Observar Sanji cozinhar era como assistir um show de mágica para Nami. Ela ficava paralisada vendo as mãos dele se movendo com uma elegância e velocidade que certamente não eram naturais. Os ingredientes pareciam desaparecer diante dele com nada mais do que um simples movimento de seu pulso antes de serem jogados na panela fumegante. A ruiva secretamente se perguntava o que aquelas mãos mágicas poderiam fazer a ela, sentindo seu corpo aos poucos esquentar.
Ela o observava descascando uma cebola com destreza e graça, as camadas externas caindo uma de cada vez para revelar o interior pálido e macio do indefeso legume. E Nami não podia deixar de desejar que ele fizesse o mesmo a ela.
Cantarolando contente, Sanji mexia a sopa, parava para tirar o cigarro de entre os dentes para assim poder experimentar sua criação, soprando suavemente na superfície da colher antes de provar delicadamente. Seus lábios se curvaram em um sorriso satisfeito seguido por um breve comentário de aprovação que nem chegou a ser ouvido – pois Nami estava ocupada demais tentando se livrar daqueles pensamentos libidinosos.
O cozinheiro, porém, não estava tornando essa tarefa mais fácil.
Removendo seu paletó e o pendurando com cuidado nas costas de uma cadeira, junto de sua gravata, sua camisa azul-clara ligeiramente aberta no colarinho revelava um pouco de seu peito definido. A linha firme de sua clavícula parecia tão convidativa, e a jovem excitada podia sentir seus próprios dentes rangendo a ponto de doer, uma vontade quase animalesca de tomar aquele corpo para si, e mordê-lo, prová-lo, e...
Sanji pareceu notar o olhar levemente desfocado de sua companhia, que não havia percebido que o rapaz estava agora parado na frente dela.
Sentando-se ao balcão da cozinha, apoiando os antebraços na superfície lisa e enrolando as mangas até os cotovelos, Sanji finalmente sorriu para ela e perguntou:
“Está tudo bem, Nami-chan?” Ele disse suavemente, dando um trago no cigarro e exalando a nuvem de fumaça macia que subia em direção ao teto.
Nami saía de seu delírio e corava rapidamente, evitando aqueles olhos.
"E-eu estou bem, Sanji" Ela gaguejava ao se contorcer ligeiramente se afastando dele. Seus olhos, porém, viajavam contra sua vontade para o colarinho, onde o ângulo revelava ainda mais do peitoral do cozinheiro.
"Tem certeza? Você não me parece bem. Quer que eu vá chamar o Chopper? ” Como se para provar sua afirmação, ele colocou uma de suas mãos mágicas na testa dela, o toque sendo o suficiente para a abalar ainda mais. "Você está queimando", Ele murmurava.
Nami, em um movimento rápido, afastava a mão dele.
"Estou bem, sério, só está um pouco quente aqui."
“Se você diz, Nami-chwaaan”, ele cantarolava, dando-lhe outro sorriso caloroso. "Pode avisar os outros que o jantar está pronto?"
Nami aceitava a tarefa sem hesitar, grata aos céus por ter lhe dado essa desculpa para fugir daquela cozinha por alguns momentos e acalmar seu coração descontrolado. A ruiva saía correndo pelos corredores do Sunny, mas ainda sendo seguida pelo olhar preocupado e curioso do cozinheiro.
O jantar era um dos eventos diários em que toda a tripulação se juntava, uma verdadeira bagunça formada por música, gritaria e risadas em que todos participavam. Hoje, porém, Nami ficou quieta o tempo todo, lançando olhares tímidos à sua direita, onde Sanji decidiu se sentar. O braço dele roçava no seu de vez em quando, enviando fogo para suas veias.
"A comida está boa, Nami-chan?" ele perguntou gentilmente, inclinando-se mais perto dela para ser ouvido devido aos gritos do capitão barulhento.
"Está delicioso como sempre. Obrigada, Sanji", ela respondeu com um sorriso.
“Você é muito gentil, Nami-chan.”
Enquanto a tripulação terminava de comer e saía da sala de jantar, um por um, Nami ficava para trás, sabendo que Sanji permaneceria para limpar a mesa. Ela tentou ajudar, mas ele gesticulou sorrindo indicando que não era necessário, então, em vez disso, ela voltou ao seu lugar anterior no balcão, onde poderia observá-lo de perto.
“Ei, Sanji, deixa eu te perguntar, você faz tanto por nós, a gente já lhe agradeceu por isso?”
Ele rapidamente abriu a boca, provavelmente para dar uma de suas respostas educadas, mas até ele teve de parar por um momento e pensar no que ia dizer.
"Normalmente não. Mas eu não me importo. Ver todos vocês comendo bem é o suficiente. ”
"Você merece mais que isso"
Ao ouvir tais palavras o elegante cozinheiro perdeu a compostura, ruborizando profundamente e virando o rosto em vergonha por alguns momentos.
Após se recuperar, ele se virou para oferecer à moça um pequeno sorriso.
“Obrigado, Nami-chan. Mas sou eu quem deveria agradecer ao Luffy por me dar a oportunidade de fazer o que eu amo todos os dias, ao mesmo tempo em que posso perseguir meu sonho. Minha vida não poderia ficar melhor do que iss... " Ele hesitou. "Bom... tem algo que poderia me deixar mais feliz ainda..." Ele sorriu e voltou-se para a louça cheia de pratos sujos, escondendo o rosto de sua companheira.
"E o que seria, Sanji?"
"Nada. Esqueça o que eu disse, Nami-chan.” Sua voz soando mais profunda, quase rouca.
A testa da ruiva franziu ligeiramente.
"Fala logo! Eu quero saber o que se passa nessa sua cabeça." De repente a jovem se levantou de seu assento e foi em direção ao cozinheiro, plantando seus pés no chão e cruzando os braços autoritariamente. Uma pose que exigia uma resposta.
"Acredite em mim, Nami-chan, você não gostaria de saber o que eu estou pensando agora."
Nami colocou a mão no quadril, nem um pouco intimidada.
"O quão ruim pode ser?"
Ele deu uma risadinha.
"Bem, se você realmente quer saber ..."
Ele secou as mãos molhadas, jogou a bituca do cigarro na bandeja ao lado da pia e com um olhar intenso e inabalável, aproximou-se lentamente dela. Quando estava perto o suficiente, Nami pode sentir o calor natural irradiando do corpo dele, Sanji se inclinou em direção a orelha dela, soprando seu hálito quente contra a pele dela.
"Eu não consigo parar de pensar sobre o quanto eu quero acariciar seu corpo agora mesmo naquele balcão." ele sussurrou em um tom abafado.
Nami ficou sem palavras.
Sanji interpretou o silêncio dela como repúdio e recuou.
"Eu te disse, você não iria querer-"
Ele foi cortado por um par de lábios quentes e insistentes contra os seus, dedos subindo para se enredar nos seus cabelos loiros e puxá-lo para mais perto.
Sanji sorriu e respondeu da mesma forma, envolvendo seus braços esguios em torno da forma magra da jovem para puxá-la com força contra seu peito.
Depois de algum tempo, os dois se separaram, ofegantes. Ele acariciou a bochecha dela, olhando-a com uma expressão de admiração. Nami pegou a mão dele e deu beijos sensuais nas palmas e nas pontas de cada dedo.
“Obrigada por tudo, Sanji” ela disse sinceramente, antes de puxá-lo para outro beijo. "Agora vamos colocar essas suas mãos mágicas em bom uso."
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Beijo Fumegante
RomanceObservar Sanji cozinhar era como assistir um show de mágica para Nami. Ela ficava paralisada vendo as mãos dele se movendo com uma elegância e velocidade que certamente não eram naturais. Os ingredientes pareciam desaparecer diante dele com nada mai...