Trinta

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Era impossível relaxar, estava muito tensa, só havia ficado cara a cara com Itachi apenas uma vez, e aquele encontro não havia sido nenhum pouco saudável. E por mais que eu soubesse um pouco de sua história, e o fato de ele também ser uma vítima de seu próprio pai, eu não conseguia sentir nenhum pouco de confiança nele. Eu tinha medo do que Itachi pudesse fazer ou tentar prejudicar um possível plano que Sasuke começava a trabalhar contra seu pai para finalmente podermos vivermos em paz.

- E, aí? Não vai me contar qual vai ser o plano? Sei que você tem um. – Itachi me olhou novamente, e achei melhor permanecer calada, não sabia qual seria o próximo passo de Sasuke. – Isso é inacreditável, você está mesmo viva, e pelo cheiro ainda continua humana.

- O que exatamente você faz aqui, Itachi? – Sasuke o respondeu com outra pergunta, atraindo a atenção do irmão novamente para si.

Itachi descruzou os braços e começou a se movimentar pelo salão, despreocupadamente.

- Eu falei, vim fazer uma visitinha, já que anda bem quieto aprontando. – Ele pegou um objeto de enfeite em cima de uma mesinha e o colocou no lugar novamente. – A sua cria está enorme desde a última vez que a vi, e bonita também.

- Vamos conversar em meu escritório. – Sasuke se aproximou do irmão em passos grandes, me deixando para trás.

Itachi se virou ao mesmo tempo que eu tomava impulso para ir atrás deles, mas meus pés se retesaram no chão com a voz de Sarada:

- Papai.

Virei meu corpo para o lado, vendo a minha filha vindo diretamente do corredor que dava para a cozinha.

- Sarada – murmurei, sentindo os batimentos do meu peito acelerarem, meus pés agiram por impulso e caminhei em direção dela.

Os olhos negros de Sarada logo me enxergaram e um pequeno sorriso se formava em seu rosto.

- Ma... babá, você voltou – ela havia se interrompido naquela gafe, mas não podia culpá-la por esquecer que o fato de eu ser a sua mãe deveria se manter em segredo, principalmente agora que estávamos na frente dos olhos capitalizadores de Itachi.

- Claro, meu amor. – Sorri colocando minha mão em seu ombro, suprimindo a tensão que sentia, olhando no fundo dos olhos de Sarada, mandando uma mensagem para que ela não fizesse nada ou dissesse nada que pudesse confirmar as suspeitas de Itachi, por mais que não houvesse mais nada do que esconder já que ele havia decodificado tudo.

O nosso segredo havia sido desvendado.

Itachi soltou uma gargalhada que ecoou por todo o salão, trazendo nossas atenções para si mais uma vez.

- Não tem nem como negar, irmãozinho, a semelhança das duas é impressionante.

Sasuke me fitou com a expressão séria.

- Leve a Sarada para o quarto, já está tarde para ela está acordada.

Apenas assenti com a cabeça concordando e guiei Sarada com a minha mão em suas costas para as escadas, me esforçando para que minhas ações soassem o mais natural possível.

- Tenha bons sonhos, minha pequena sobrinha – disse Itachi quando começamos a subir as escadas.

- Vamos logo para o meu escritório.

Eu virei meu rosto a tempo de ver Sasuke andando a frente em direção a seu escritório e Itachi o seguindo logo atrás.

Quando entramos em seu quarto, tratei de fechar a porta e indo procurar em seu guarda-roupas suas vestimentas de dormir. Sarada já estava desabotoando o vestido e logo ele já estava no chão. Ajudei-a colocar a camisola lilás de algodão que batia até seus tornozelos e penteei seus cabelos antes de ela ir para a sua cama.

The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora