Capítulo 5

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Eu me arrasto para fora da cama na manhã seguinte, meu corpo inteiro protestando para que eu não me mexa.
Eu não estava exatamente em minha melhor forma para a luta na noite passada. Sim, eu estava cego de raiva, mas não tinha resistência suficiente. Eu levei alguns golpes que me fazem estremecer a luz do dia. O hematoma no lado esquerdo das minhas costelas já está roxo e verde.
Eu coloco uma camiseta folgada para esconder a lesão e uma calça de corrida.

Lá embaixo na cozinha, encontro Bianca sentada no colo do meu pai. É apenas nove e meia e papai está com o copo de seu uísque ao lado de sua mão.

Se não estivesse trepando com Bianca, estaria bebendo vinte e quatro horas também, eu acho, mas caramba, por que ele não a vê como ela é?

- Alguma notícia do investigador? - pergunto ao meu pai.

Ele dá uma sacudida brusca de sua cabeça.

-Nada ainda.

-Estou enjoada com tudo isso, - geme Bianca. -Aquela pobre menina, sozinha lá fora. - Ela toca o rosto de meu pai. -Querido, você realmente precisa ter uma conversa com Alfonso a respeito dessas apostas. Imagine como o apostador deve ter sido assustador para amedrontar Dulce assim!

Bianca encontra meus olhos sobre a cabeça de papai e pisca para mim. Esta é a porra de um pesadelo.

Estou ocupado com o café da manhã. Eu faço meu café e me encosto ao balcão, sem vontade de sentar à mesa enquanto a diaba e o meu pai estão se esfregando.

Meu pai anuncia e desliza Bianca na cadeira ao lado dele.

-Venha e sente-se, Christopher. Nós não somos animais.

Eu olho para ele.

-Usando o velho ditado da mãe contra mim? Isso é baixo -murmuro então me arrependo quando sua boca aperta com mágoa.

Bianca não parece muito feliz também, mas isso é porque ela gosta de fingir que minha mãe nunca existiu.

Eu como um pão francês, apesar do meu estômago parecer que está cheio de chumbo. Eu não sei se esta família vai se recuperar da morte da mamãe. A visão dela espalhada em sua cama, o rosto sem energia, os olhos frios e sem vida, está sempre na minha mente. E com Dul, todo o barulho na minha cabeça tinha se acalmado. Agora tudo está desmoronando.

A casa está tranquila. Não vejo os gêmeos, se é que isso importa. Eu não quero pensar sobre onde Chris pode estar agora. E Poncho está me evitando, não respondendo nenhuma das minhas mensagens ou retornando minhas ligações. Tenho a sensação de que ele poderia ficar sem falar comigo até Dulce aparecer.

Há cerca de nove mensagens de Walter para mim sobre uma festa. Não tenho nenhum desejo de ficar bêbado ou estar em torno de bêbados, então recuso o convite. Mas eu envio uma mensagem respondendo.

Me deixe saber se East aparecer aí.

Por volta das onze, as mensagens de Walter retornam.

Seu irmão está aqui. Ele está bêbado.

Merda. Enfio meus pés em um par de tênis e coloco uma camisa de manga comprida. O ar costeiro está ficando frio agora e o frio está aumentado. Eu me pergunto como Dulce está. Ela está quente o suficiente? Está dormindo bem? Ela tem comida? Está segura?

Quando eu chego à festa, está lotado. Toda a turma parece estar aqui. Depois de quinze minutos de busca por Poncho, eu desisto e digito outra mensagem para Walter, que também está longe de ser encontrado.

Onde ele está?

Sala de jogos.

Eu ignoro a sala de estar, e caminho para o enorme subsolo que funciona como uma sala de jogos. Walter está na mesa de bilhar, conversando com um dos nossos companheiros de equipe. Ele me chama a atenção quando me vê e acena com a cabeça para a esquerda.

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