Capítulo Três

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Quando olhei Han Seo, ele sorria para cada coisa ao perceber que a casa continuava intacta. Era praticamente a mesma de quando éramos crianças.

Ele passou por cada lugar encantando e parecia emocionado também. Quase me senti culpado por não poder entender essa animação dele. Seus olhos brilhavam e ele corria pela casa.

-Hyung! Hyung! Como pode não ter mudado nada ? - ele pergunta.

- Nosso pai não queria que mudasse. - explico.

- Ah! Deve ter sido solitário. - sua expressão muda para sombria.

Ele caminha até mim parando na minha frente, eu me senti perplexo. Aquele homem de corpo pequeno estava com expressão animada antes mas agora parece triste.

- O que quer dizer ? - sinto que estou transparecendo o quão confuso estou.

- Você ficou nessa casa grande sozinho. - ele diz.

De alguma forma eu me sentia transparente na frente dele. Era uma sensação incomoda ver que ele podia notar minha angústia de alguma forma.

- Não é...eu eu tinha o pai - tento explicar de modo rápido.

- Não, você estava sozinho. - ele responde firme.

Um arrepio percorreu minha espinha, eu senti medo. Pela primeira vez tive medo em muito tempo. Os olhos doces dele agora pareciam nervosos como se ele estivesse com raiva de alguém.

-  O que quer dizer ?

- Jang Han Seok, não vamos falar disso agora e nem aqui. Mas você me parece solitário. - ele faz uma pausa. - Ainda bem que eu estou aqui agora para você ter companhia!

Ele voltou a abrir seu sorriso e aconteceu ,um homem sem esperança e sem um caminho para seguir como eu estava se sentindo seguro por alguns instantes.

Simplesmente esqueci de tudo que me assustava ou me fazia mal, e sorri de volta. Verdadeiramente eu estava sorrindo e eu tinha esquecido como era a sensação de sorrir de verdade sem ser uma atuação barata para enganar meu irmão pela chamada de vídeo. Eu estava sorrindo de coração.

- Sim, ainda bem que eu tenho você.

***

Han Seo se ajeitou de volta no seu antigo quarto. Ao ver suas coisas e sua cama ele ficou emotivo o que me fez rir muito do drama dele.

Ele me encarou animado e me expulsou dali para ter um tempo sozinho  arrumando o quarto. Fui até a cozinha, assim que pisei lá os funcionários saíram silenciosamente pela porta de trás.

Suspirei pesado por aquela familiar sensação de solidão e vazio. Peguei itens na geladeira e no armário e comecei a por no balcão.

Meu celular recebeu uma mensagem.

Pai : Han Seo voltou pra casa. Cuide bem dele para que ele não descubra nada. Sabe como ele é sensível.

Aquela mensagem passava a falsa impressão que ele se importava com o meu irmão. Mas ele só tinha medo do meu irmão denunciar ele e o entregar para a polícia se descobrisse que tipo de pessoa ele era.

Afinal diferente de nós,ele tem um forte senso de justiça. Quando era menor se metia em confusão por proteger os colegas de agressores mesmo quando eles eram maiores e mais fortes que ele.

Ao pensar nisso percebo que deveria ser mais como o meu irmão, mas eu não era assim. Eu definitivamente não era como ele.

Voltei a preparar a comida e quando já estava terminando uma hora depois,a figura sorridente entra sorrindo na cozinha.

- O que está fazendo?

(Como se não fosse óbvio)

- Você está vendo - respondo.

- Ah certo, está cozinhando só pra você ou seu dongsaeng poderá comer também ?

Nota: Dongsaeng - irmão mais novo
Hyung - irmão mais velho
Deabak - expressão de animação como  "Incrível!"

- É claro que vamos comer juntos. Ninguém comeria isso sozinho. - respondo intrigado com a lerdeza dele.

- Eu comeria - ele responde sorrindo.

Juro que nesse instante quis socar a cara dele. Mas como ele geralmente é muito sincero eu não duvido nada que ele realmente seria capaz de ingerir toda essa comida sozinho.

Sentando na mesa e eu coloquei os pratos de modo organizado. Mas Han Seo apenas pegou seus pauzinhos e saia pegando os alimentos freneticamente.

- Come devagar - falo sorrindo.

- Meu Hyung cozinhou para mim. Eu nunca antes havia experimentado sua comida! - ele parece empolgado.

- Bobo! Está parecendo uma criança. - respondo revirando os olhos.

- No meu coração ainda sou uma criança algum problema comigo? - ele diz e abre um amplo sorriso.

- Tudo bem eu posso aceitar isso. - respondo pondo a mão em seus cabelos e bagunço um pouco.

Ele parece realmente radiante em me ver. Eu estou sem conseguir acreditar que a pessoa que mais amo de todo o mundo está aqui na minha frente.

A mensagem do meu pai confirmou minha dúvidas de que Han Seo está em perigo. Enquanto assitir ele comer animado penso em como impedir ele de acabar tropeçando onde não devia. Mas não importa o quanto eu pense nisso, não parece haver um jeito eficaz de realizar esse feito.

Mode PsychoOnde histórias criam vida. Descubra agora