou por um tempo e parecia confuso.

- Você está pálido para caramba. - ele observa.

- Eu não acredito que está aqui - finalmente consigo formular uma frase.

- Você não me parece feliz, engraçado nas nossas conversas por vídeo chamada você passava a impressão de sentir minha falta. - ele fala com voz de desapontamento.

- Eu te falei sobre isso seu irmão é muito antissocial e estranho. - Meu pai fala sorrindo e dando tapas nas minhas costas.

- Ele não era assim - Han Seo fala e parece ter algo implícito em sua fala.

Meu pai não pareceu perceber mas eu achei estranho nunca o vi falar com sarcasmo assim. Tentei ignorar aquela sensação e então o segurei pelo braço e forcei um sorriso enorme.

- Deixa de bobagem por que diabos trouxe a mala até aqui? Devia ter ido em casa primeiro seu bocó!- falo animado o levando comigo.

Virei para trás e vi a expressão no rosto do meu pai. Ele não parecia feliz e muito menos animado. O homem de meia idade se sentou na mesa e voltou a mexer no computador como se seu filho que passou anos longe nem sequer existisse.

- Eu fiquei tão empolgado que não pensei direito acabei vindo até aqui com mala e tudo!! - ele fala sorrindo.

Sentir o calor do corpo do meu irmão era acolhedor, o cheirinho e ver ele sorrindo não através de uma tela do computador ou celular mas sim aqui na frente dos meus olhos.

- Você cresceu e ficou tão bonito! - falo finalmente começando a sentir a alegria de ter ele por perto.

- Você tem malhado está tão musculoso - ele pergunta apertando meus braços.

- Você não está olhando por tempos demais ? - pergunto a ele.

- Ah é que esse tipo de corpo é o meu tipo - ele responde e eu quase engasgo.

- Do que diabos está falando? - pergunto.

- Calma, é que eu queria ser mais assim - ele diz sorrindo largo.

O levei até o carro e o acompanhei em casa, desci sua bagagem quer era muita e pedi para os funcionários levarem as coisas pra dentro.

- Hyung, eles nem olham nos seus olhos o quão assustador você é? - ele pergunta observando uma áurea estranha em casa.

Mas eu não consegui responder estava totalmente paralisado pelo arrepio que percorreu minha espinha por ele ter me chamado de "Hyung".

Eu não sabia que sentia tanta saudade dele dizer essas palavras pertinho de mim,até que ele disse e meu coração congelou assim como meu cérebro.

Eu estava parado olhando pra ele como se tivesse encontrado o maior tesouro da terra. E de alguma forma essa analogia parece a realidade pois pra mim o meu maior tesouro é esse garoto.

O funcionários sumiram de nossas vistas bem rápido eles não cruzavam meu caminho, geralmente eu ia até eles quando precisava de algo. Quase nunca me olham nos olhos e minhas respostas sempre soam frias e sem emoção alguma. As vezes me pergunto se não estou sempre no Mode Psycho.

- Eu assusto todos. - admito para ele.

- Como se tornou assim? Você era carinhoso, e comigo você ainda é. Em nossas conversas nunca pareceu que você se tornou mais frio. - ele me encara preocupado.

- Você desperta esse lado meu. Um lado melhor. - respondo e vejo ele sorrir.

- Wow Deabak! Então você só é legal comigo? Eu sempre quis ser especial assim! - ele sai empolgado entrando na casa.

Ando atrás enfiando as mãos no bolso sem nenhuma empolgação para entrar naquele covil. Porém entendi que Han Seo deve estar com saudades desse lugar e se perguntando o que mudou.

Esse sorriso e essa empolgação nos olhos dele são algo que eu gostaria de manter pra sempre. No entanto se ele descobrir o que tem acontecido aqui temo que ele nunca mais seria o mesmo. Isso me assusta tanto quanto o medo de ser eu o responsável pela sua morte.

Não quero que ele perca a alegria, a inocência e esse lado gentil e bobo dele. A única vida dentro dessa casa vem dele e se isso se apagar sinto que irei morrer.

Mode PsychoOnde histórias criam vida. Descubra agora