Epílogo

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Mountobbani House, Londres

 É, queridos leitores. Londres dá adeus à mais uma temporada social, e tenho certeza que todos aguardam pacientemente pela próxima. 
 Desejo felicidades aos casais desta temporada, e alguns realmente necessitarão. 
 Saibam que esta autora está contando os dias para voltar a tocar a pena sobre o papel novamente.

Crônicas da Sociedade Britânica 
10 de agosto de 1815

Catarina sorriu, satisfeita. Estava sentada em um banco no quintal da sua casa, aconchegando em seu colo a pequena Isabella, que dormia serenamente. James, seu amado marido, brincava com Anthony e Hugo, seus filhos, mais à frente.

Ela sentia-se realizada. Tinha um casamento perfeito e três filhos lindos, que amava muito. Era, sem dúvidas, uma mulher de muita sorte.

Três de seus irmãos haviam se casado, e alguns já possuíam filhos. Sua mãe, a condessa Diana, sem dúvidas estava radiante, e a idade nunca chegaria para ela.

Catarina estava um pouco cansada, era um fato. Ter três filhos não era fácil, e ainda não conseguia imaginar como sua mãe havia conseguido ter sete. Era, sem dúvidas, uma mulher muito talentosa e paciente. 

Mas mesmo com os três presentes que havia recebido, Catarina ainda desejava mais. Era cansativo, muito esgotante e deveras dolorido, mas a sensação de vê-los crescer era indescritível. E quando a abraçavam e a chamavam de mãe... Ah, ela simplesmente amava aquilo e valia todo o esforço. 

Anthony, seu primogênito, fora batizado com o nome do pai de James, e sua pele era clara como a de Catarina e a do falecido. 

Era um menino forte, espontâneo e muito risonho, mas os olhos... Ah, os olhos. Ninguém poderia negar que eram os mesmos de James. Tão penetrantes e intensos como os dele.

Hugo, por sua vez, herdou os olhos azuis de Catarina. O cabelo era escuro como o do pai, mas a pele era da mesma cor que a da mãe e do irmão. 

Ele era um menino doce e gentil, e dava os abraços mais calorosos, além de sempre ter muita energia para brincar com o pai e o irmão. O pequeno esgotava qualquer um em questão de segundos. 

Já a pequena Isabella, era idêntica à falecida. Os mesmos traços gentis, pele escura como a noite e os lábios de James. 

Catarina espantara-se com a semelhança assim que ela nascera, e não havia dúvidas quanto ao nome que receberia. Teria que ser aquele em homenagem à mãe de James. Não haveria outro que pudesse combinar mais com ela. 

Catarina sorriu e suspirou feliz mais uma vez ao ver James correr atrás dos filhos e erguer ambos no ar, fazendo-os gargalhar ao ponto de doer a barriga. Não havia cena mais linda do aquela para ela.

Então ele os colocou no chão, e ambos os pequenos correram em sua direção, pedindo ajuda para a mãe enquanto riam e fugiam do pai, que interpretava um papel muito bom de monstro perseguidor de criancinhas. 

Anthony e Hugo agarraram-se às pernas de Catarina e ela riu. O som melodioso reverberou, deixando notável que ela estava se divertindo. E, principalmente, que ela estava feliz.

— Mamãe, não deixe que ele nos pegue — pediu Hugo, alargando o sorriso e apertando-se em uma das pernas de Catarina quando James aproximou-se mais.

— Ah, por Deus. Mas o que posso fazer? Sou somente uma donzela indefesa — falou Catarina, soando o mais dramática que conseguia. Ela havia visto uma ou duas peças de teatro, então sabia de algumas coisinhas sobre ser a vítima. 

O Lorde Mountobbani - Mounbridge 01Onde histórias criam vida. Descubra agora