E como ficam os Alpes?

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E COMO FICAM OS ALPES?

Ororo e Warren resolvem não ir para os Alpes de modo tradicional. Sendo seres capazes de voar, iriam mesmo voando até os confins da América do Norte e, de lá, pegariam um avião até próximo da Suécia e, uma vez na Europa, terminariam de voar até a Suíça, onde Warren possuía um chalé nos Alpes, em Airolo.

Desse modo, evitariam ao máximo o pânico que locais fechados causavam na africana e aproveitariam para conversar muito, refletir ainda mais sobre uma possível relação entre os dois.

A conversa entre ambos era sempre polida e sincera. Sendo que Warren acabava sendo mais espontâneo que Ororo, pois ele tinha muito mais facilidade de comunicar os sentimentos. Não que Tempestade fosse fria com relação a ele, mas ela preferia racionalizar mais antes de falar e pesar as palavras a criar falsas esperanças.

Em um determinado ponto da viagem, quando o frio estava alterando a velocidade dos dois, resolveram descer e reconhecer o local, alugando um transporte que atravessasse a Groenlândia. Eles descobriram que estavam na Ilha Elesmere, ainda no Canadá e o transporte seria somente por barco até Etah, onde poderiam tentar transporte com trenós puxados por cachorros... Tudo parecia muito precário nessa região, mas as poucas pessoas presentes eram de uma hospitalidade sem igual! Elas adoravam ver os dois mutantes demonstrando suas habilidades em aberto, sem receios e com certo orgulho do que eram. Nesses locais, perceberam que o dinheiro de Warren não tinha tanto valor e que se buscava mais poder contar com aquele ser humano do que ter a conta bancária cheia.

Foi um momento de descobertas para o Anjo, que pôde reavaliar o valor da amizade real, sendo adorado pelas poucas crianças dos vilarejos como um anjo lendário e, portanto, agregando muita esperança ao seu redor.

Já Ororo teve um retorno às origens... Em sua aldeia natal as coisas eram semelhantes, buscavam-se acordos com as tribos vizinhas, não por bens materiais, mas por auxílios que uma podia propiciar à outra em épocas diferentes do ano. O valor humano era grande, até ao ponto de a mutante ser venerada como uma Deusa!

Nessas paragens distantes, a africana auxiliou na "domesticação" de determinadas correntes de ar e mesmo de correntes aquáticas quentes, trazendo peixes incomuns para aquele local. Ela atuou nos trabalhos de base extrativista que ocorriam ali e, se os dois mutantes não tivessem um roteiro programado na mente, teriam ficado ali para sempre, pois o frio era o único "senão" do local! Todo o mais era aconchegante e, até mesmo, viciante. Um dia nunca se repetia e, ao final dele, todos sempre se congregavam em algum espaço público, valorizando a família e o amor entre as pessoas.

Em uma dessas noites, Ororo pegou Warren sorrindo, sentado numa mureta, para um casal de crianças que brincavam a alguma distância. Crianças tão loiras que pareciam albinas! Percebia-se que não havia malícia ou descontentamento entre elas, conseguiam dividir um brinquedo sem problemas, fazendo uso da imaginação latente:

- Mas que lindo futuro, não?... As crianças são a semente e dessa árvore só posso esperar o melhor. Esse local é um paraíso na Terra! Muito do que acontece aqui eu não revivia há anos! Apesar de o Instituto ser como um lar para mim, muitas vezes eu pensava que não havia algo assim fora dele. Como eu estava enganada! Obrigada, Warren, por convidar a essa aventura e, com certeza, meu querido amigo, independente do que conquistarmos entre nós, sairemos individualmente fortalecidos, não é?

Warren ouve as palavras daquela guerreira africana como a leve chuva criadeira que ela conseguia produzir em sua aldeia natal; realmente, aquele local com mais humanos do que mutantes havia sido uma grata surpresa! Algo que os fazia rever alguns conceitos e desejar praticar tantos outros!

Wolverine - Momentos da VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora