O Lorde Mountobbani - Mounbridge 01

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Mounbridge House, Londres

 Está cada vez mais perto de encerrar-se a nossa adorada temporada social em Londres, queridos leitores.
 Muitos casais formaram-se e muitos escândalos surgiram. Logo será hora de fazer as malas e se recolher em suas casas de campo até o ano que vem. Esta autora sentirá saudades das fofocas, ou como os cavalheiros preferem nomear: meros boatos...
 Mas não esqueçam-se que, daqui a pouquíssimas semanas será realizado um grande baile na residência de Lady T., para enfim encerrar a temporada de 1811. Esta autora aqui espera que surjam muitos escândalos para ser digno de um verdadeiro encerramento nesta coluna.

Crônicas da Sociedade Britânica
10 de agosto de 1811

Catarina admirava, pela janela da carruagem, as residências que apareciam e logo sumiam do seu limitado campo de visão.

James estava à sua frente, do outro lado do veículo, mas ela estava alheia ao seu marido, afinal, encontrava-se ansiosa demais.

Sua lua de mel acabara havia mais de dois meses, e não via a família a quase três, praticamente. Tudo o que recebera neste período em que morava na Mountobbani House – sua nova casa – foram cartas e mais cartas. 

Algumas muito vagas, e outras com informações demais, vindas de Olívia, que não era nada economista e adorava deixar a irmã ciente de tudo o que estava acontecendo com a família desde que ela se mudara. 

Catarina adorava, principalmente, as cartas dela, pois eram recheadas de informações nas frentes e nos versos dos papéis, e assim ela podia viajar para sua antiga casa por meio das palavras e de sua imaginação, que conseguia interpretar muito bem o que lia.

Ela podia, sim, ter visitado a família durante todo este tempo, e eles também poderiam ter ido visitá-la em sua nova residência, mas, de acordo com as cartas de Liv, todos estavam muito atarefados, e Catarina, no fundo, sabia que nenhum deles queria interromper sua lua de mel, que acabara havia muito tempo, mas, obviamente, ela não relatara este tipo de coisa em suas correspondências com a família. 

Ela adoraria ter ido vê-los também, mas acabara descobrindo que ser uma condessa era mais difícil do que imaginara, e tinha muitas mudanças para fazer em sua residência, afinal, nela não havia nenhum toque feminino há décadas, e ela necessitava sentir-se mais em casa, pois agora a Mountobbani House era a sua casa.

A carruagem sacolejava levemente enquanto seguia por algumas ruas que passaram a se tornar familiares para Catarina. Estavam cada vez mais perto da sua antiga casa.

— Vejo que está muito ansiosa para rever seus pais e irmãos — comentou James, atraindo completamente o olhar dela para si. Ele apenas sorria enviesado, encarando-a com um ar divertido.

— Faz tempo que não os vejo. Por cartas não é a mesma coisa que estar em suas presenças — confessou Catarina, sentando-se mais ereta em seu assento, afinal, havia inclinado-se um pouco em direção à janela mais próxima para admirar os caminhos conhecidos que a carruagem seguia.

— Já estamos quase chegando. Terá todo o resto do dia para ficar com eles — disse James, e ela sentiu sua respiração vacilar. 

Estava tão eufórica em ver a família novamente, que mal respirava corretamente.

Agora deveriam ser mais de duas da tarde, Catarina pôde constatar. Pela manhã havia enviado uma correspondência para a mãe avisando-lhe que ela e James iriam passar a tarde com eles, e exatos sessenta minutos depois do envio da carta, Diana lhes convidou para ficar até o jantar, e ambos prontamente aceitaram.