OUTUBRO

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Voltar no tempo até 1977 e parar Voldemort antes que ele subisse ao poder parecia uma ótima ideia. Isto é, até que Harry percebesse que seria um professor em Hogwarts, ele estaria ensinando seus pais, padrinho e Remus adolescentes, e ele teria que corrigir seus deveres de casa.

Voldemort nem sabia quem ele era ainda, e Harry já estava sendo torturado.

O primeiro mês foi um verdadeiro inferno. Ver seus pais e todos os seus amigos adolescentes felizes e vivos. Era difícil olhar para todos eles.

Todas as histórias que ele tinha ouvido de seu Sirius, e seu Remus, no passado (ou foi no futuro?) em seu terceiro ano, até a Batalha de Hogwarts, sobre seus pais brigando e flertando, era tudo verdade. Ele estava testemunhando isso pessoalmente. Ficava tonto ao pensar nisso, então manter os olhos afastados de todos eles era sem dúvida o melhor.

Claro, para uma verdadeira rainha do drama como Sirius Black, o fato de Harry ignorá-lo apenas inspirou uma revolta na busca de atenção.

As aulas de DCAT de Harry no último mês estavam repletas de comentários sugestivos, perguntas invasivas e alguns flertes francamente sujos. Levou quase todo o esforço de Harry para não reagir a nada disso, e para tratar Sirius como qualquer outro aluno que ele tivesse. Para falar a verdade, aquilo estava começando a cansá-lo. Esse era Sirius, seu padrinho, era praticamente incestuoso que ele agora estivesse flertando com Harry.

Mas... não era como se Harry não estivesse gostando da atenção.

Na verdade, ele estava gostando bastante. Dezoito anos e meio lutando em uma guerra que ele não teve escolha, e agora o mínimo de atenção romântica era o suficiente para deixá-lo todo nervoso. (Mesmo que fosse Sirius, o que era tão estranho de pensar, que Harry decididamente não pensava). Certamente não ajudou o fato de Harry ser apenas um ano mais velho do que alguns dos sétimos anos que ele estava ensinando, por pura chance de ter que refazer seu próprio sétimo ano. Ele mal tinha idade para ser professor, ele conseguiu o trabalho baseado apenas em suas memórias do futuro, ele era jovem o suficiente para que alunos como Sirius se sentissem confiantes o suficiente para flertar.

Por não ter tido nenhuma experiência, não era surpreendente que não tivesse ideia de como lidar com o flerte. Inferno, ele teve um encontro horrível com Cho no quinto ano, e um breve e chato relacionamento com Ginny no sexto. Não havia nenhuma maneira real que ele pudesse saber como agir quando confrontado com as linhas suaves como seda de Sirius Black.

Então havia o estranho fato de que Sirius era seu aluno, e Harry tinha uma posição de poder e responsabilidade como seu professor. Responsabilidade demais para um garoto de dezoito anos ter sobre um de quase dezessete.

Suspirando, Harry se concentrou nos ovos empilhados em seu prato de café da manhã. Ele tinha o sétimo ano para a aula Defesa logo depois disso, o que significava ser submetido aos comentários de Sirius mais uma vez. Não havia uma quantidade de ovos de Hogwarts que pudesse deixá-lo animado o suficiente para isso.

"Harry, querido, você está terrivelmente quieto essa manhã. Está tudo bem?"

"Desculpe, Professora Sprout. Sim, estou bem, só tenho um dia agitado pela frente."

"Defesa com os sétimos anos, correto?" Seus olhos estavam brilhando para ele. "E me chame de Pomona, querido, honestamente."

"Tudo bem. Pomona." Harry sorriu de volta para ela. "E sim. Não sei como devo controlá-los, são como uma matilha de animais selvagens."

Ela deu uma risadinha. "Sim, querido. E a juventude certamente não está do seu lado aqui."

Harry cantarolou em acordo, e enfiou uma garfada de ovos em sua boca. Ele sabia que eles deveriam estar bons - toda a comida de Hogwarts era - mas seus nervos por causa da lição com os sétimos anos, e seus sentimentos conflitantes sobre ensinar seus pais, Sirius e Remus, transformaram os ovos em sua boca em papelão.

As Leis da Defesa - The Laws of DefenceOnde histórias criam vida. Descubra agora